Desfechos maternos fetais entre gestantes sintomáticas e assintomáticas para covid-19
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/255150 |
Resumo: | Introdução: Inicialmente, as gestantes e puérperas não foram associadas a um risco maior de morbimortalidade relacionada ao Sars-Cov-2. Contudo, a evolução da pandemia COVID mostrou um quadro diferente com aumento substancial de acometimento e agravamento dos casos repercutindo em um aumento significativo de complicações maternas e fetais, especialmente no terceiro trimestre. Objetivo: Verificar a associação de desfechos maternos e perinatais com a presença de SARS-CoV-2 entre gestantes sintomáticas e assintomáticas nos primeiros dezoito meses de pandemia (março 2020 a setembro de 2021). Método: estudo de coorte realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um centro terciário, referência no atendimento a gestantes com COVID 19. Foram analisadas as gestantes entre 27 a 42 semanas, sem histórico de doença respiratória pregressa, usando dados longitudinais obtidos de registros eletrônicos de saúde permitindo a quantificação de fatores e resultados em todo o Continuum da gravidez desde o diagnóstico de COVID 19 até desfecho gestacional. Resultados: Entre março de 2020 a setembro de 2021 (primeiros dezoito meses de pandemia), foram admitidas e rastreadas para COVID-19, 2997 gestantes. Para este estudo foram analisadas aquelas com RT-PCR para Sars-Cov-2 positivos e as dividimos em dois grupos, sintomáticas para síndrome gripal e assintomáticas. 213 gestantes Rt-PCR positivo foram seguidas até desfecho gestacional, sendo 139 (65%) consideradas assintomáticas e 74 (35%) apresentavam pelo menos um sintoma respiratório nos últimos 14 dias. Em relação aos desfechos maternos, observou-se que a pressão arterial média (p=0,004), saturação periférica de oxigênio na admissão hospitalar (p=0,001), interrupção da gestação por causa respiratória (p=0,034) e internação em unidade de terapia intensiva (p<0,001), bem como intubação orotraqueal (p<0,001), foram associados a maior gravidade nas gestantes sintomáticas para COVID-19. A idade gestacional média de interrupção gestacional nas pacientes assintomáticas foi de 38 semanas e nas sintomáticas de 35 semanas de gestação. Ocorreram dois óbitos maternos no grupo de sintomáticas. Em relação aos desfechos fetais, baixo peso ao nascer (p<0,001), internação em unidade de terapia intensiva (p<0,001) e prematuridade (p<0,001) também sendo associados a maior gravidade no grupo de gestantes sintomáticas para COVID-19. Conclusão: A doença clinicamente manifesta evolui para desfechos piores em gestantes, estas apresentando maior necessidade de cuidados intensivos e suporte ventilatório. Para o concepto também ocorre maior morbidade neonatal nas gestantes sintomáticas para síndrome gripal que nas assintomáticas, mais associada a interrupções precoces por causa materna, baixo peso ao nascer e outras afecções relacionadas à prematuridade. Desta forma, somos levados a intensificar as medidas de proteção, como maiores estudos em imunizantes e acolhimento adequado de gestantes nos serviços de saúde tentando minimizar os quadros com piores evoluções através de identificação e suporte precoce deste grupo de risco. |
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Carpes, Vanessa FragaVettorazzi, Janete2023-02-28T03:22:55Z2022http://hdl.handle.net/10183/255150001163032Introdução: Inicialmente, as gestantes e puérperas não foram associadas a um risco maior de morbimortalidade relacionada ao Sars-Cov-2. Contudo, a evolução da pandemia COVID mostrou um quadro diferente com aumento substancial de acometimento e agravamento dos casos repercutindo em um aumento significativo de complicações maternas e fetais, especialmente no terceiro trimestre. Objetivo: Verificar a associação de desfechos maternos e perinatais com a presença de SARS-CoV-2 entre gestantes sintomáticas e assintomáticas nos primeiros dezoito meses de pandemia (março 2020 a setembro de 2021). Método: estudo de coorte realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um centro terciário, referência no atendimento a gestantes com COVID 19. Foram analisadas as gestantes entre 27 a 42 semanas, sem histórico de doença respiratória pregressa, usando dados longitudinais obtidos de registros eletrônicos de saúde permitindo a quantificação de fatores e resultados em todo o Continuum da gravidez desde o diagnóstico de COVID 19 até desfecho gestacional. Resultados: Entre março de 2020 a setembro de 2021 (primeiros dezoito meses de pandemia), foram admitidas e rastreadas para COVID-19, 2997 gestantes. Para este estudo foram analisadas aquelas com RT-PCR para Sars-Cov-2 positivos e as dividimos em dois grupos, sintomáticas para síndrome gripal e assintomáticas. 