“Como é que vou dizer...” : a coconstrução de sentidos nas narrativas orais de uma pessoa com atrofia cortical posterior

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Custodio, Katiuscia de Almeida
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
Texto Completo: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7964
Resumo: A Atrofia Cortical Posterior (ACP) é uma neurodegenerência que afeta a linguagem e, consequentemente, as interações de quem é acometido por essa patologia nas diversas relações cotidianas. Frente a esse quadro, a presente dissertação busca discutir a relação intrínseca entre interação, linguagem e cognição, tendo como objetivo analisar a participação de uma pessoa acometida pela Atrofia Cortical Posterior em interações orais cotidianas, verificando a forma como o discurso se configura no ponto de vista textual-interativo. Esta pesquisa constitui-se em um estudo qualitativo, alicerçado em três campos de investigação: a Análise da Conversação (MARCUSCHI, 1986), os estudos da Narrativa Oral, especificamente, a abordagem das dimensões da narrativa proposta por Ochs e Capps (2001), e a Linguística Textual, especificamente na noção de referenciação (REICHLER-BÉGUELIN, 1988; MONDADA; DUBOIS, 2003; MARCUSCHI; KOCH, 2006). O corpus deste trabalho é constituído por gravações em áudio e/ou vídeo de interações realizadas entre um pesquisador e uma participante diagnosticada com ACP, sem roteiro pré-estabelecido, abrangendo o período entre abril de 2016 e agosto de 2017. A análise desse corpus permitiu constatar que a participante diagnosticada com ACP realiza diferentes estratégias linguísticas e discursivas durante as interações face a face, para interagir em situações cotidianas de conversação. Dentre essas estratégias, destacamos as narrativas coconstruídas que emergem e são integradas ao tópico discursivo da interação. É possível observar em nossos dados que, no contexto da ACP, as narrativas são interacionalmente coconstruídas, não sendo apenas uma forma de relatar fatos, mas, também um processo de construção de referentes com o interlocutor. Nossas análises demonstram que o caráter colaborativo próprio da linguagem se sobrepõe às dificuldades impostas pela patologia da participante, fazendo uso de diversas estratégias sociocognitivas com o objetivo de manter-se ativa no curso da interação. Além disso, as narrativas desempenhadas por Joana, participante do presente estudo diagnosticada com ACP, atreladas ao discurso em jogo, revelam uma característica fundamentalmente de coconstrução, unindo a materialidade textual-interativa que ocorre na performance narrativa com as diferentes formas que ela utiliza ao moldar a ação de contar as histórias com o interlocutor. As análises demonstram que ao narrar uma história, Joana está mais do que simplesmente contando um fato. Através dessa atividade discursiva, a participante coconstrói referentes com o interlocutor, evidenciando o trabalho sociocognitivo próprio da linguagem, em uma atitude colaborativa, conforme propõe Clark (1992; 1996), como sendo um atributo próprio da linguagem, a ação conjunta intrínseca às práticas interacionais cotidianas. Além disso, tais narrativas por apresentarem uma estrutura mais flexível e permitirem a conarração, instauram-se como um espaço interacional por meio do qual Joana ressignifica suas experiências, reativa memórias e negocia sentidos com o interlocutor, demonstrando a atividade sociocognitiva que a auxilia a contornar déficits de linguagem ocasionados pela doença que surgem durante as interações, apoiando-se nos conhecimentos do interagente.
