Doença renal crônica terminal : uma proposta de monitoramento no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/143499 |
Resumo: | A doença renal crônica terminal (DRCT) tornou-se um problema de saúde pública mundial. Seu desfecho acarreta alto custo econômico e social, exigindo terapia renal substitutiva na forma de diálise ou transplante para a manutenção da vida. No Brasil esta fase da doença é plenamente é plenamente coberta pelo Sistema Único de Saúde, que possui um sistema Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) que computa as informações sobre os pacientes portadores de DRCT em tratamento dialítico desde 1999, por meio das Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade/Terapia Renal Substitutiva (APAC/TRS). Monitorar essa doença torna-se relevante para oferecer subsídios para o fortalecimento da Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal Crônica, disponibilizar informação para uso na gestão e na pesquisa, bem como para a tomada de decisão gerencial relacionada à essa doença no Brasil. Esta tese descreve a metodologia utilizada para a construção de uma base nacional de pacientes em tratamento dialítico no Sistema Único de Saúde do Brasil de 2000 a 2011. O desenvolvimento da base compreendeu a documentação do subsistema de Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade de Terapia Renal Substitutiva (APAC/TRS), o relacionamento determinístico dos arquivos das APACs referentes ao período em estudo, e a comparação dos resultados da base obtida com os de outros estudos com metodologias semelhantes. Foi utilizado o software Statistical Analysis System (SAS) para efetuar o relacionamento dos dados, especialmente pela sua capacidade de processamento e agilidade para manipulação de grandes bases de dados. Os dados analisados compreenderam o período de 1/1/2000 a 31/12/2011 e abrangeram faixa etária, sexo, raça/cor, região de tratamento, patologia de base da DRCT, soro positividade para hepatites B e C e HIV. A variação temporal da incidência e prevalência de DRCT em tratamento dialítico no SUS no período foi analisada por meio do software Join point Regression Program. Concatenaram-se 13.876 arquivos APAC e identificaram-se 36.975.554 registros, dos quais foram excluídos 17.534 que não apresentaram o preenchimento da variáveis identificadoras “CPF ou CNS”, 100.432 referentes a dados da campanha de cirurgia de catarata, temporariamente inseridos na base de dados nos 12 anos 2000 e 2001. Um total de 322.870 indivíduos iniciou tratamento dialítico no SUS, dos quais 265.155 (82,1%) permaneceram no sistema após três meses consecutivos ou mais de tratamento. Deste total, 151.650 (57,2%) eram homens e 113.401 (42,8%) mulheres. A análise de regressão Joinpoint mostrou um aumento na prevalência de DRCT de cerca de 44,4%, um crescimento médio anual de 3,7% (3,2 e 4,1). A incidência aumentou em cerca de 15% com um crescimento médio anual de 1,5% (0,5-2,5). A incidência aumentou nas faixas etárias mais velhas, em ambos os sexos, e em todas as regiões com exceção da região sudeste. A proporção de pacientes soropositivos para hepatite B e C reduziu-se de 18% e 6% em 2000 para 6% e 2% em 2011, respectivamente. As principais causas especificadas foram hipertensão (20,8%), diabetes (12,4%) e glomerulonefrites (8,1%), sendo que para 42%, a causa permaneceu indeterminada. A partir de 2008 tornou-se possível a análise segundo raça/cor, que mostrou a seguinte distribuição: 45,4% brancos, 9,9% de negros, 30,2% pardos, 0,8% amarelos e 0,2% indígenas. A hemodiálise foi a modalidade terapêutica em 90,3% dos pacientes. Em conclusão, na última década, a incidência e a prevalência de DRCT em tratamento dialítico no SUS aumentou. Observou-se redução da positividade para hepatite B e C e estabilidade para o HIV. O monitoramento desses indicadores permite a avaliação continuada da politica de doença renal crônica, contribuindo também para a gestão da atenção à DRCT em tratamento dialítico no SUS. |
