A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Guilherme Ziebell de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194458
Resumo: Os atentados de 11 de setembro de 2001 aos EUA foram fundamentais para que o terrorismo passasse a ocupar um papel central nas relações internacionais – especialmente a partir da intensificação de um processo de securitização do fenômeno, que começara ainda na década anterior e que passava então a se consolidar. Nessa conjuntura, o continente africano ganhou destacada importância, sendo a partir de então alvo de grande atenção dos EUA. Esse trabalho se insere nesse contexto, e busca compreender de que forma a África – e os países do continente – tem respondido ao processo de securitização do terrorismo internacional, especialmente no período subsequente aos atentados de 2001. A tese proposta neste trabalho é de que os países africanos têm buscado, especialmente sob a égide da União Africana, utilizar a securitização do terrorismo como ferramenta para avançar agendas próprias e, simultaneamente, restringir a ingerência de atores externos no continente. A pesquisa tem como base o método históricocomparativo, e usa o mapeamento de processos como ferramenta metodológica. Destarte, busca identificar as iniciativas, ligadas à (ou justificadas pela) questão do terrorismo internacional, criadas pelos EUA, que têm como foco de atuação o continente africano; analisar o impacto de tais iniciativas nos países africanos, identificando o posicionamento desses países em relação às iniciativas; e, identificar e analisar as iniciativas africanas ligadas à questão do terrorismo internacional, especialmente no pós-11 de setembro de 2001. A partir dessa análise, percebe-se que o processo de securitização do terrorismo promovido pelos EUA se deu de forma paralela a um incremento na atenção dedicada, na África, à questão – sendo essa, por sua vez, reflexo de um importante conjunto de mudanças que ocorreram no continente ao longo dos anos 1990, e que culminaram na transformação da Organização da Unidade Africana em União Africana. Se por um lado a presença estadunidense no continente tem aumentado desde o início dos anos 2000 – adquirindo um caráter primordialmente militarizado –, por outro os países africanos têm conseguido estabelecer seu protagonismo na definição do tratamento dispensado à questão do terrorismo no continente.
id URGS_e0593e98ce9c187126586091c905a4d1
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194458
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Oliveira, Guilherme Ziebell deArturi, Carlos Schmidt2019-05-21T02:37:47Z2019http://hdl.handle.net/10183/194458001091677Os atentados de 11 de setembro de 2001 aos EUA foram fundamentais para que o terrorismo passasse a ocupar um papel central nas relações internacionais – especialmente a partir da intensificação de um processo de securitização do fenômeno, que começara ainda na década anterior e que passava então a se consolidar. Nessa conjuntura, o continente africano ganhou destacada importância, sendo a partir de então alvo de grande atenção dos EUA. Esse trabalho se insere nesse contexto, e busca compreender de que forma a África – e os países do continente – tem respondido ao processo de securitização do terrorismo internacional, especialmente no período subsequente aos atentados de 2001. A tese proposta neste trabalho é de que os países africanos têm buscado, especialmente sob a égide da União Africana, utilizar a securitização do terrorismo como ferramenta para avançar agendas próprias e, simultaneamente, restringir a ingerência de atores externos no continente. A pesquisa tem como base o método históricocomparativo, e usa o mapeamento de processos como ferramenta metodológica. Destarte, busca identificar as iniciativas, ligadas à (ou justificadas pela) questão do terrorismo internacional, criadas pelos EUA, que têm como foco de atuação o continente africano; analisar o impacto de tais iniciativas nos países africanos, identificando o posicionamento desses países em relação às iniciativas; e, identificar e analisar as iniciativas africanas ligadas à questão do terrorismo internacional, especialmente no pós-11 de setembro de 2001. A partir dessa análise, percebe-se que o processo de securitização do terrorismo promovido pelos EUA se deu de forma paralela a um incremento na atenção dedicada, na África, à questão – sendo essa, por sua vez, reflexo de um importante conjunto de mudanças que ocorreram no continente ao longo dos anos 1990, e que culminaram na transformação da Organização da Unidade Africana em União Africana. Se por um lado a presença estadunidense no continente tem aumentado desde o início dos anos 2000 – adquirindo um caráter primordialmente militarizado –, por outro os países africanos têm conseguido estabelecer seu protagonismo na definição do tratamento dispensado à questão do terrorismo no continente.The September 11, 2001 attacks on the United States were fundamental for terrorism to begin to play a central role in the international relations – especially since the intensification of a process of securitization of the phenomenon, which had already begun in the previous decade and was starting to consolidate. In this scenario, the African continent gained prominence, starting to be a target of great attention of the United States. This work is based on this context and seeks to understand how Africa – and the countries of the continent – has responded to the process of securitization of international terrorism, especially in the aftermath of the 2001 attacks. The thesis proposed here is that the African countries have sought, especially under the aegis of the AU, to use the securitization of terrorism as a tool to advance their own agendas and, at the same time, restrict the interference of external actors in the continent. The research is based on the historical-comparative method, and uses process tracing as a methodological tool. Therefore, it also seeks to identify the initiatives, linked to (or justified by) the issue of international terrorism, created by the USA, whose focus is the African continent; analyze the