Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/7098 |
Resumo: | Ao longo do processo de evolução por que passou a forma literária que conhecemos por Conto, fica evidente que cada vez mais este se distanciou de suas origens: a oralidade, a essência popular, que agrega o maravilhoso. Este estudo discute algumas questões relativas à gênese do Conto, aspectos relacionados à nomenclatura; conceito; origem e suas fronteiras, objetivando caracterizar ou melhor definir essa Forma tão avessa a caracterizações definitivas. O ponto de partida é a relação de oposição entre Forma simples x Forma artística. Tomamos Guimarães Rosa como paradigma, pois o autor resgata, em sua obra, aspectos referentes às formas ancestrais de contar, atualizando-os. Como contista, a partir do aproveitamento dos temas e das formas populares, características das narrativas de tradição oral, que utilizam com freqüência o elemento maravilhoso, o autor tece seu próprio contar. Seu feitio, porém, não se assemelha ao dos compiladores, mercê de um trabalho minucioso e artesanal com a palavra, o qual acaba por atribuir à tessitura do texto uma especificidade que intriga, encanta e convida ao jogo. Estudamos essa atualização do conto popular de tradição oral na obra de Guimarães Rosa à luz da Metalingüística bakhtiniana, utilizando os contos Famigerado e Um moço muito branco, de Primeiras estórias; Como ataca a sucuri, de Tutaméia; e Meu tio o Iauaretê, de Estas Estórias, como exemplos desse fato, pois cremos que sua teoria ajuda a esclarecer os aspectos da obra rosiana que dizem respeito ao discurso. Malgrado a investigação a que se lançou Mikhail Bakhtin ter sido empreendida a partir do romance, acreditamos que sua teoria possa ser aplicada à narrativa curta, já que trata basicamente das relações dialógicas entre narrador e interlocutor. A direção que tomamos em nossa análise, diz respeito, justamente, ao discurso na obra do autor mineiro, sobretudo às formas de citação desse discurso, fator relevante em seu fazer literário. |
id |
URGS_f6f3e67e90351a85d7c0108c82107163 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/7098 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Fonseca, Cláudia Lorena Vouto daSilva, Márcia Ivana de Lima e2007-06-06T19:03:23Z2004http://hdl.handle.net/10183/7098000539274Ao longo do processo de evolução por que passou a forma literária que conhecemos por Conto, fica evidente que cada vez mais este se distanciou de suas origens: a oralidade, a essência popular, que agrega o maravilhoso. Este estudo discute algumas questões relativas à gênese do Conto, aspectos relacionados à nomenclatura; conceito; origem e suas fronteiras, objetivando caracterizar ou melhor definir essa Forma tão avessa a caracterizações definitivas. O ponto de partida é a relação de oposição entre Forma simples x Forma artística. Tomamos Guimarães Rosa como paradigma, pois o autor resgata, em sua obra, aspectos referentes às formas ancestrais de contar, atualizando-os. Como contista, a partir do aproveitamento dos temas e das formas populares, características das narrativas de tradição oral, que utilizam com freqüência o elemento maravilhoso, o autor tece seu próprio contar. Seu feitio, porém, não se assemelha ao dos compiladores, mercê de um trabalho minucioso e artesanal com a palavra, o qual acaba por atribuir à tessitura do texto uma especificidade que intriga, encanta e convida ao jogo. Estudamos essa atualização do conto popular de tradição oral na obra de Guimarães Rosa à luz da Metalingüística bakhtiniana, utilizando os contos Famigerado e Um moço muito branco, de Primeiras estórias; Como ataca a sucuri, de Tutaméia; e Meu tio o Iauaretê, de Estas Estórias, como exemplos desse fato, pois cremos que sua teoria ajuda a esclarecer os aspectos da obra rosiana que dizem respeito ao discurso. Malgrado a investigação a que se lançou Mikhail Bakhtin ter sido empreendida a partir do romance, acreditamos que sua teoria possa ser aplicada à narrativa curta, já que trata basicamente das relações dialógicas entre narrador e interlocutor. A direção que tomamos em nossa análise, diz respeito, justamente, ao discurso na obra do autor mineiro, sobretudo às formas de citação desse discurso, fator relevante em seu fazer literário.application/pdfporRosa, João Guimarães, 1908-1967Literatura brasileiraFilosofia da linguagemCritica e interpretacaoContoOs bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2004mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000539274.pdf000539274.pdfTexto completoapplication/pdf679772http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7098/1/000539274.pdfd6cb2be52e6d1f3134150539b8896d2bMD51TEXT000539274.pdf.txt000539274.pdf.txtExtracted Texttext/plain310439http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7098/2/000539274.pdf.txt23a36ef4348b2d9dac22ee90f73526c0MD52THUMBNAIL000539274.pdf.jpg000539274.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1116http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7098/3/000539274.pdf.jpg4332371dd685c9e197dcd286e444b3ccMD5310183/70982018-10-10 07:48:24.922oai:www.lume.ufrgs.br:10183/7098Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-10T10:48:24Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa |
