Aspectos imunoinflamatórios e da matriz extracelular na patogênese da macrovasculopatia diabética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kalil, Paulo Sergio Abunader
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/197770
Resumo: Introdução - A macrovasculopatia, um achado comum no diabete melito, parece se desenvolver de uma forma acelerada, mas seus aspectos celulares e moleculares permanecem apenas parcialmente elucidados. Enquanto na aterosclerose comum e especialmente em outras formas de vasculopatia acelerada, mecanismos imunoinflamatórios participam no processo da doença, não está claro se isto acontece na vasculopatia diabética. Nós formulamos a hipótese de que a macrovasculopatia diabética, comparada com a aterosclerose clássica, está associada com aumento da expressão imunoinflamatória e acúmulo de matriz extracelular. Objetivos - Este trabalho teve por objetivo analisar e comparar aspectos histológicos em lesões ateroscleróticas em secções de grandes artérias de pacientes com diabete melito tipo 2 e de pacientes não-diabéticos submetidos a amputação de membros inferiores, e caracterizar, por imunoistoquímica, a presença de uma reação imunoinflamatória e o acúmulo de matriz extracelular, através da expressão de linfócitos T, macrófagos, fibronectina e fator de necrose tumoral-α. Material e métodos - Neste estudo, foram analisados segmentos arteriais obtidos após amputação de membros inferiores, por doença aterosclerótica avançada, de pacientes com diabete melito tipo 2 e de pacientes não-diabéticos. Características histológicas (extensão da proliferação intimal, celularidade, acúmulo de matriz extracelular, fragmentação da lâmina elástica interna e presença de cálcio e colesterol) foram semiquantitativamente graduadas nos dois tipos de lesão. Usando imunoistoquímica, através de análise semiquantitativa, também foram avaliados a presença de linfócitos T e macrófagos, o acúmulo de fibronectina, e a expressão do fator de necrose tumoral-α. Resultados - Foram estudados 20 pacientes com diabete melito tipo 2 (idade 68,9 ± 10,9 anos) e 16 pacientes não-diabéticos (idade 67,1 ± 14,6 anos). Achados histológicos destas lesões ateroscleróticas avançadas foram similares nos dois tipos de lesões examinados. Por imunoistoquímica, foi observado um padrão similar a infiltração de lifócitos T, com coloração positiva em 12/19 dos pacientes com diabete melito e em 8/16 dos pacientes não-diabéticos, bem como de macrófagos (13/20 dos pacientes com diabete melito e 10/16 dos pacientes não-diabéticos), e de acúmulo de fibronectina (16/20 dos pacientes diabéticos e 10/16 dos não-diabéticos). Entretanto, um aumento da expressão do fator de necrose tumoral-α foi observado em lesões de pacientes com diabete melito tipo 2 (13/19 pacientes tinham coloração positiva) em relação às lesões de pacientes não-diabéticos (2/16 tinham coloração positiva), com p<0,003 e razão de chance de 15,17 (IC 2,12-139,5). Conclusões - Estes dados sugerem que o aumento da expressão do fator de necrose tumoral-α, observado nas lesões dos pacientes com diabete melito tipo 2, pode refletir uma maior atividade inflamatória associada com o desenvolvimento das lesões vasculares nestes pacientes.
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