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Moura, Lenildo deSchmidt, Maria InêsDuncan, Bruce Bartholow2016-07-12T02:16:07Z2012http://hdl.handle.net/10183/143499000877917A doença renal crônica terminal (DRCT) tornou-se um problema de saúde pública mundial. Seu desfecho acarreta alto custo econômico e social, exigindo terapia renal substitutiva na forma de diálise ou transplante para a manutenção da vida. No Brasil esta fase da doença é plenamente é plenamente coberta pelo Sistema Único de Saúde, que possui um sistema Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) que computa as informações sobre os pacientes portadores de DRCT em tratamento dialítico desde 1999, por meio das Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade/Terapia Renal Substitutiva (APAC/TRS). Monitorar essa doença torna-se relevante para oferecer subsídios para o fortalecimento da Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal Crônica, disponibilizar informação para uso na gestão e na pesquisa, bem como para a tomada de decisão gerencial relacionada à essa doença no Brasil. Esta tese descreve a metodologia utilizada para a construção de uma base nacional de pacientes em tratamento dialítico no Sistema Único de Saúde do Brasil de 2000 a 2011. O desenvolvimento da base compreendeu a documentação do subsistema de Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade de Terapia Renal Substitutiva (APAC/TRS), o relacionamento determinístico dos arquivos das APACs referentes ao período em estudo, e a comparação dos resultados da base obtida com os de outros estudos com metodologias semelhantes. Foi utilizado o software Statistical Analysis System (SAS) para efetuar o relacionamento dos dados, especialmente pela sua capacidade de processamento e agilidade para manipulação de grandes bases de dados. Os dados analisados compreenderam o período de 1/1/2000 a 31/12/2011 e abrangeram faixa etária, sexo, raça/cor, região de tratamento, patologia de base da DRCT, soro positividade para hepatites B e C e HIV. A variação temporal da incidência e prevalência de DRCT em tratamento dialítico no SUS no período foi analisada por meio do software Join point Regression Program. Concatenaram-se 13.876 arquivos APAC e identificaram-se 36.975.554 registros, dos quais foram excluídos 17.534 que não apresentaram o preenchimento da variáveis identificadoras “CPF ou CNS”, 100.432 referentes a dados da campanha de cirurgia de catarata, temporariamente inseridos na base de dados nos 12 anos 2000 e 2001. Um total de 322.870 indivíduos iniciou tratamento dialítico no SUS, dos quais 265.155 (82,1%) permaneceram no sistema após três meses consecutivos ou mais de tratamento. Deste total, 151.650 (57,2%) eram homens e 113.401 (42,8%) mulheres. A análise de regressão Joinpoint mostrou um aumento na prevalência de DRCT de cerca de 44,4%, um crescimento médio anual de 3,7% (3,2 e 4,1). A incidência aumentou em cerca de 15% com um crescimento médio anual de 1,5% (0,5-2,5). A incidência aumentou nas faixas etárias mais velhas, em ambos os sexos, e em todas as regiões com exceção da região sudeste. A proporção de pacientes soropositivos para hepatite B e C reduziu-se de 18% e 6% em 2000 para 6% e 2% em 2011, respectivamente. As principais causas especificadas foram hipertensão (20,8%), diabetes (12,4%) e glomerulonefrites (8,1%), sendo que para 42%, a causa permaneceu indeterminada. A partir de 2008 tornou-se possível a análise segundo raça/cor, que mostrou a seguinte distribuição: 45,4% brancos, 9,9% de negros, 30,2% pardos, 0,8% amarelos e 0,2% indígenas. A hemodiálise foi a modalidade terapêutica em 90,3% dos pacientes. Em conclusão, na última década, a incidência e a prevalência de DRCT em tratamento dialítico no SUS aumentou. Observou-se redução da positividade para hepatite B e C e estabilidade para o HIV. O monitoramento desses indicadores permite a avaliação continuada da politica de doença renal crônica, contribuindo também para a gestão da atenção à DRCT em tratamento dialítico no SUS.End-stage Renal Disease (ESRD) has become a public health problem worldwide. Its final outcome produces high economic and social costs, demanding renal replacement therapy through hemodialysis or transplant in order to preserve life. In Brazil this stage of the disease is fully covered by the Brazilian Health System (SUS) that has an Ambulatory Information System (SIA/SUS) which computes the information on patients that have Terminal Chronic Kidney Failure under dialysis treatment since 