A emergência do aluno-trabalhador no Brasil no contexto do PROEJA
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/8863 |
Resumo: | Esta pesquisa, com inspiração arquegenealógica a partir dos Estudos Foucaultianos em Educação, examina a emergência do aluno-trabalhador nas políticas de educação profissional e da educação de jovens e adultos no Brasil, a partir de um recorte específico, que são os alunos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) na atualidade. O grande operador teórico-metodológico que amarra toda a problematização ora proposta é o conceito de discurso em Foucault, entendido como uma prática que produz os objetos dos quais fala. A pesquisa foi realizada a partir de análise documental, examinando legislações brasileiras do século XVI ao século XXI, totalizando 106 documentos, bem como por meio da realização de cinco grupos focais com alunos de um curso de Administração do PROEJA em um Instituto Federal da serra gaúcha entre 2017 e 2018. As análises foram subdivididas em períodos relacionados a regularidades e deslocamentos de cada época, os quais nomeei como: A educação e os gentios (1548-1798); O Império e os ensaios para o ensino de adultos (1808-1888); A República e os aprendizes (1889-1931); A alfabetização e a profissionalização (1934-1985); O empresariamento de si (1988–2018). Nesses períodos, deslocamo-nos de uma sociedade de soberania, com punições e práticas de exclusão, buscando tirar os sujeitos de um suposto estado de selvageria; para uma sociedade disciplinar, com práticas de inclusão e correção; para uma sociedade da regulamentação, em que a filiação entre educação e trabalho se constituirá como forte dispositivo de segurança a partir da governamentalização do Estado, que se dava a partir do século XVIII; para, no contemporâneo, uma sociedade do desempenho. Não se trata de substituições, mas de acoplamentos que mantêm certas regularidades, como: o lugar de falta (etária, moral, intelectual) do aluno-trabalhador; o enunciado da aptidão; o enunciado do risco do ócio e da vadiagem (em algum momento, considerados crimes); as políticas de educação profissional majoritariamente voltadas para crianças e adolescentes; a separação por gênero e classe social; a exclusão da população indígena e afro-brasileira das políticas públicas, em um país que se deslocou de uma sociedade agrária para uma sociedade industrial e hoje é atravessado pela perspectiva desse contemporâneo capitalismo, que operará com os enunciados de flexibilização, competências e multifuncionalidade. Falamos no presente, pois, de um empresariamento de si muito mais vinculado a uma precarização das relações de trabalho do que ao empreendedorismo propagado como a solução para a crise econômica e o problema da empregabilidade. |
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2019-10-04T14:17:03Z2019-10-04T14:17:03Z2019-07-10Submitted by JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA (josianeso) on 2019-10-04T14:17:03Z No. of bitstreams: 1 Rodrigo Dullius_.pdf: 2606281 bytes, checksum: e7e282809329ad3426366dfc12eebde0 (MD5)Made available in DSpace on 2019-10-04T14:17:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rodrigo Dullius_.pdf: 2606281 bytes, checksum: e7e282809329ad3426366dfc12eebde0 (MD5) Previous issue date: 2019-07-10Esta pesquisa, com inspiração arquegenealógica a partir dos Estudos Foucaultianos em Educação, examina a emergência do aluno-trabalhador nas políticas de educação profissional e da educação de jovens e adultos no Brasil, a partir de um recorte específico, que são os alunos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) na atualidade. O grande operador teórico-metodológico que amarra toda a problematização ora proposta é o conceito de discurso em Foucault, entendido como uma prática que produz os objetos dos quais fala. A pesquisa foi realizada a partir de análise documental, examinando legislações brasileiras do século XVI ao século XXI, totalizando 106 documentos, bem como por meio da realização de cinco grupos focais com alunos de um curso de Administração do PROEJA em um Instituto Federal da serra gaúcha entre 2017 e 2018. As análises foram subdivididas em períodos relacionados a regularidades e deslocamentos de cada época, os quais nomeei como: A educação e os gentios (1548-1798); O Império e os ensaios para o ensino de adultos (1808-1888); A República e os aprendizes (1889-1931); A alfabetização e a profissionalização (1934-1985); O empresariamento de si (1988–2018). Nesses períodos, deslocamo-nos de uma sociedade de soberania, com punições e práticas de exclusão, buscando tirar os sujeitos de um suposto estado de selvageria; para uma sociedade disciplinar, com práticas de inclusão e correção; para uma sociedade da regulamentação, em que a filiação entre educação e trabalho se constituirá como forte dispositivo de segurança a partir da governamentalização do Estado, que se dava a partir do século XVIII; para, no contemporâneo, uma sociedade do desempenho. Não se trata de substituições, mas de acoplamentos que mantêm certas regularidades, como: o lugar de falta (etária, moral, intelectual) do aluno-trabalhador; o enunciado da aptidão; o enunciado do risco do ócio e da vadiagem (em algum momento, considerados crimes); as políticas de educação profissional majoritariamente voltadas para crianças e adolescentes; a separação por gênero e classe social; a exclusão da população indígena e afro-brasileira das políticas públicas, em um país que se deslocou de uma sociedade agrária para uma sociedade industrial e hoje é atravessado pela perspectiva desse contemporâneo capitalismo, que operará com os enunciados de flexibilização, competências e multifuncionalidade. Falamos no presente, pois, de um empresariamento de si muito mais vinculado a uma precarização das relações de trabalho do que ao empreendedorismo propagado como a solução para a crise econômica e o problema da empregabilidade.This research, with archeogenealogical inspiration from Foucauldian Studies in Education, examines the emergence of the working student in policies for both professional education, and young and adult education in Brazil. The specific focus is on students participating in the National Program for Integration of Professional Education with Basic Education in the Young and