As relações entre ética e política na concepção da justiça perante o terceiro em Levinas
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4844 |
Resumo: | Este trabalho pretende sustentar a tese de que a relação entre ética e política no pensamento de Levinas desemboca num vínculo de interdependência e de conflito que conduz por fim a uma “tensão paradoxal”. Se, por um lado, a política necessita da ética para não ficar entregue a si mesma, evitando assim o constante risco de tirania, por outro lado, a ética sozinha não dá conta da justiça institucional, clamada pelo Terceiro presente no rosto do Outro, tornando a política igualmente necessária. No entanto, não deve haver entre política e ética qualquer tipo de derivação ou fusão. Não obstante, se considerado positivamente, o Estado deve perseguir a justiça; há assim uma espécie de aporia entre a administração da justiça através dos tribunais e o mandato ético de não outorgar sentido ao sofrimento essencialmente gratuito de outrem, exigido pela relação face a face. Perante esse cenário, parte-se da hipótese de que é implausível que, no conjunto da obra de Levinas, se possa estabelecer uma relação clara e definitiva entre ética e política. Porém, se defende a hipótese de que é legítimo pensar em dois grandes momentos no pensamento de Levinas em relação à política, a saber: no primeiro, que vai até Totalité et Infini, o destaque recairia numa perspectiva crítica da política; onde a relação é estabelecida em termos puramente negativos, pois política significa suspensão da ética; esta última, por sua vez, se formaria em oposição à política. Na segunda fase, que começa com o aparecimento de Autrement qu´être, se postula uma perspectiva construtiva da política, que possibilita a formação de um vínculo positivo com a ética através da figura do Terceiro. No confronto desses dois grandes momentos, pretende-se desenvolver a tese, qual seja: As relações entre ética e política na concepção da justiça perante o Terceiro em Levinas. A política deriva, em Levinas, da justiça ou do direito infinito do outro. O que, quanto à análise da relação do ético e do político em Emmanuel Levinas, implica a sua breve explicitação em dois compassos de um mesmo movimento. Conclui-se, então que a ordem estatal justa tem a ética como fundamento, ao mesmo tempo em que seu surgimento é dado pela insuficiência da própria ética. Tal Estado visa garantir a justiça ao terceiro e, com isso, corrigir a assimetria. Todavia, mesmo que o Estado seja justo, há um permanente e inevitável vácuo entre ética e política. Entre a invisibilidade (dizer) do rosto e sua visibilidade (dito): há um excesso aporético. |
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2015-10-09T16:55:56Z2015-10-09T16:55:56Z2015-03-23Submitted by Silvana Teresinha Dornelles Studzinski (sstudzinski) on 2015-10-09T16:55:56Z No. of bitstreams: 1 FELIPE CÉSAR MARQUES TUPINAMBÁ_.pdf: 771567 bytes, checksum: 344de9818d4e27779408b5b98b83abbd (MD5)Made available in DSpace on 2015-10-09T16:55:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 FELIPE CÉSAR MARQUES TUPINAMBÁ_.pdf: 771567 bytes, checksum: 344de9818d4e27779408b5b98b83abbd (MD5) Previous issue date: 2015-03-23Este trabalho pretende sustentar a tese de que a relação entre ética e política no pensamento de Levinas desemboca num vínculo de interdependência e de conflito que conduz por fim a uma “tensão paradoxal”. Se, por um lado, a política necessita da ética para não ficar entregue a si mesma, evitando assim o constante risco de tirania, por outro lado, a ética sozinha não dá conta da justiça institucional, clamada pelo Terceiro presente no rosto do Outro, tornando a política igualmente necessária. No entanto, não deve haver entre política e ética qualquer tipo de derivação ou fusão. Não obstante, se considerado positivamente, o Estado deve perseguir a justiça; há assim uma espécie de aporia entre a administração da justiça através dos tribunais e o mandato ético de não outorgar sentido ao sofrimento essencialmente gratuito de outrem, exigido pela relação face a face. Perante esse cenário, parte-se da hipótese de que é implausível que, no conjunto da obra de Levinas, se possa estabelecer uma relação clara e definitiva entre ética e política. Porém, se defende a hipótese de que é legítimo pensar em dois grandes momentos no pensamento de Levinas em relação à política, a saber: no primeiro, que vai até Totalité et Infini, o destaque recairia numa perspectiva crítica da política; onde a relação é estabelecida em termos puramente negativos, pois política significa suspensão da ética; esta última, por sua vez, se formaria em oposição à política. Na