213 gestantes Rt-PCR positivo foram seguidas até desfecho gestacional, sendo 139 (65%) consideradas assintomáticas e 74 (35%) apresentavam pelo menos um sintoma respiratório nos últimos 14 dias. Em relação aos desfechos maternos, observou-se que a pressão arterial média (p=0,004), saturação periférica de oxigênio na admissão hospitalar (p=0,001), interrupção da gestação por causa respiratória (p=0,034) e internação em unidade de terapia intensiva (p<0,001), bem como intubação orotraqueal (p<0,001), foram associados a maior gravidade nas gestantes sintomáticas para COVID-19. A idade gestacional média de interrupção gestacional nas pacientes assintomáticas foi de 38 semanas e nas sintomáticas de 35 semanas de gestação. Ocorreram dois óbitos maternos no grupo de sintomáticas. Em relação aos desfechos fetais, baixo peso ao nascer (p<0,001), internação em unidade de terapia intensiva (p<0,001) e prematuridade (p<0,001) também sendo associados a maior gravidade no grupo de gestantes sintomáticas para COVID-19. Conclusão: A doença clinicamente manifesta evolui para desfechos piores em gestantes, estas apresentando maior necessidade de cuidados intensivos e suporte ventilatório. Para o concepto também ocorre maior morbidade neonatal nas gestantes sintomáticas para síndrome gripal que nas assintomáticas, mais associada a interrupções precoces por causa materna, baixo peso ao nascer e outras afecções relacionadas à prematuridade. Desta forma, somos levados a intensificar as medidas de proteção, como maiores estudos em imunizantes e acolhimento adequado de gestantes nos serviços de saúde tentando minimizar os quadros com piores evoluções através de identificação e suporte precoce deste grupo de risco.Introduction: Initially, pregnant and postpartum women were not associated with a higher risk of SARS-Cov-2-related morbidity and mortality. However, the evolution of the COVID pandemic has shown a different picture with a substantial increase in involvement and aggravation of cases, resulting in a significant increase in maternal and fetal complications, especially in the third trimester. Objective: This study aims to present data on maternal and perinatal involvement and outcomes, attended at a tertiary Hospital in the South of Brazil, a reference in COVID care, obtained in the first eighteen months of the pandemic (March 2020 to September 2021). Method: a cohort study carried out at Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a tertiary care center for selected pregnant women between 27 and 42 weeks of gestation without a history of previous respiratory disease, using longitudinal data obtained from electronic health records allowing the quantification of factors and outcomes across the Continuum of pregnancy from COVID 19 diagnosis to gestational outcome. Results: Between March 2020 and September 2021, 2997 pregnant women were admitted and screened for COVID-19. For this study, those with positive Rt-PCR for Sars-Cov-2 were analyzed and divided into two groups, symptomatic for flu-like syndrome and asymptomatic. 213 Rt-PCR positive pregnant women were followed up until the gestational outcome, 139 (65%) were considered asymptomatic and 74 (35%) had at least one respiratory symptom in the last 14 days. The two groups evaluated were homogeneous (Table 1). Regarding maternal outcomes, it was observed that mean arterial pressure (p=0.004), peripheral oxygen saturation at hospital admission (p=0.001), termination of pregnancy due to respiratory causes (p=0.034) and admission to a unit intensive care (p<0.001) in addition to orotracheal intubation (p<0.001), were associated with greater severity in pregnant women symptomatic for COVID-19, being considered statistically significant, however, we did not find this association with maternal death due to the small number of this involvement in our sample (two cases in all). The mean gestational age at gestational termination was 38 weeks in asymptomatic patients and 35 weeks in symptomatic patients. Regarding fetal outcomes, low birth weight (p<0.001), admission to the intensive care unit (p<0.001) and prematurity (p<0.001) were also associated with greater severity in infants from pregnant women symptomatic for COVID-19 . Conclusion: Clinically manifest disease progresses to worse outcomes in pregnant women, who have a greater need for intensive care and ventilatory