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Esta pesquisa constitui-se em um estudo qualitativo, alicerçado em três campos de investigação: a Análise da Conversação (MARCUSCHI, 1986), os estudos da Narrativa Oral, especificamente, a abordagem das dimensões da narrativa proposta por Ochs e Capps (2001), e a Linguística Textual, especificamente na noção de referenciação (REICHLER-BÉGUELIN, 1988; MONDADA; DUBOIS, 2003; MARCUSCHI; KOCH, 2006). O corpus deste trabalho é constituído por gravações em áudio e/ou vídeo de interações realizadas entre um pesquisador e uma participante diagnosticada com ACP, sem roteiro pré-estabelecido, abrangendo o período entre abril de 2016 e agosto de 2017. A análise desse corpus permitiu constatar que a participante diagnosticada com ACP realiza diferentes estratégias linguísticas e discursivas durante as interações face a face, para interagir em situações cotidianas de conversação. Dentre essas estratégias, destacamos as narrativas coconstruídas que emergem e são integradas ao tópico discursivo da interação. É possível observar em nossos dados que, no contexto da ACP, as narrativas são interacionalmente coconstruídas, não sendo apenas uma forma de relatar fatos, mas, também um processo de construção de referentes com o interlocutor. Nossas análises demonstram que o caráter colaborativo próprio da linguagem se sobrepõe às dificuldades impostas pela patologia da participante, fazendo uso de diversas estratégias sociocognitivas com o objetivo de manter-se ativa no curso da interação. Além disso, as narrativas desempenhadas por Joana, participante do presente estudo diagnosticada com ACP, atreladas ao discurso em jogo, revelam uma característica fundamentalmente de coconstrução, unindo a materialidade textual-interativa que ocorre na performance narrativa com as diferentes formas que ela utiliza ao moldar a ação de contar as histórias com o interlocutor. As análises demonstram que ao narrar uma história, Joana está mais do que simplesmente contando um fato. Através dessa atividade discursiva, a participante coconstrói referentes com o interlocutor, evidenciando o trabalho sociocognitivo próprio da linguagem, em uma atitude colaborativa, conforme propõe Clark (1992; 1996), como sendo um atributo próprio da linguagem, a ação conjunta intrínseca às práticas interacionais cotidianas. Além disso, tais narrativas por apresentarem uma estrutura mais flexível e permitirem a conarração, instauram-se como um espaço interacional por meio do qual Joana ressignifica suas experiências, reativa memórias e negocia sentidos com o interlocutor, demonstrando a atividade sociocognitiva que a auxilia a contornar déficits de linguagem ocasionados pela doença que surgem durante as interações, apoiando-se nos conhecimentos do interagente.Posterior Cortical Atrophy (PCA) is a neurodegeneration that affects the language and, consequently, the interactions of those who are affected by this pathology in their various daily relations. In view of this situation, this thesis seeks to discuss the intrinsic relationship between interaction, language and cognition, aiming to analyze a person affected by posterior cortical atrophy’s participation in daily oral interactions, verifying the way in which the speech is realized from a textual-interactive perspective. To this end, this research follows a qualitative design, based on three research fields: Conversation Analysis (MARCUSCHI, 1986), Oral Narrative studies—more specifically, the narrative dimension approach proposed by Ochs and Capps (2001)—and Textual Linguistics, particularly the notion of referral (REICHLER-BÉGUELIN, 1988; MONDADA; DUBOIS, 2003; MARCUSCHI; KOCH, 2006). This work’s corpus consists of audio and video recordings of interactions between a researcher and a participant diagnosed with PCA, without a pre-established script, covering the period between April, 2016 and August, 2017. The analysis of this corpus allowed us to verify that the participant diagnosed with PCA performs different linguistic and discursive strategies during face-to-face interactions to interact in everyday conversational situations. Among these strategies we highlight the co-constructed narratives that emerge and are integrated into the discursive topic of interaction. It is possible to observe in our data that, in the PCA context, narratives are interactively co-constructed, not only characterizing a way of reporting facts, but also a process of constructing referents with the interlocutor. Our analyses demonstrate that the collaborative nature of language overlays the difficulties imposed by the participant’s pathology, making use of several sociocognitive strategies in order to remain active in the course of interaction. Furthermore, the narratives performed by Joana, participant of this study diagnosed with PCA, coupled with the discourse at play, reveal a fundamental characteristic of co-construction, combining the textual-interactive materiality that occurs in narrative performance with the different forms she uses while shaping the act of telling stories with an interlocutor. The analyses show that in telling a