Comunidades vegetais em áreas de preservação permanente associadas à silvicultura no Bioma Pampa, Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caumo, Monique
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/248511
Resumo: Constituídos de elevada biodiversidade, os campos do sul do Brasil vêm sendo ameaçados. Áreas de Preservação Permanente podem contribuir para a preservação dessas formações, entretanto estudos sobre sua composição florística e estrutura fitossociológica são escassos, sobretudo em relação ao estrato herbáceo. O presente estudo teve por objetivo descrever a diversidade florística e estrutural de Áreas de Preservação Permanente inseridas em um plantio comercial de Eucalyptus saligna Sm. com presença ocasional de rebanhos bovinos, no município de Pantano Grande, RS. Para o levantamento florístico, excursões mensais foram realizadas utilizando o método do Caminhamento. O levantamento fitossociológico foi realizado utilizando o método de parcelas no qual 40 unidades amostrais foram distribuídas em cada uma das seis áreas campestres avaliadas, das quais três possuíam interferência de bovinos e três permaneceram isoladas por cercamento. Foram estimados valores de cobertura (absoluta e relativa), frequência (absoluta e relativa) e índice de valor de importância (IVI) para as espécies, assim como percentuais de área com solo exposto e cobertura seca. A diferença entre as áreas foi avaliada pela análise de coordenadas e ANOSIM, complementadas por SIMPER; e riqueza, cobertura seca e solo exposto, avaliadas por Kruskall-Wallis, tendo as médias comparadas por Tukey (5%). Foram contabilizadas 295 espécies distribuídas em 60 famílias, destacando Poaceae (56), Asteraceae (54), Cyperaceae (19), Fabaceae (17), Rubiaceae (12), Solanaceae (8), Malvaceae (8) e Myrtaceae (6) como as mais expressivas, correspondendo 61,35% do total. Do total de espécies, 275 são nativas, quatro são endêmicas do Brasil e duas ameaçadas de extinção. Espécies de hábito herbáceo foram predominantes (72,2%), seguido por arbustivas (9,5%), subarbustivas (7,9%) arbóreas (6,1%), e trepadeiras (5,1%). As áreas diferiram estatisticamente em relação à riqueza, de forma que as pastejadas foram mais diversas. A área 3 cercada não diferiu da área 3 aberta e da área 2 aberta, possivelmente em função da proximidade e da baixa interferência do gado. O solo exposto não variou conforme o cercamento, entretanto a cobertura seca foi superior nas áreas isoladas. A proporção das famílias e a relação das espécies identificadas corroboram com levantamentos realizados na região, denotando uma fisionomia campestre e elevada riqueza específica, mesmo parcialmente isoladas pelo horto. Por fim, a presença dos animais nas Áreas de Preservação Permanente modificou a estrutura, dinâmica e composição das áreas, favorecendo o aumento da riqueza.