support. For the concept, there is also greater neonatal morbidity in pregnant women who are symptomatic for flu syndrome than in asymptomatic pregnant women, more associated with early interruptions due to maternal causes, low birth weight and other conditions related to prematurity. In this way, we are led to intensify protective measures, such as further studies on immunization agents and adequate reception of pregnant women in health services, trying to minimize the cases with worse evolution through early identification and support of this risk group.application/pdfporGravidezSARS-CoV-2COVID-19PandemiasPregnancySars-Cov-2COVID-19 testScreeningPandemicDesfechos maternos fetais entre gestantes sintomáticas e assintomáticas para covid-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e ObstetríciaPorto Alegre, BR-RS2022mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001163032.pdf.txt001163032.pdf.txtExtracted Texttext/plain85631http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255150/2/001163032.pdf.txt242442361eb4a0b9b44d8c7fa8d10688MD52ORIGINAL001163032.pdfTexto completoapplication/pdf2352671http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255150/1/001163032.pdfd4365f01c0ca8bde07f16e4109ded40bMD5110183/2551502023-11-18 04:25:58.023302oai:www.lume.ufrgs.br:10183/255150Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-11-18T06:25:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução: Inicialmente, as gestantes e puérperas não foram associadas a um risco maior de morbimortalidade relacionada ao Sars-Cov-2. Contudo, a evolução da pandemia COVID mostrou um quadro diferente com aumento substancial de acometimento e agravamento dos casos repercutindo em um aumento significativo de complicações maternas e fetais, especialmente no terceiro trimestre. Objetivo: Verificar a associação de desfechos maternos e perinatais com a presença de SARS-CoV-2 entre gestantes sintomáticas e assintomáticas nos primeiros dezoito meses de pandemia (março 2020 a setembro de 2021). Método: estudo de coorte realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um centro terciário, referência no atendimento a gestantes com COVID 19. Foram analisadas as gestantes entre 27 a 42 semanas, sem histórico de doença respiratória pregressa, usando dados longitudinais obtidos de registros eletrônicos de saúde permitindo a quantificação de fatores e resultados em todo o Continuum da gravidez desde o diagnóstico de COVID 19 até desfecho gestacional. Resultados: Entre março de 2020 a setembro de 2021 (primeiros dezoito meses de pandemia), foram admitidas e rastreadas para COVID-19, 2997 gestantes. Para este estudo foram analisadas aquelas com RT-PCR para Sars-Cov-2 positivos e as dividimos em dois grupos, sintomáticas para síndrome gripal e assintomáticas. 213 gestantes Rt-PCR positivo foram seguidas até desfecho gestacional, sendo 139 (65%) consideradas assintomáticas e 74 (35%) apresentavam pelo menos um sintoma respiratório nos últimos 14 dias. Em relação aos desfechos maternos, observou-se que a pressão arterial média (p=0,004), saturação periférica de oxigênio na admissão hospitalar (p=0,001), interrupção da gestação por causa respiratória (p=0,034) e internação em unidade de terapia intensiva (p<0,001), bem como intubação orotraqueal (p<0,001), foram associados a maior gravidade nas gestantes sintomáticas para COVID-19. A idade gestacional média de interrupção gestacional nas pacientes assintomáticas foi de 38 semanas e nas sintomáticas de 35 semanas de gestação. Ocorreram dois óbitos maternos no grupo de sintomáticas. Em relação aos desfechos fetais, baixo peso ao nascer (p<0,001), internação em unidade de terapia intensiva (p<0,001) e prematuridade (p<0,001) também sendo associados a maior gravidade no grupo de gestantes sintomáticas para COVID-19. Conclusão: A doença clinicamente manifesta evolui para desfechos piores em gestantes, estas apresentando maior necessidade de cuidados intensivos e suporte ventilatório. Para o concepto também ocorre maior morbidade neonatal nas gestantes sintomáticas para síndrome gripal que nas assintomáticas, mais associada a interrupções precoces por causa materna, baixo peso ao nascer e outras afecções relacionadas à prematuridade. Desta forma, somos levados a intensificar as medidas de proteção, como maiores estudos em imunizantes e acolhimento adequado de gestantes nos serviços de saúde tentando minimizar os quadros com piores evoluções através de identificação e suporte precoce deste grupo de risco. |
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