Luta contra o terrorismo e identidade inassimilável: estudo da securitização na França após os atentados de 2015

• Autor(a) principal: Peres, Gustavo da Silva
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/218014
• topic: Securitização; Terrorismo; França; Identidade muçulmana; Terrorism; Securitization; France; Muslim identity

Trabalho proposto ao estudo das políticas para des-radicalização no período de escalada dos atentados terroristas na França, que abrange de 2015 até 2019, com o objetivo geral de observar como as relações de poder implicadas na chamada “guerra contra o terrorismo” servem a subjulgar uma minoria. Propõe-se que estas relações giram em torno da manutenção da identidade nacional francesa em detrimento da diversidade cultural. Para tanto, efetuou-se um estudo de caso onde se analisam documentos oficiais do governo francês; relatórios da Europol; bem como relatos das partes muçulmanas envolvidas (entrevistas de autoridades religiosas e familiares de radicalizados, ou relatos dos mesmos), utilizando jornais de relevância no cenário nacional francês e internacional. Analise feita à luz dos estudos sobre o poder de Michel Foucault e estudos pós-coloniais. Concebendo a presença de parte da teoria de Foucault em correntes dos Estudos Críticos de Segurança, deu-se mais foco às identidades no campo internacional, e avaliou-se a segurança internacional como discurso aceito sobre a ameaça a uma identidade. Desta forma, foi possível constatar que a identidade muçulmana na França foi securitizada, continuando assim sua distinção histórica no país. Os muçulmanos, já em sua terceira geração, bastante secularizada, carecem ainda de nova identificação cultural e maior autonomia; poucos ascenderam socioeconomicamente e nenhum à representação parlamentar, sendo assim representados apenas como homogeneidade religiosa.