O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/156403 |
Resumo: | A língua inglesa hoje permite acesso a práticas internacionais por ser a língua mais utilizada em interações entre falantes de diferentes línguas maternas, em inúmeros contextos. Essa disseminação do inglês globalmente fez surgir novas formas de se enxergar o status língua, entre elas, a abordagem do inglês como língua franca (ILF). Visto que a maioria das interações em inglês hoje acontecerem entre falantes não nativos, o ILF busca a descentralização do falante nativo e a aceitação das variedades linguísticas. Entre os diversos contextos em que o inglês é difundido, pode-se dizer que a academia é um dos principais. Este trabalho tem como objetivo verificar qual o posicionamento de revistas científicas internacionais da área de Linguística Aplicada acerca das diretrizes para autores, sob a ótica do ILF. Para isso, fizemos um levantamento dos periódicos internacionais de Linguística Aplicada mais bem avaliados em um ranking nacional (Qualis Capes) e internacional (SCImago), reunindo assim um corpus de 36 periódicos. A pesquisa foi dividida em duas etapas. Primeiramente, foram identificadas e analisadas as diretrizes para autores no que diz respeito às normas linguísticas relacionadas ao padrão nativo e aceitação das variedades. Foram encontradas três normas relacionadas a exigências linguísticas: língua de publicação, ortografia e revisão externa. Os resultados demonstram que a língua de publicação mais usada é o inglês, sendo exigência em 44% dos periódicos; que as principais variedades ortográficas aceitas são a americana e britânica; e que 58% das revistas solicitam que os autores tenham seus textos revisados por uma terceira pessoa, sendo que, dessas, aproximadamente a metade dirigem as normas apenas a autores falantes não nativos. A segunda etapa da pesquisa consistiu em comparar as diretrizes encontradas com os 139 textos sobre ILF nelas publicados entre os anos de 2011 e 2015. Foi feita uma análise do conteúdo dos textos, onde buscou-se identificar os posicionamentos dos autores. Os resultados da comparação indicaram que 71% dos textos são a favor da abordagem do ILF, mas que a maioria precisou seguir alguma norma que contradiz o defendido no ILF para ser publicado. Assim, os resultados gerais desta pesquisa demonstram que, apesar de a área de Linguística Aplicada estar orientada para uma abordagem do inglês que visa à diversidade linguística, são encontradas discrepâncias e inconsistências nas práticas das revistas da própria área, responsáveis por veicular essas ideias. |
id |
URGS_ecbed959d664cb6f9dc68f733e670d50 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/156403 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Viégas, Maiara RosaSarmento, Simone2017-03-29T02:25:01Z2016http://hdl.handle.net/10183/156403001016325A língua inglesa hoje permite acesso a práticas internacionais por ser a língua mais utilizada em interações entre falantes de diferentes línguas maternas, em inúmeros contextos. Essa disseminação do inglês globalmente fez surgir novas formas de se enxergar o status língua, entre elas, a abordagem do inglês como língua franca (ILF). Visto que a maioria das interações em inglês hoje acontecerem entre falantes não nativos, o ILF busca a descentralização do falante nativo e a aceitação das variedades linguísticas. Entre os diversos contextos em que o inglês é difundido, pode-se dizer que a academia é um dos principais. Este trabalho tem como objetivo verificar qual o posicionamento de revistas científicas internacionais da área de Linguística Aplicada acerca das diretrizes para autores, sob a ótica do ILF. Para isso, fizemos um levantamento dos periódicos internacionais de Linguística Aplicada mais bem avaliados em um ranking nacional (Qualis Capes) e internacional (SCImago), reunindo assim um corpus de 36 periódicos. A pesquisa foi dividida em duas etapas. Primeiramente, foram identificadas e analisadas as diretrizes para autores no que diz respeito às normas linguísticas relacionadas ao padrão nativo e aceitação das variedades. Foram encontradas três normas relacionadas a exigências linguísticas: língua de publicação, ortografia e revisão externa. Os resultados demonstram que a língua de publicação mais usada é o inglês, sendo exigência em 44% dos periódicos; que as principais variedades ortográficas aceitas são a americana e britânica; e que 58% das revistas solicitam que os autores tenham seus textos revisados por uma terceira pessoa, sendo que, dessas, aproximadamente a metade dirigem as normas apenas a autores falantes não nativos. A segunda etapa da pesquisa consistiu em comparar as diretrizes encontradas com os 139 textos sobre ILF nelas publicados entre os anos de 2011 e 2015. Foi feita uma análise do conteúdo dos textos, onde buscou-se identificar os posicionamentos dos autores. Os resultados da comparação indicaram que 71% dos textos são a favor da abordagem do ILF, mas que a maioria precisou seguir alguma norma que contradiz o defendido no ILF para ser publicado. Assim, os resultados gerais desta pesquisa demonstram que, apesar de a área de Linguística Aplicada estar orientada para uma abordagem do inglês que visa à diversidade linguística, são encontradas discrepâncias e inconsistências nas práticas das revistas da própria área, responsáveis por veicular essas ideias.The English language today grants access to international practices, since it is the most used language in interactions between speakers of different languages in several contexts. The global spread of English has created new ways of understanding its status, such as the English as a Lingua Franca (ELF) approach. Since most interactions in English happen between nonnative speakers of English, ELF aims at native speaker decentralization and acceptance of linguistic varieties. Academia is one of the main contexts in which English is widely used. The objective of this study is to assess the stance of Applied Linguistics international journals regarding author guidelines, from the perspective of ELF. To do so, we surveyed the best-ranked international journals in Applied linguistics both at domestic (Qualis Capes) and international (SCImago) rankings, which resulted in a corpus of 36 journals. This study was conducted in two parts. First, author guidelines related to linguistic norms concerning native standards and acceptance of varieties were identified and analyzed. Three guidelines related to linguistic requirements were found: language of publication, spelling, and third-party review. The results showed that the most used language of publication is English, a requirement in 44% of the journals; that American and British spelling varieties