Avaliação da acurácia da nova equação Full Age Spectrum (FAS) para estimativa da taxa de filtração glomerular no diabetes melito tipo 2

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Luíza Carolina Fagundes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/202787
Resumo: As diretrizes internacionais recomendam a estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG) para detecção da doença renal do diabetes (DRD) usando equações que empregam creatinina, cistatina C ou ambas em combinação, em adição à medida da excreção urinária de albumina. A equação Chronic Kidney Disease Epidemiology (CKD-EPI) tem sido a mais investigada atualmente. No entanto, tem sido observado que essa equação tende a subestimar a TFG no diabetes melito (DM). Recentemente, a equação Full Age Spectrum (FAS) foi desenvolvida com o objetivo de ampliar o espectro de aplicação da equação para todas as faixas etárias e poderia vir a ser uma alternativa mais precisa para o DM. O objetivo desse trabalho foi avaliar a acurácia das equações FAS utilizando os marcadores creatinina e cistatina C séricos em uma população adulta saudável e em pacientes com DM tipo 2 (DM2). Foi empregado delineamento de estudo transversal e foram incluídos como grupo controle adultos com idade superior a 18 anos e que não apresentassem qualquer doença sistêmica ativa, nem uso de medicamentos, exceto anticoncepcionais orais e hormônio da tireoide. O grupo de pacientes com DM2 foi recrutado a partir do ambulatório de Endocrinologia do Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA), tendo como critério de inclusão uma >60 mL/min/1,73m2, medida por 51Cr-EDTA (TFGm), considerada como o método de referência para comparação com as demais. A creatinina sérica foi medida com método Jaffe compensado rastreável, a cistatina C com imunoturbidimetria. A TFG foi estimada com as equações FAS. A análise estatística utilizou concordância de Bland-Altman e cálculo da acurácia, viés e precisão. Foram incluídos 86 adultos saudáveis, idade de 38±15 anos, 65% mulheres, IMC 25±3 kg/m2 e 131 pacientes com DM2, idade de 61±10 anos, 57% mulheres e IMC 30±5 kg/m2. As médias de TFGm, FAScrea e FAScisC (mL/min/1,73 m2) foram, respectivamente, nos saudáveis e DM2: 113±20, 102±17 e 95±18 (p<0,001 para todas as comparações) e 99±28, 80±23 e 68±18 (p<0,001 para todas as comparações). Dessa forma, ambas as equações FAS subestimaram a TFG, tanto nos pacientes com DM como nos saudáveis. Adicionalmente, a acurácia P15 da FAScrea foi de 51% em saudáveis e 35% no DM2; a acurácia da FAScisC foi de 43% nos saudáveis e 12% no DM2, valores marcadamente baixos. Em conclusão, foi demonstrado que a equação FAS creatinina subestima a TFGm e a equação com cistatina C subestima de forma mais acentuada, tanto no DM como em saudáveis. A subestimativa das equações foi sempre mais pronunciada nos indivíduos com DM. Ainda são necessários ajustes para essas equações novas para detecção e classificação da doença renal na população em geral e especialmente no cenário do DM.