segunda fase, que começa com o aparecimento de Autrement qu´être, se postula uma perspectiva construtiva da política, que possibilita a formação de um vínculo positivo com a ética através da figura do Terceiro. No confronto desses dois grandes momentos, pretende-se desenvolver a tese, qual seja: As relações entre ética e política na concepção da justiça perante o Terceiro em Levinas. A política deriva, em Levinas, da justiça ou do direito infinito do outro. O que, quanto à análise da relação do ético e do político em Emmanuel Levinas, implica a sua breve explicitação em dois compassos de um mesmo movimento. Conclui-se, então que a ordem estatal justa tem a ética como fundamento, ao mesmo tempo em que seu surgimento é dado pela insuficiência da própria ética. Tal Estado visa garantir a justiça ao terceiro e, com isso, corrigir a assimetria. Todavia, mesmo que o Estado seja justo, há um permanente e inevitável vácuo entre ética e política. Entre a invisibilidade (dizer) do rosto e sua visibilidade (dito): há um excesso aporético.This work intends to support the thesis that the relationship between ethics and politics in the thought of Levinas leads in a bond of interdependence and tension that leads to a “pardoxal tension”. On the one hand, the politics needs ethics not to be left to, avoiding the constant risk of tyranny. On the other hand, the ethics alone does not account for the institutional justice, claimed to be the third present on the face of the Other, making the politics also needed. However, there should not be between politics and ethics any derivation or merger. However, if considered positively, the state should pursue justice, so there is a stalemate between the justice administration through the courts and the ethical mandate to not give meaning to essentially voluntary suffering of others required by face to face relationship. Against this background, we start from the hypothesis that it is implausible that the whole of Levinas’s work can establish a clear and definite relationship between ethics and politics. However, we defend the hypothesis that it is legitimate to think of two great moments in the thought of Levinas on the politics, namely: the first, which goes to Totalité et Infini, the highlight would fall in a critical view of the politics; where the relation is established in a purely negative terms, it means politics suspension of ethics, the latter in turn would be formed in opposition to the politics; In the second phase, which begins with the appearance of Autrement qu'être, it is postulated a constructive view of the politics that enables the formation of a positive relationship with the ethics through the third figure. In the comparison of these two great moments, we intend to develop our thesis: The relationship between ethics and politics in the conception of justice at the Third in Levinas. The politics drifts, in Levinas, justice or the infinite rights of others. What, on the analysis of the ethical and political Emmanuel Levinas, implies its brief explanation on two measures of the same movement. Thus we come to the conclusion that the fair state order has ethics as a foundation at the same time that its appearance is given by the lackness of ethics itself. The State seeks to ensure justice to the third one and thus correct the asymmetry. However, even if the state is fair there is a vacuum between ethics and politics. Among the invisibility of the face and its visibility: there is a aporetic excess.NenhumaTupinambá, Felipe César Marqueshttp://lattes.cnpq.br/7692041841889694http://lattes.cnpq.br/0894404184863986Ruiz, Castor Mari Martín BartoloméUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUnisinosBrasilEscola de HumanidadesAs relações entre ética e política na concepção da justiça perante o terceiro em LevinasACCNPQ::Ciências Humanas::FilosofiaLevinasÉticaPolíticaTerceiroJustiçaEthicsPoliticsThirdJusticeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4844info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALFELIPE CÉSAR MARQUES TUPINAMBÁ_.pdfFELIPE CÉSAR MARQUES TUPINAMBÁ_.pdfapplication/pdf771567http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/4844/1/FELIPE+C%C3%89SAR+MARQUES+TUPINAMB%C3%81_.pdf344de9818d4e27779408b5b98b83abbdMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/4844/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52UNISINOS/48442015-10-09 13:58:14.691oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/4844Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2015-10-09T16:58:14Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
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