title |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa |
spellingShingle |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa Fonseca, Cláudia Lorena Vouto da Rosa, João Guimarães, 1908-1967 Literatura brasileira Filosofia da linguagem Critica e interpretacao Conto |
title_short |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa |
title_full |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa |
title_fullStr |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa |
title_full_unstemmed |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa |
title_sort |
Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães Rosa |
author |
Fonseca, Cláudia Lorena Vouto da |
author_facet |
Fonseca, Cláudia Lorena Vouto da |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Fonseca, Cláudia Lorena Vouto da |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Silva, Márcia Ivana de Lima e |
contributor_str_mv |
Silva, Márcia Ivana de Lima e |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Rosa, João Guimarães, 1908-1967 Literatura brasileira Filosofia da linguagem Critica e interpretacao Conto |
topic |
Rosa, João Guimarães, 1908-1967 Literatura brasileira Filosofia da linguagem Critica e interpretacao Conto |
description |
Ao longo do processo de evolução por que passou a forma literária que conhecemos por Conto, fica evidente que cada vez mais este se distanciou de suas origens: a oralidade, a essência popular, que agrega o maravilhoso. Este estudo discute algumas questões relativas à gênese do Conto, aspectos relacionados à nomenclatura; conceito; origem e suas fronteiras, objetivando caracterizar ou melhor definir essa Forma tão avessa a caracterizações definitivas. O ponto de partida é a relação de oposição entre Forma simples x Forma artística. Tomamos Guimarães Rosa como paradigma, pois o autor resgata, em sua obra, aspectos referentes às formas ancestrais de contar, atualizando-os. Como contista, a partir do aproveitamento dos temas e das formas populares, características das narrativas de tradição oral, que utilizam com freqüência o elemento maravilhoso, o autor tece seu próprio contar. Seu feitio, porém, não se assemelha ao dos compiladores, mercê de um trabalho minucioso e artesanal com a palavra, o qual acaba por atribuir à tessitura do texto uma especificidade que intriga, encanta e convida ao jogo. Estudamos essa atualização do conto popular de tradição oral na obra de Guimarães Rosa à luz da Metalingüística bakhtiniana, utilizando os contos Famigerado e Um moço muito branco, de Primeiras estórias; Como ataca a sucuri, de Tutaméia; e Meu tio o Iauaretê, de Estas Estórias, como exemplos desse fato, pois cremos que sua teoria ajuda a esclarecer os aspectos da obra rosiana que dizem respeito ao discurso. Malgrado a investigação a que se lançou Mikhail Bakhtin ter sido empreendida a partir do romance, acreditamos que sua teoria possa ser aplicada à narrativa curta, já que trata basicamente das relações dialógicas entre narrador e interlocutor. A direção que tomamos em nossa análise, diz respeito, justamente, ao discurso na obra do autor mineiro, sobretudo às formas de citação desse discurso, fator relevante em seu fazer literário. |
publishDate |
2004 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2004 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2007-06-06T19:03:23Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/7098 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000539274 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/7098 |
identifier_str_mv |
000539274 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7098/1/000539274.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7098/2/000539274.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7098/3/000539274.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
d6cb2be52e6d1f3134150539b8896d2b 23a36ef4348b2d9dac22ee90f73526c0 4332371dd685c9e197dcd286e444b3cc |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1800308937679962112 |