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O objetivo desse trabalho foi avaliar a acurácia das equações FAS utilizando os marcadores creatinina e cistatina C séricos em uma população adulta saudável e em pacientes com DM tipo 2 (DM2). Foi empregado delineamento de estudo transversal e foram incluídos como grupo controle adultos com idade superior a 18 anos e que não apresentassem qualquer doença sistêmica ativa, nem uso de medicamentos, exceto anticoncepcionais orais e hormônio da tireoide. O grupo de pacientes com DM2 foi recrutado a partir do ambulatório de Endocrinologia do Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA), tendo como critério de inclusão uma >60 mL/min/1,73m2, medida por 51Cr-EDTA (TFGm), considerada como o método de referência para comparação com as demais. A creatinina sérica foi medida com método Jaffe compensado rastreável, a cistatina C com imunoturbidimetria. A TFG foi estimada com as equações FAS. A análise estatística utilizou concordância de Bland-Altman e cálculo da acurácia, viés e precisão. Foram incluídos 86 adultos saudáveis, idade de 38±15 anos, 65% mulheres, IMC 25±3 kg/m2 e 131 pacientes com DM2, idade de 61±10 anos, 57% mulheres e IMC 30±5 kg/m2. As médias de TFGm, FAScrea e FAScisC (mL/min/1,73 m2) foram, respectivamente, nos saudáveis e DM2: 113±20, 102±17 e 95±18 (p<0,001 para todas as comparações) e 99±28, 80±23 e 68±18 (p<0,001 para todas as comparações). Dessa forma, ambas as equações FAS subestimaram a TFG, tanto nos pacientes com DM como nos saudáveis. Adicionalmente, a acurácia P15 da FAScrea foi de 51% em saudáveis e 35% no DM2; a acurácia da FAScisC foi de 43% nos saudáveis e 12% no DM2, valores marcadamente baixos. Em conclusão, foi demonstrado que a equação FAS creatinina subestima a TFGm e a equação com cistatina C subestima de forma mais acentuada, tanto no DM como em saudáveis. A subestimativa das equações foi sempre mais pronunciada nos indivíduos com DM. Ainda são necessários ajustes para essas equações novas para detecção e classificação da doença renal na população em geral e especialmente no cenário do DM.International guidelines recommend estimation of glomerular filtration rate (GFR) using equations that use creatinine, cystatin C or both in combination to detect diabetes kidney disease (DKD) in addition to urinary albumin excretion measurement. The Chronic Kidney Disease Epidemiology equation (CKD-EPI) has been the most investigated. However, it has been observed that this equation tends to underestimate GFR in some situations such as diabetes mellitus (DM). Recently, the Full Age Spectrum (FAS) equation has been developed to broaden the spectrum of the equation for all age groups and may prove to be a more accurate alternative to DM. The aim of this study was to evaluate the accuracy of FAS equations using serum creatinine and cystatin C in a healthy population and in patients with type 2 DM (T2DM). A cross-sectional study design was used, and adults over 18 years of age were included as control group, no active systemic disease or use of medications except for oral contraceptives and thyroid hormone. The group of patients with T2DM was included from the Endocrinology outpatient clinic of the Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA), characterized by GFR >60 mL/min/1.73 m2, measured with 51Cr-EDTA (GFRm), considered as the reference method for comparison with the equations. Serum creatinine was measured using a traceable compensated Jaffe method, cystatin C with immunoturbidimetry. GFR was estimated with the FAS equations. Statistical analysis used Bland-Altman agreement and accuracy, bias and precision calculation. We included 86 healthy adults, aged 38±15 years, 65% women, BMI 25±3 kg/m2 and 131 DM2 patients, aged 61±10, 57% women and BMI 30±5 kg/m2. The mean GFR, FAScrea and FAScysC (mL/min/1.73 m2) were, respectively, in healthy and T2DM: 113±20, 102±17 and 95±18 (p<0.001 for all comparisons) and 99±28, 80±23 and 68±18 (p <0.001 for all comparisons). Therefore, both in diabetes and healthy subjects, FAS equations markedly underestimate GFR. In addition, FAScrea P15 accuracy in relation to the measured GFR, was 51% in healthy and 35% in T2DM. The accuracy of FAScysC was 43% in healthy and 12% in T2DM. In conclusion, it has been shown that creatinine FAS equation underestimated mGFR, and the cystatin C equation underestimated even more, both in healthy and diabetes patients. The underestimation of the FAS equations was always more pronounced in individuals with DM. Adjustments are still needed for these new equations for detection and classification of kidney disease in general population and especially in DM setting.application/pdfporTaxa de filtração glomerularBiomarcadoresCreatininaCistatina CEstudos transversaisAdultoDiabetes mellitus tipo 2Avaliação da acurácia da nova equação Full Age Spectrum (FAS) para estimativa da taxa de filtração glomerular no diabetes melito tipo 2info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001107979.pdf.txt001107979.pdf.txtExtracted Texttext/plain104967http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202787/2/001107979.pdf.txtd18e4d45f889f06d6528b9c2b2eb2523MD52ORIGINAL001107979.pdfTexto completoapplication/pdf1341000http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202787/1/001107979.pdf4a60ee5b66475b2d8a108505f3a996e4MD5110183/2027872023-02-15 04:24:30.004022oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202787Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-02-15T06:24:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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