are mostly the ones accepted; and that 58% of the journals ask authors to have their manuscripts checked by a third-party reviewer, from which approximately 50% direct these guidelines only to nonnative authors. The second part of the study consisted in comparing the guidelines found with 139 texts about ELF published by the same journals between 2011 and 2015. The content of the texts was analyzed aiming at identifying their authors’ point of views. The results of this comparison indicated that 71% of the texts are in line with the ELF approach, but most of them had to follow some guidelines which contradict those defended by ELF in order to be published. Hence, the general results of this study showed that, although the area of Applied Linguistics is oriented towards an approach that aims at linguistic diversity in English, discrepancies and inconsistencies are found in the practices of the journals of this same area, journals which are responsible for broadcasting these ideas.application/pdfporLíngua inglesaLíngua francaPublicação científicaPeriódico científicoEnglish as a lingua francaEnglish for academic purposesAcademic publishingO inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2016mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001016325.pdf001016325.pdfTexto completoapplication/pdf1657930http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156403/1/001016325.pdf93c2e41cdef645cd2e09b2b3e27ff7eaMD51TEXT001016325.pdf.txt001016325.pdf.txtExtracted Texttext/plain437987http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156403/2/001016325.pdf.txt39343b0ee8610aa55b8f6524c946bd82MD52THUMBNAIL001016325.pdf.jpg001016325.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg987http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156403/3/001016325.pdf.jpg4272475e92136c637b175412d1444489MD5310183/1564032018-10-25 09:13:14.241oai:www.lume.ufrgs.br:10183/156403Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-25T12:13:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais |
title |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais |
spellingShingle |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais Viégas, Maiara Rosa Língua inglesa Língua franca Publicação científica Periódico científico English as a lingua franca English for academic purposes Academic publishing |
title_short |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais |
title_full |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais |
title_fullStr |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais |
title_full_unstemmed |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais |
title_sort |
O inglês como língua franca e a publicação acadêmica : uma análise de diretrizes para autores de periódicos internacionais |
author |
Viégas, Maiara Rosa |
author_facet |
Viégas, Maiara Rosa |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Viégas, Maiara Rosa |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Sarmento, Simone |
contributor_str_mv |
Sarmento, Simone |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Língua inglesa Língua franca Publicação científica Periódico científico |
topic |
Língua inglesa Língua franca Publicação científica Periódico científico English as a lingua franca English for academic purposes Academic publishing |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
English as a lingua franca English for academic purposes Academic publishing |
description |
A língua inglesa hoje permite acesso a práticas internacionais por ser a língua mais utilizada em interações entre falantes de diferentes línguas maternas, em inúmeros contextos. Essa disseminação do inglês globalmente fez surgir novas formas de se enxergar o status língua, entre elas, a abordagem do inglês como língua franca (ILF). Visto que a maioria das interações em inglês hoje acontecerem entre falantes não nativos, o ILF busca a descentralização do falante nativo e a aceitação das variedades linguísticas. Entre os diversos contextos em que o inglês é difundido, pode-se dizer que a academia é um dos principais. Este trabalho tem como objetivo verificar qual o posicionamento de revistas científicas internacionais da área de Linguística Aplicada acerca das diretrizes para autores, sob a ótica do ILF. Para isso, fizemos um levantamento dos periódicos internacionais de Linguística Aplicada mais bem avaliados em um ranking nacional (Qualis Capes) e internacional (SCImago), reunindo assim um corpus de 36 periódicos. A pesquisa foi dividida em duas etapas. Primeiramente, foram identificadas e analisadas as diretrizes para autores no que diz respeito às normas linguísticas relacionadas ao padrão nativo e aceitação das variedades. Foram encontradas três normas relacionadas a exigências linguísticas: língua de publicação, ortografia e revisão externa. Os resultados demonstram que a língua de publicação mais usada é o inglês, sendo exigência em 44% dos periódicos; que as principais variedades ortográficas aceitas são a americana e britânica; e que 58% das revistas solicitam que os autores tenham seus textos revisados por uma terceira pessoa, sendo que, dessas, aproximadamente a metade dirigem as normas apenas a autores falantes não nativos. A segunda etapa da pesquisa consistiu em comparar as diretrizes encontradas com os 139 textos sobre ILF nelas publicados entre os anos de 2011 e 2015. Foi feita uma análise do conteúdo dos textos, onde buscou-se identificar os posicionamentos dos autores. Os resultados da comparação indicaram que 71% dos textos são a favor da abordagem do ILF, mas que a maioria precisou seguir alguma norma que contradiz o defendido no ILF para ser publicado. Assim, os resultados gerais desta pesquisa demonstram que, apesar de a área de Linguística Aplicada estar orientada para uma abordagem do inglês que visa à diversidade linguística, são encontradas discrepâncias e inconsistências nas práticas das revistas da própria área, responsáveis por veicular essas ideias. |
publishDate |
2016 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2017-03-29T02:25:01Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/156403 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001016325 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/156403 |
identifier_str_mv |
001016325 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156403/1/001016325.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156403/2/001016325.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156403/3/001016325.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
93c2e41cdef645cd2e09b2b3e27ff7ea 39343b0ee8610aa55b8f6524c946bd82 4272475e92136c637b175412d1444489 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085397296840704 |