1999, through a High Complexity Procedure Authorization/Renal Replacement Therapy (APAC/TRS). Monitoring this disease is relevant to help strengthening the National Policy for the Care of Chronic Kidney Failure Patients, to make available information for administration and research, as well as for decision making related to the disease in Brazil. This thesis describes the methodology used for the construction of a national database of patients under dialysis treatment in the Brazilian Health System (SUS) from 2000 to 2011. The development of the database included the documentation of the High Complexity Procedure Authorization for Renal Replacement Therapy (APAC/TRS), the deterministic linkage of the archives of the Authorizations (APAC/TRS) pertaining to the study period and the comparison of the results of the database obtained with other studies of similar methodology. The Statistical Analysis System (SAS) software was used to conduct the data linkage, especially due to it is processing capabilities and efficiency in handling large databases. The data analyzed comprised the period from 1/1/ 2000 to 12/31/2011 and included age groups, sex, race/color, region of treatment, cause of the ESRD, serology for Hepatitis B and C and for HIV. The temporal variation in the incidence of ERSD under dialysis treatment in SUS during the period was analyzed using the Join point Regression Program software. We merged 13.876 APAC archives and identified 36,975,554 registries of which 17,534 were eliminated due to missing “CPF or CNS” the key ID variables, and 100,432 referred to data from cataract surgery campaign and temporally entered in the database between 2000 and 2001. A total of 322,870 individuals began dialysis treatment in SUS, of which 265,155 (82.1%) remained in the system if presenting at 14 least three consecutive months or longer of treatment. Of this total, 151,650 (57.2%) were men and 113,401 (42.8%) women. The Join point regression analysis showed an increase in the prevalence of ESRD of about 44.4%, an average yearly increase of 3.7% (3.2 and 4.1). The incidence increased about 15%, with an average yearly increase of 1.5% (0, 5-2, and 5). The incidence increased in the older age groups, for both sexes, as well as in all regions, except for the southeastern region. Positivity for hepatitis B and C dropped from 18% and 6% in 2000 to 6% and 2% in 2011, respectively. The main causes of ESRD specified were hypertension (20.8%); diabetes (12.4%) and glomerulonephritis (8.1%), a total of 42% remain without a specified cause. Since 2008 information on race/color has become available, showing the following distribution: 45.4% whites, 9, 9% black, 30, 2% dark, 0, 8% yellow and 0, 2% aboriginal. Hemodialysis was the therapeutic modality in 90.3% of the patients. In conclusion, in the last decade, the incidence and prevalence of ESRD under dialysis treatment in SUS has increased. Serum positivity for hepatitis B and C has decreased but not for HIV. Monitoring these indicators allows the continuous evaluation of the chronic kidney disease policy, contributing also for the overall management of ESRD under dialysis treatment in SUS.application/pdfporFalência renal crônicaSistema Único de SaúdeDoença renal crônica terminal : uma proposta de monitoramento no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2012doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000877917.pdf000877917.pdfTexto completoapplication/pdf2082971http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143499/1/000877917.pdf62afd0f7160918289d1af1f328f38d9cMD51TEXT000877917.pdf.txt000877917.pdf.txtExtracted Texttext/plain305934http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143499/2/000877917.pdf.txt3c7f7d50e8e1f08fa99c084bd44606faMD52THUMBNAIL000877917.pdf.jpg000877917.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1098http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143499/3/000877917.pdf.jpgff5580a7ac890a3b147ba00d489e8706MD5310183/1434992023-08-24 03:34:29.899181oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143499Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-08-24T06:34:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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