Adult Education modality (PROEJA) in the present. The main methodological-theoretical operator that has intertwined the whole problematization here proposed is Foucault’s concept of discourse, understood as a practice that produces the objects of which it speaks. The research involved both a documental analysis examining Brazilian laws from the 16th to 21st century, totalizing 106 documents, and five focus groups with students attending a PROEJA Management course in a Federal Institute in the highlands of Rio Grande do Sul in 2017 and 2018. The analyses were subdivided into periods related to regularities and displacements, as follows: Education and the gentiles (1548-1798); The Empire and attempts at adult education (1808-1888); The Republic and the learners (1889-1931); Literacy and professionalization (1934-1985); The entrepreneurial self (1988-2018). Along these periods, we have moved from a sovereign society, with its punishment and exclusion practices aimed at getting the subjects out of an alleged state of savagery; to a disciplinary society, with its inclusion and correction practices; to a regulating society, in which the connection between education and work consists of a strong security dispositive derived from the governmentalization of the State, started in the 18th century; to the contemporary performance society. This does not mean that there have been replacements; rather, there have been couplings that keep certain regularities, such as: the working student’s place of (age, moral, intellectual) lack; the statement of aptitude; the statement of the risk of idleness and vagrancy (regarded as crimes at some moment); the policies of professional education, which are mostly intended for children and adolescents; the separation by gender and social class; the exclusion of the Indigenous and African-Brazilian populations from the public policies, in a country that has passed from an agrarian to an industrial society, and has been crossed by the perspective of the contemporary capitalism, which has operated with the statements of flexibilization, competences and multi-functionality. Hence, we mean an entrepreneurial self, associated to the precariousness of work relations, rather than entrepreneurship propagated as the solution to both the economic crisis and the employability problem.NenhumaDullius, Rodrigohttp://lattes.cnpq.br/6654478160647996http://lattes.cnpq.br/5324014715865436Schuler, BetinaUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoUnisinosBrasilEscola de HumanidadesA emergência do aluno-trabalhador no Brasil no contexto do PROEJAACCNPQ::Ciências Humanas::EducaçãoAluno-trabalhadorPROEJALegislação educacionalDiscursoArque genealogiaWorking studentPROEJAEducation lawDiscourseArcheogenealogicinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/8863info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALRodrigo Dullius_.pdfRodrigo Dullius_.pdfapplication/pdf2606281http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/8863/1/Rodrigo+Dullius_.pdfe7e282809329ad3426366dfc12eebde0MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82099http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/8863/2/license.txte130fff006551e19abf270f718b7ab21MD52UNISINOS/88632019-10-04 11:19:02.266oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/8863Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUj9QUklBIExJQ0VOP0EKCkVzdGEgbGljZW4/YSBkZSBleGVtcGxvID8gZm9ybmVjaWRhIGFwZW5hcyBwYXJhIGZpbnMgaW5mb3JtYXRpdm9zLgoKTGljZW4/YSBERSBESVNUUklCVUk/P08gTj9PLUVYQ0xVU0lWQQoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhPz9vIGRlc3RhIGxpY2VuP2EsIHZvYz8gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlID8gClVuaXZlcnNpZGFkZSBkbyBWYWxlIGRvIFJpbyBkb3MgU2lub3MgKFVOSVNJTk9TKSBvIGRpcmVpdG8gbj9vLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgCmRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cj9uaWNvIGUgCmVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyBmb3JtYXRvcyA/dWRpbyBvdSB2P2Rlby4KClZvYz8gY29uY29yZGEgcXVlIGEgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGU/ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gCnBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YT8/by4KClZvYz8gdGFtYj9tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjP3BpYSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IApkaXNzZXJ0YT8/byBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbj9hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmE/P28uCgpWb2M/IGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gPyBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSB2b2M/IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIApuZXN0YSBsaWNlbj9hLiBWb2M/IHRhbWI/bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcD9zaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vIG4/bywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1P20uCgpDYXNvIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvYz8gbj9vIHBvc3N1aSBhIHRpdHVsYXJpZGFkZSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHZvYz8gCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3M/byBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyID8gU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIApvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW4/YSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0PyBjbGFyYW1lbnRlIAppZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZT9kbyBkYSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFRFU0UgT1UgRElTU0VSVEE/P08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9DP05JTyBPVSAKQVBPSU8gREUgVU1BIEFHP05DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyBPUkdBTklTTU8gUVVFIE4/TyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9DPyBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVM/TyBDT01PIApUQU1CP00gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQT8/RVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCkEgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSAKZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vLCBlIG4/byBmYXI/IHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYT8/bywgYWw/bSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbj9hLgo=Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2019-10-04T14:19:02Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
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