impact of such initiatives in African countries, identifying the position of these countries in relation to the initiatives; and to identify and analyze the African initiatives related to the issue of international terrorism, especially in the post-9/11, 2001. Based on this analysis, it can be seen that the process of securitization of terrorism promoted by the USA occurred in parallel with an increase in Africa's attention to the issue – which in turn is a reflection of an important set of changes that have taken place on the continent throughout the 1990s, culminating in the transformation of the Organization of African Unity into the African Union. While on the one hand the American presence on the continent has increased since the beginning of the 2000s – acquiring a primarily militarized character –, on the other hand the African countries have managed to establish their protagonism in the definition of the treatment given to the issue of terrorism in the continent.application/pdfporRelações internacionaisTerrorismoSecuritizaçãoCiência políticaEstados UnidosÁfricaInternational RelationsUnited StatesSecuritizationTerrorismA securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da Áfricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Ciência PolíticaPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001091677.pdf.txt001091677.pdf.txtExtracted Texttext/plain609354http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194458/2/001091677.pdf.txt8b7164764ca879c16ac8bb33649f4cb0MD52ORIGINAL001091677.pdfTexto completoapplication/pdf1982968http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194458/1/001091677.pdff78330edc672486821a6dc2a14cd5588MD5110183/1944582019-05-22 02:39:16.226577oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194458Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-05-22T05:39:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
title A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
spellingShingle A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
Oliveira, Guilherme Ziebell de
Relações internacionais
Terrorismo
Securitização
Ciência política
Estados Unidos
África
International Relations
United States
Securitization
Terrorism
title_short A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
title_full A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
title_fullStr A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
title_full_unstemmed A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
title_sort A securitização do terrorismo internacional após 11 de setembro de 2001: o Caso da África
author Oliveira, Guilherme Ziebell de
author_facet Oliveira, Guilherme Ziebell de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Guilherme Ziebell de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Arturi, Carlos Schmidt
contributor_str_mv Arturi, Carlos Schmidt
dc.subject.por.fl_str_mv Relações internacionais
Terrorismo
Securitização
Ciência política
Estados Unidos
África
topic Relações internacionais
Terrorismo
Securitização
Ciência política
Estados Unidos
África
International Relations
United States
Securitization
Terrorism
dc.subject.eng.fl_str_mv International Relations
United States
Securitization
Terrorism
description Os atentados de 11 de setembro de 2001 aos EUA foram fundamentais para que o terrorismo passasse a ocupar um papel central nas relações internacionais – especialmente a partir da intensificação de um processo de securitização do fenômeno, que começara ainda na década anterior e que passava então a se consolidar. Nessa conjuntura, o continente africano ganhou destacada importância, sendo a partir de então alvo de grande atenção dos EUA. Esse trabalho se insere nesse contexto, e busca compreender de que forma a África – e os países do continente – tem respondido ao processo de securitização do terrorismo internacional, especialmente no período subsequente aos atentados de 2001. A tese proposta neste trabalho é de que os países africanos têm buscado, especialmente sob a égide da União Africana, utilizar a securitização do terrorismo como ferramenta para avançar agendas próprias e, simultaneamente, restringir a ingerência de atores externos no continente. A pesquisa tem como base o método históricocomparativo, e usa o mapeamento de processos como ferramenta metodológica. Destarte, busca identificar as iniciativas, ligadas à (ou justificadas pela) questão do terrorismo internacional, criadas pelos EUA, que têm como foco de atuação o continente africano; analisar o impacto de tais iniciativas nos países africanos, identificando o posicionamento desses países em relação às iniciativas; e, identificar e analisar as iniciativas africanas ligadas à questão do terrorismo internacional, especialmente no pós-11 de setembro de 2001. A partir dessa análise, percebe-se que o processo de securitização do terrorismo promovido pelos EUA se deu de forma paralela a um incremento na atenção dedicada, na África, à questão – sendo essa, por sua vez, reflexo de um importante conjunto de mudanças que ocorreram no continente ao longo dos anos 1990, e que culminaram na transformação da Organização da Unidade Africana em União Africana. Se por um lado a presença estadunidense no continente tem aumentado desde o início dos anos 2000 – adquirindo um caráter primordialmente militarizado –, por outro os países africanos têm conseguido estabelecer seu protagonismo na definição do tratamento dispensado à questão do terrorismo no continente.
publishDate 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-05-21T02:37:47Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2019
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/194458
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001091677
url http://hdl.handle.net/10183/194458
identifier_str_mv 001091677
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194458/2/001091677.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194458/1/001091677.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 8b7164764ca879c16ac8bb33649f4cb0
f78330edc672486821a6dc2a14cd5588
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309144933105664