Uso da genotipagem de grupos sanguíneos como alternativa à fenotipagem eritrocitária em pacientes com Síndrome Mielodisplásica atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Blos, Bruna
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/207478
Resumo: Transfusão de sangue promove a exposição de antígenos não-próprios que podem estimular uma resposta imune e formação de anticorpos nos receptores, chamada aloimunização. Síndrome Mielodisplásica (SMD) é uma desordem das células-tronco hematopoéticas (CTH) e, em 80-90% dos casos, os pacientes possuem indicações de transfusão. Métodos de prevenção à aloimunização incluem transfusões fenótipo compatíveis para os sistemas Rh e Kell e para os sistemas Duffy, Kidd e MNS, quando possível. A genotipagem pode ser utilizada para predição de fenótipo eritrocitário, eliminando limitações da técnica sorológica. Foram selecionados dezesseis pacientes com SMD em suporte transfusional, e realizada a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para os genes dos sistemas Rh e Kell. Para os genes RHD e RHCE*C/c, através da técnica de PCR multiplex alelo específico e gene RHCE*E/e e KEL através da técnica de PCR seguida de digestão com enzimas de restrição. Treze pacientes foram fenotipados através da técnica de hemaglutinação com antissoros comerciais no momento da transfusão para comparação entre as técnicas de genotipagem e fenotipagem. As frequências genotípicas entre esta população e uma população de doadores de sangue etnicamente e geograficamente próxima foram comparadas através do teste de qui-quadrado. Discrepâncias entre fenótipo e genótipo foram encontradas em sete testes de seis pacientes, dentre os quais quatro possuíam transfusão recente. Em três casos foram detectadas reações negativas no teste molecular e positivas na fenotipagem para os antígenos D, E e K. Em um caso o teste molecular foi positivo para KEL*2, e o teste sorológico inconclusivo. Dois testes obtiveram resultados negativos na genotipagem e inconclusivos na sorologia, para os antígenos c e E. As frequências encontradas foram comparadas com uma população de doadores de sangue da região do Paraná, região do sul do Brasil. As frequências genotípicas foram semelhantes, exceto para RHCE*D (p=0,034) e RHCE*C/C (p=0,046), que foram mais altas. É importante observar as limitações da técnica de genotipagem, como possíveis variantes que podem não ser detectadas pelos polimorfismos selecionados e da fenotipagem, como transfusões recentes. A determinação do fenótipo através do genótipo foi possível, porém, idealmente deve-se aliar ambas as técnicas e nos casos de discrepância selecionar outro método como genotipagem estendida para outros polimorfismos ou sequenciamento de DNA.
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Para os genes RHD e RHCE*C/c, através da técnica de PCR multiplex alelo específico e gene RHCE*E/e e KEL através da técnica de PCR seguida de digestão com enzimas de restrição. Treze pacientes foram fenotipados através da técnica de hemaglutinação com antissoros comerciais no momento da transfusão para comparação entre as técnicas de genotipagem e fenotipagem. As frequências genotípicas entre esta população e uma população de doadores de sangue etnicamente e geograficamente próxima foram comparadas através do teste de qui-quadrado. Discrepâncias entre fenótipo e genótipo foram encontradas em sete testes de seis pacientes, dentre os quais quatro possuíam transfusão recente. Em três casos foram detectadas reações negativas no teste molecular e positivas na fenotipagem para os antígenos D, E e K. Em um caso o teste molecular foi positivo para KEL*2, e o teste sorológico inconclusivo. Dois testes obtiveram resultados negativos na genotipagem e inconclusivos na sorologia, para os antígenos c e E. As frequências encontradas foram comparadas com uma população de doadores de sangue da região do Paraná, região do sul do Brasil. As frequências genotípicas foram semelhantes, exceto para RHCE*D (p=0,034) e RHCE*C/C (p=0,046), que foram mais altas. É importante observar as limitações da técnica de genotipagem, como possíveis variantes que podem não ser detectadas pelos polimorfismos selecionados e da fenotipagem, como transfusões recentes. A determinação do fenótipo através do genótipo foi possível, porém, idealmente deve-se aliar ambas as técnicas e nos casos de discrepância selecionar outro método como genotipagem estendida para outros polimorfismos ou sequenciamento de DNA.Blood transfusion promotes non-self antigens exposition that can stimulate the immune response and antibodies development in receptors, called alloimmunization. Myelodysplastic syndrome (MDS) is a stem-cell disorder and, for 80-90% of cases, patients require blood transfusion. Prevention methods include phonotype compatible erythrocyte transfusion for Rh and Kell systems, and for Duffy, Kidd and MNS systems, when possible. Genotyping can be used to predict erythrocyte phenotype, diminishing serological techniques limitations. Sixteen MDS patients in transfusion support were selected and Polymerase Chain Reaction (PCR) for Rh and Kell systems genes was executed. To RHD and RHCE*C/c genes, through a multiplex allele specific PCR and for RHCE*E/e and KEL genes through a PCR follow by restriction enzymes digestion. Thirteen patients were phenotyped using the hemagglutination technique with commercial antisera at time of transfusion to compare results obtained by genotyping and phenotyping methods. Genotype frequencies between this population and a blood donors’ population ethnic and geographically close were compared using a chi-square test. Discrepancies between phenotype and genotype were found in sevens tests from six patients, from which four had recent transfusions. In three cases, negative reactions were detected in molecular testing and positive in phenotyping for D, E and K antigens. In one case, molecular test was positive for KEL*2, but serologic result was inconclusive. Two tests obtained negative results in genotyping and inconclusive in serology for c and E antigens. Frequencies found were compare with a blood donors population form Parana, region of South Brazil. Genotype frequencies were similar, except for RHCE*D (p=0,034) and RHCE*C/C (p=0,046), which were higher. It is important to observe genotyping methods limitations, like the presence of variants that could not be detected by polymorphisms chosen in the test design and phenotyping limitations, such as recent transfusions. Phenotype determination using genotyping methods was possible, although, ideally both techniques should be performed, and in cases of discrepancies another method such as extended genotype to include other polymorphisms or DNA sequencing could be performed.application/pdfporAnticorposAntígenos de grupos sanguíneosTécnicas de genotipagemPolimorfismo genéticoSíndromes mielodisplásicasEritrócitosIsoanticorposSistema do Grupo Sanguíneo de KellSistema do grupo sanguíneo Rh-HrEritrócitosUso da genotipagem de grupos sanguíneos como alternativa à fenotipagem eritrocitária em pacientes com Síndrome Mielodisplásica atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001113130.pdf.txt001113130.pdf.txtExtracted Texttext/plain103411http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/207478/2/001113130.pdf.txt73318e78785a536607ffd7dd3c292128MD52ORIGINAL001113130.pdfTexto completoapplication/pdf1087277http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/207478/1/001113130.pdf3a6dd81584028aeb663c4b94c4fd2b7dMD5110183/2074782022-09-08 04:52:41.675299oai:www.lume.ufrgs.br:10183/207478Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-09-08T07:52:41Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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