story, Joana is more than simply narrating a fact. Through this discursive activity, the participant co-constructs referents with the interlocutor, evidencing the sociocognitive work of language, in a collaborative attitude, as proposed by Clark (1992; 1996) as being a proper attribute of language, the joint action intrinsic to everyday interactional practices. Moreover, these narratives, as they present a more flexible structure and allow co-narration, establish themselves as an interactional area through which Joan re-signifies her experiences, reactivates her memories and negotiates meanings with the interlocutor demonstrating the sociocognitive activity that helps her to circumvent language deficits (caused by the disease) that arise during the interactions, relying on the interactions of the interacting agent.Fundo Pe Theobaldo FrantzCustodio, Katiuscia de Almeidahttp://lattes.cnpq.br/1323403922118122http://lattes.cnpq.br/7281665889491787Mira, Caio César Costa RibeiroUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em Linguística AplicadaUnisinosBrasilEscola da Indústria Criativa“Como é que vou dizer...” : a coconstrução de sentidos nas narrativas orais de uma pessoa com atrofia cortical posteriorACCNPQ::Lingüística, Letras e Artes::LingüísticaAtrofia Cortical PosteriorReferenciaçãoNarrativas OraisPosterior Cortical AtrophyReferralOral Narrativesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7964info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALKatiuscia de Almeida Custodio_.pdfKatiuscia de Almeida Custodio_.pdfapplication/pdf1147040http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/7964/1/Katiuscia+de+Almeida+Custodio_.pdf128fa63f60687fa2788217fb2b3a0e3eMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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description A Atrofia Cortical Posterior (ACP) é uma neurodegenerência que afeta a linguagem e, consequentemente, as interações de quem é acometido por essa patologia nas diversas relações cotidianas. Frente a esse quadro, a presente dissertação busca discutir a relação intrínseca entre interação, linguagem e cognição, tendo como objetivo analisar a participação de uma pessoa acometida pela Atrofia Cortical Posterior em interações orais cotidianas, verificando a forma como o discurso se configura no ponto de vista textual-interativo. Esta pesquisa constitui-se em um estudo qualitativo, alicerçado em três campos de investigação: a Análise da Conversação (MARCUSCHI, 1986), os estudos da Narrativa Oral, especificamente, a abordagem das dimensões da narrativa proposta por Ochs e Capps (2001), e a Linguística Textual, especificamente na noção de referenciação (REICHLER-BÉGUELIN, 1988; MONDADA; DUBOIS, 2003; MARCUSCHI; KOCH, 2006). O corpus deste trabalho é constituído por gravações em áudio e/ou vídeo de interações realizadas entre um pesquisador e uma participante diagnosticada com ACP, sem roteiro pré-estabelecido, abrangendo o período entre abril de 2016 e agosto de 2017. A análise desse corpus permitiu constatar que a participante diagnosticada com ACP realiza diferentes estratégias linguísticas e discursivas durante as interações face a face, para interagir em situações cotidianas de conversação. Dentre essas estratégias, destacamos as narrativas coconstruídas que emergem e são integradas ao tópico discursivo da interação. É possível observar em nossos dados que, no contexto da ACP, as narrativas são interacionalmente coconstruídas, não sendo apenas uma forma de relatar fatos, mas, também um processo de construção de referentes com o interlocutor. Nossas análises demonstram que o caráter colaborativo próprio da linguagem se sobrepõe às dificuldades impostas pela patologia da participante, fazendo uso de diversas estratégias sociocognitivas com o objetivo de manter-se ativa no curso da interação. Além disso, as narrativas desempenhadas por Joana, participante do presente estudo diagnosticada com ACP, atreladas ao discurso em jogo, revelam uma característica fundamentalmente de coconstrução, unindo a materialidade textual-interativa que ocorre na performance narrativa com as diferentes formas que ela utiliza ao moldar a ação de contar as histórias com o interlocutor. As análises demonstram que ao narrar uma história, Joana está mais do que simplesmente contando um fato. Através dessa atividade discursiva, a participante coconstrói referentes com o interlocutor, evidenciando o trabalho sociocognitivo próprio da linguagem, em uma atitude colaborativa, conforme propõe Clark (1992; 1996), como sendo um atributo próprio da linguagem, a ação conjunta intrínseca às práticas interacionais cotidianas. Além disso, tais narrativas por apresentarem uma estrutura mais flexível e permitirem a conarração, instauram-se como um espaço interacional por meio do qual Joana ressignifica suas experiências, reativa memórias e negocia sentidos com o interlocutor, demonstrando a atividade sociocognitiva que a auxilia a contornar déficits de linguagem ocasionados pela doença que surgem durante as interações, apoiando-se nos conhecimentos do interagente.
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