Análise fisiológica e espectral de cultivares de soja submetidas à deficiência hídrica na fase reprodutiva

• Autor(a) principal: Favero, Débora
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/232268
• topic: Reprodução vegetal; Stress devido à seca; Fisiologia vegetal; Variedade; Soja

A soja é a principal cultura do agronegócio brasileiro, sendo o Brasil o maior produtor mundial da cultura, seguido pelos Estados Unidos. A soja está entre as atividades agrícolas que apresentaram crescimentos mais expressivos nas últimas décadas. Porém, como organismos sésseis, as plantas estão sujeitas a diversos fatores, bióticos e abióticos. A disponibilidade hídrica é o fator climático de maior efeito sobre a produtividade das culturas, seu impacto varia com a espécie, o momento de ocorrência do estresse e sua duração/intensidade, resultando em uma ampla gama de respostas fisiológicas nas plantas. O objetivo deste trabalho foi avaliar cultivares de soja com tolerância diferencial à deficiência hídrica, analisando características ecofisiológicas e hiperespectrais das plantas submetidas a essa condição, visando identificar a magnitude dos efeitos desse estresse sobre as plantas e as características indicadoras da tolerância. Foram conduzidos experimentos em casa de vegetação com as cultivares Embrapa 48 (EMB48 – tolerante à deficiência hídrica), BR 16 (BR16 – sensível à deficiência hídrica) e CD202 IPRO (CD202 – moderadamente tolerante). Os tratamentos foram compostos pela combinação dos genótipos de soja e regimes hídricos. Realizou-se avaliações fisiológicas visando determinar o estresse (conteúdo relativo de água, temperatura foliar, massa seca de parte aérea, área foliar, teor de nitrogênio na parte aérea), as respostas das plantas (condutividade hidráulica, teor relativo de clorofila, fluorescência da clorofila, mecanismos de dissipação de energia e trocas gasosas) e, também, o comportamento espectral das plantas, por meio do qual foram calculados diferentes índices de vegetação. A deficiência hídrica resultou em efeitos sobre os parâmetros avaliados nos diferentes regimes hídricos e cultivares testados, confirmando o efeito do estresse e as diferentes estratégias seguidas pelas cultivares. A cultivar considerada tolerante à deficiência hídrica, demonstrou manutenção do conteúdo relativo de água, otimizando a condutividade hidráulica do xilema, o que permitiu a manutenção da eficiência do Fotossistema II e, consequentemente, de taxas fotossintéticas mais elevadas, apesar da redução do seu crescimento e desenvolvimento, as outras cultivares foram similares. As curvas espectrais de reflectância demonstraram diferença nos teores de pigmentos foliares (clorofilas e carotenoides) perceptíveis na faixa do visível e no conteúdo de água nas plantas indicado no infravermelho médio entre plantas não irrigadas e irrigadas. Alguns índices de vegetação apresentaram capacidade de indicar o estresse nas plantas, principalmente os índices relacionados aos pigmentos foliares. Alguns índices foram eficazes na detecção precoce do estresse, podendo ser percebidos antes dos efeitos fisiológicos se tornarem mais intensos e da ocorrência de murcha visual; portanto poderiam ser úteis na seleção de genótipos ou no manejo da irrigação. Desse modo, diversos parâmetros foram capazes de indicar os efeitos do estresse por deficiência hídrica nas plantas e a tolerância diferencial das cultivares.