Validação do diagnóstico de enfermagem risco de choque em pacientes sépticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto, Luciana Ramos Corrêa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/218115
Resumo: A sepse é uma disfunção orgânica potencialmente letal causada por uma resposta desregulada do organismo à infecção. Os casos não tratados prematuramente frequentemente evoluem para choque séptico. A aplicação do processo de enfermagem na sinalização do paciente séptico, com o estabelecimento do diagnóstico de enfermagem (DE) Risco de choque, pode evitar o agravamento para o choque séptico e óbito. Objetivo: Estimar evidências de validade do DE Risco de choque e seus fatores de risco na condição associada sepse. Método: O estudo foi desenvolvido em duas etapas. A primeira delas foi uma revisão integrativa da literatura (RI) a fim de identificar quais são os fatores de risco para choque séptico. Na segunda etapa foi realizada um estudo transversal com base no banco de dados do Programa Intra-Hospitalar de Combate à Sepse no período de janeiro de 2018 a janeiro de 2019, contendo dados sociodemográficos e clínicos, sinais clínicos, disfunções orgânicas, tempo do diagnóstico de sepse ou choque séptico até início da antibioticoterapia, tempo da disfunção orgânica até o diagnóstico de sepse ou choque séptico, exames laboratoriais, escore de gravidade e desfechos clínicos de alta e óbito. Na análise dos dados foram comparados pacientes sépticos e com choque séptico, utilizando a medida de associação Odds Ratio (IC95%) p<0,005. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (2019/0035). Resultados: Na RI se identificou 56 possíveis fatores de risco para o DE Risco de choque, que foram divididos em três grupos: dados sociais, dados clínicos e alterações clínicas e laboratoriais. A amostra foi de 392 pacientes, desses 202 (51,54%) com sepse e 190 (48,46%) com choque séptico. Os fatores que apresentaram associação com o choque séptico foram: idade > 60 anos 1,23 (1,00- 1,53), pacientes que realizaram quimioterapia associada à radioterapia 1,45 (1,11-1,89), pacientes procedentes da emergência 1,27 (1,01-1,59), taquipneia >20rpm 1,32 (1,04-1,67), hipotermia <36°C 1,84 (1,47-2,30), hipotensão 2, (2,15- 4,12), uso de ventilação mecânica nas primeiras 24h 3,2 (2,4-4,4), hipoxemia 1,47 (1,19- 1,81), SOFA ≥ 3 13 (3,33-52,23), SAPS 3 >70 1,43 (1,12-1,82), lactato ≥ 2 mmol/L 1,87 (1,53-2,29), lactato 2.1 a 3.9 mmol/L 1,33 (1,09-1,62) e lactato ≥4 mmol/L 1,54 (1,27-1,86). Considerações finais: Esse estudo possibilitou estimar a validade do DE Risco de choque na condição associada sepse, com a identificação dos seus fatores de risco. O uso desse DE na prática clínica poderá proporcionar uma priorização do cuidado, melhora da comunicação multiprofissional e redução o tempo de atendimento ao paciente após a detecção das alterações decorrentes da sepse.
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spelling Pinto, Luciana Ramos CorrêaAzzolin, Karina de Oliveira2021-02-20T04:17:53Z2019http://hdl.handle.net/10183/218115001122857A sepse é uma disfunção orgânica potencialmente letal causada por uma resposta desregulada do organismo à infecção. Os casos não tratados prematuramente frequentemente evoluem para choque séptico. A aplicação do processo de enfermagem na sinalização do paciente séptico, com o estabelecimento do diagnóstico de enfermagem (DE) Risco de choque, pode evitar o agravamento para o choque séptico e óbito. Objetivo: Estimar evidências de validade do DE Risco de choque e seus fatores de risco na condição associada sepse. Método: O estudo foi desenvolvido em duas etapas. A primeira delas foi uma revisão integrativa da literatura (RI) a fim de identificar quais são os fatores de risco para choque séptico. Na segunda etapa foi realizada um estudo transversal com base no banco de dados do Programa Intra-Hospitalar de Combate à Sepse no período de janeiro de 2018 a janeiro de 2019, contendo dados sociodemográficos e clínicos, sinais clínicos, disfunções orgânicas, tempo do diagnóstico de sepse ou choque séptico até início da antibioticoterapia, tempo da disfunção orgânica até o diagnóstico de sepse ou choque séptico, exames laboratoriais, escore de gravidade e desfechos clínicos de alta e óbito. Na análise dos dados foram comparados pacientes sépticos e com choque séptico, utilizando a medida de associação Odds Ratio (IC95%) p<0,005. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (2019/0035). Resultados: Na RI se identificou 56 possíveis fatores de risco para o DE Risco de choque, que foram divididos em três grupos: dados sociais, dados clínicos e alterações clínicas e laboratoriais. A amostra foi de 392 pacientes, desses 202 (51,54%) com sepse e 190 (48,46%) com choque séptico. Os fatores que apresentaram associação com o choque séptico foram: idade > 60 anos 1,23 (1,00- 1,53), pacientes que realizaram quimioterapia associada à radioterapia 1,45 (1,11-1,89), pacientes procedentes da emergência 1,27 (1,01-1,59), taquipneia >20rpm 1,32 (1,04-1,67), hipotermia <36°C 1,84 (1,47-2,30), hipotensão 2, (2,15- 4,12), uso de ventilação mecânica nas primeiras 24h 3,2 (2,4-4,4), hipoxemia 1,47 (1,19- 1,81), SOFA ≥ 3 13 (3,33-52,23), SAPS 3 >70 1,43 (1,12-1,82), lactato ≥ 2 mmol/L 1,87 (1,53-2,29), lactato 2.1 a 3.9 mmol/L 1,33 (1,09-1,62) e lactato ≥4 mmol/L 1,54 (1,27-1,86). Considerações finais: Esse estudo possibilitou estimar a validade do DE Risco de choque na condição associada sepse, com a identificação dos seus fatores de risco. O uso desse DE na prática clínica poderá proporcionar uma priorização do cuidado, melhora da comunicação multiprofissional e redução o tempo de atendimento ao paciente após a detecção das alterações decorrentes da sepse.Introduction: Sepsis is a potentially life-threatening organ dysfunction caused by an unregulated body response to infection. Not early treated cases often progress to septic shock. The application of the nursing process in the septic patient signaling, with the establishment of the nursing diagnosis (ND) Risk of shock, can prevent the aggravation for septic shock and death. Objective: To estimate the evidences of validity of ND Risk of shock and its risk factors in sepsis-associated condition. Method: The study was developed in two steps. The first one was an integrative literature review (IR) in order to identify the risk factors for septic shock. In the second stage, a cross-sectional study was conducted based on the Intra-Hospital Sepsis Control Program database from January 2018 to January 2019, containing sociodemographic and clinical data, clinical signs, organ dysfunction, time from diagnosis of sepsis or septic shock to antibiotic therapy initiation, time from organ dysfunction to diagnosis of sepsis or septic shock, laboratory tests, severity score and clinical outcomes of hospital discharge and death. In the data analysis, we compared both septics and septic shock patients using the Odds Ratio (95% CI) p<0,005. The study was approved in the Ethics and Research Committee (2019/0035). Results: In the IR, 56 possible risk factors for the ND Risk of shock were identified, which were divided in three groups: social data, clinical data, and clinical and laboratorial changes. The sample consisted of 392 patients, 202 (51.54%) septic patients and 190 (48.46%) with septic shock. The factors associated with septic shock were the following: age> 60 years 1.23 (1.00-1.53), patients undergoing chemotherapy associated with radiotherapy 1.45 (1.11 - 1.89), emergency patients 1.27 (1.01-1.59), tachypnea> 20rpm 1.32 (1.04-1.67), hypothermia < 36°C 1.84 (1.47-2.30), hypotension 2.98 (2.15-4.12), use of mechanical ventilation in the first 24 hours 3.2 (2.4-4.4), hypoxemia 1.47 (1.19-1.81), SOFA ≥3 13 (3.33-52.23), SAPAS 3> 70 1.43 (1.12-1.82), lactate ≥ 2 mmol/L 1.87 (1.53 -2.29), lactate 2.1 to 3.9 mmol/L 1.33 (1.09-1.62) and lactate ≥4 mmol/L 1.54 (1.27-1.86). Final considerations: This study made it possible to estimate the validity of ND Risk of shock in the condition associated with sepsis by identifying its risk factors. The use of this ND in the clinical practice may provide a prioritization of care, improved multidisciplinary communication and reduced patient care time after detecting sepsis changes.application/pdfporDiagnóstico de enfermagemSepseChoque sépticoUnidades de terapia intensivaNursing diagnosisSepsisSeptic shockIntensive care unitsValidação do diagnóstico de enfermagem risco de choque em pacientes sépticosValidation of the nursig dignoses shock risk in septic patients info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPrograma de Pós-Graduação em EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001122857.pdf.txt001122857.pdf.txtExtracted Texttext/plain151748http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218115/2/001122857.pdf.txt348ff123db9faa58d12dbdc6fa75ccb6MD52ORIGINAL001122857.pdfTexto completoapplication/pdf1330469http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218115/1/001122857.pdfd43dccce7f7dbfb91cdbab442d49ce46MD5110183/2181152023-07-01 03:38:59.384165oai:www.lume.ufrgs.br:10183/218115Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-07-01T06:38:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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