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O levantamento fitossociológico foi realizado utilizando o método de parcelas no qual 40 unidades amostrais foram distribuídas em cada uma das seis áreas campestres avaliadas, das quais três possuíam interferência de bovinos e três permaneceram isoladas por cercamento. Foram estimados valores de cobertura (absoluta e relativa), frequência (absoluta e relativa) e índice de valor de importância (IVI) para as espécies, assim como percentuais de área com solo exposto e cobertura seca. A diferença entre as áreas foi avaliada pela análise de coordenadas e ANOSIM, complementadas por SIMPER; e riqueza, cobertura seca e solo exposto, avaliadas por Kruskall-Wallis, tendo as médias comparadas por Tukey (5%). Foram contabilizadas 295 espécies distribuídas em 60 famílias, destacando Poaceae (56), Asteraceae (54), Cyperaceae (19), Fabaceae (17), Rubiaceae (12), Solanaceae (8), Malvaceae (8) e Myrtaceae (6) como as mais expressivas, correspondendo 61,35% do total. Do total de espécies, 275 são nativas, quatro são endêmicas do Brasil e duas ameaçadas de extinção. Espécies de hábito herbáceo foram predominantes (72,2%), seguido por arbustivas (9,5%), subarbustivas (7,9%) arbóreas (6,1%), e trepadeiras (5,1%). As áreas diferiram estatisticamente em relação à riqueza, de forma que as pastejadas foram mais diversas. A área 3 cercada não diferiu da área 3 aberta e da área 2 aberta, possivelmente em função da proximidade e da baixa interferência do gado. O solo exposto não variou conforme o cercamento, entretanto a cobertura seca foi superior nas áreas isoladas. A proporção das famílias e a relação das espécies identificadas corroboram com levantamentos realizados na região, denotando uma fisionomia campestre e elevada riqueza específica, mesmo parcialmente isoladas pelo horto. Por fim, a presença dos animais nas Áreas de Preservação Permanente modificou a estrutura, dinâmica e composição das áreas, favorecendo o aumento da riqueza.Composed by high biodiversity, the grasslands of southern Brazil are being threatened by several factors. Areas of Permanent Preservation (APP) may contribute to the preservation of these formations, however studies on their floristic composition and phytosociological structure are scarce, especially in relation to the herbaceous stratum. The objective of this study was to describe the floristic and structural diversity of permanent preservation areas (APP) in a tree farm of Eucalyptus saligna Sm., with occasional presence of cattle, located in the municipality of Pantano Grande, RS. For the floristic survey, monthly excursions were carried out during a year, using the Caminhamento sampling method. The phytosociological survey was performed using the quadrat method in which 40 sample units were distributed in each of the six evaluated areas, of which three had bovine interference and three were isolated. Coverage values (absolute and relative), frequency (absolute and relative) and importance value index (IVI) were estimated for the species, as well as for exposed soil and dead material. The difference between the areas was evaluated by coordinate analysis and ANOSIM, complemented by SIMPER; and richness, dead material and exposed soil, evaluated by Kruskall-Wallis analysis of variance supplemented by Tukey. There were 295 species distributed in 60 families, including Poaceae (56), Asteraceae (54), Cyperaceae (19), Fabaceae (17), Rubiaceae (12), Solanaceae (8), Malvaceae (8) and Myrtaceae (6) were the most expressive, accounting for 61.35% of the total. Of the total species, 275 are native, four are endemic to Brazil and two are endangered. Species of herbaceous habit were predominant (72.2%), followed by shrub (9.58%), subshrub (7.87%), tree species (6.16%) and climbers (5.13%). The areas differed statistically when compared by richness, being those with grazing more diverse. Fanced area 3 did not differ from open area 3 and open area 2, possibly due to the proximity and low interference of livestock. The exposed soil variable did not vary according to the enclosure, however, the dead material was higher in the isolated areas. Both the proportion of the families and the relation of the species identified corroborate with surveys carried out in the region, denoting a country physiognomy and high specific richness, even though they are partially isolated by the horto forest. Finally, the presence of the animals in the Areas of Permanent Preservation changed the structure, dynamics and botanical composition of the evaluated areas, favoring the increase of the richness.application/pdfporBioma PampaVegetação nativaEcologia vegetalPopulação de plantaComposicão botânicaPreservação da naturezaComunidades vegetais em áreas de preservação permanente associadas à silvicultura no Bioma Pampa, Rio Grande do SulPlant communities in areas of permanent preservation associated with forestry in the pampa biome, Rio Grande do Sul info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de AgronomiaPrograma de Pós-Graduação em FitotecniaPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001078917.pdf.txt001078917.pdf.txtExtracted Texttext/plain223312http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/248511/2/001078917.pdf.txtb06ec7fbf82bae2c9223a8746c3d189fMD52ORIGINAL001078917.pdfTexto completoapplication/pdf2841678http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/248511/1/001078917.pdf1e67bd8e5ba6ad7c6d6366d412eff5e8MD5110183/2485112022-09-07 04:50:58.729721oai:www.lume.ufrgs.br:10183/248511Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-09-07T07:50:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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