O lugar do parentesco na aliança entre um laudo antropológico e um território quilombola : análise a partir do processo de regularização fundiária do Quilombo Cambará em Cachoeira do Sul/RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramos, Ieda Cristina Alves
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/25819
Resumo: O presente trabalho pretende analisar, a partir do processo de regularização fundiária da Comunidade Remanescente de Quilombo Cambará em Cachoeira do Sul/RS, o lugar do parentesco na aliança entre um laudo antropológico e um território quilombola. Procurei discutir, a partir das exigências normativas relacionadas ao reconhecimento de comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, o estatuto do relatório antropológico nos desdobramentos da potencialização de Cambará como comunidade. Segue-se nas trilhas deixadas pelos antigos moradores na forma de taperas e de como as taperas codificam o parentesco e circunscrevem o território. Evidenciou-se, também, o modo como o parentesco sobrecodifica o território. E, por fim, se reconstituiu as implicações do processo de construção de um relatório antropológico de uma comunidade quilombola, processo esse que só se completa na aliança entre o território e o texto. Não se trata apenas de constatar o lugar mais ou menos privilegiado que a genealogia do parentesco tende a ocupar na estratégia de escrita desse tipo de relatório acadêmico sob demanda administrativa, nem, tampouco, de reafirmar o quanto o parentesco é importante na territorialização das comunidades quilombolas. A questão que norteou este trabalho pode ser mais bem definida enquanto investigação do modo como se deram a interpenetração de textos, territórios e pessoas na forma de parentesco. A pergunta de partida foi quanto ao como, o parentesco associa pessoas, territórios e textos.
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