Conceito de pessoa em John Rawls: críticas e perspectivas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Trindade, Ubiratan
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
Texto Completo: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6041
Resumo: Um dos objetivos desta investigação é apresentar ao leitor o debate entre comunitaristas (holistas) e liberais individualistas (atomistas), esclarecendo os pressupostos defendidos por ambos no que diz respeito às suas visões de pessoa e sociedade. Partindo da reflexão dos elementos centrais da teoria de Rawls, nas obras A Theory of Justice (1971) e Political Liberalism (1993), nós avaliamos a plausibilidade e o grau de sustentação de sua doutrina frente aos seus mais destacados críticos no campo do comunitarismo, entre os quais, Michael Sandel e Charles Taylor, destacando suas principais objeções à obra de Rawls, mais precisamente à concepção moral de pessoa na posição original. Mostramos que a teoria da justiça como equidade é compatível com as exigências ontológicas e epistemológicas das sociedades complexas contemporâneas, afirmando que o agente moral submetido a uma situação de escolha na posição original possui a noção de senso de justiça e empatia em relação aos demais membros da sociedade. A partir da crítica feita à Rawls pelos comunitaristas, procedemos na defesa de seus pressupostos fundamentais, ou seja, na plausibilidade da complementaridade entre uma concepção deontológica e teleológica de sociedade, na qual o justo e o bem podem ser complementares, como forma de superação dos conflitos políticos proporcionando então, a pretendida estabilidade e unidade das instituições sociais. Destacamos, ainda, a importância da noção de pessoa no modelo de representação oferecido por Rawls e conhecido como “posição original” mostrando que o modelo neocontratualista de Rawls não corresponde a uma concepção abstrata ou atomizada de pessoa. O objetivo central dessa tese foi responder se nossas escolhas do que é certo ou errado se dão a partir de uma concepção naturalizada de pessoa (conhecimento inato) ou de uma concepção política de pessoa (cultural), ou, até mesmo, da complementariedade de ambas. Se confirmada a hipótese da complementariedade entre as duas concepções, estaremos aptos a dar uma resposta às críticas endereçadas a Rawls por parte dos comunitaristas, mostrando que sua teoria não é abstrata ou atomista. A partir dessas considerações, analisamos na obra Elements of Moral Cognition, de John Mikhail, sua interpretação do equilíbrio reflexivo rawlsiano e a concepção naturalizada de pessoa, que afirma que os seres humanos possuem um conhecimento inato de uma variedade de regras, conceitos e princípios morais ou até mesmo jurídicos. Na obra Why Political Liberalism? de Paul Weithman, trabalhamos uma concepção política de pessoa, dando destaque para a reformulação da teoria de Rawls a partir da obra Political Liberalism (1993) mostrando a distinção entre o conceito moral de pessoa em A Theory of Justice (1971) e em Political Liberalism (1993).
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Partindo da reflexão dos elementos centrais da teoria de Rawls, nas obras A Theory of Justice (1971) e Political Liberalism (1993), nós avaliamos a plausibilidade e o grau de sustentação de sua doutrina frente aos seus mais destacados críticos no campo do comunitarismo, entre os quais, Michael Sandel e Charles Taylor, destacando suas principais objeções à obra de Rawls, mais precisamente à concepção moral de pessoa na posição original. Mostramos que a teoria da justiça como equidade é compatível com as exigências ontológicas e epistemológicas das sociedades complexas contemporâneas, afirmando que o agente moral submetido a uma situação de escolha na posição original possui a noção de senso de justiça e empatia em relação aos demais membros da sociedade. A partir da crítica feita à Rawls pelos comunitaristas, procedemos na defesa de seus pressupostos fundamentais, ou seja, na plausibilidade da complementaridade entre uma concepção deontológica e teleológica de sociedade, na qual o justo e o bem podem ser complementares, como forma de superação dos conflitos políticos proporcionando então, a pretendida estabilidade e unidade das instituições sociais. Destacamos, ainda, a importância da noção de pessoa no modelo de representação oferecido por Rawls e conhecido como “posição original” mostrando que o modelo neocontratualista de Rawls não corresponde a uma concepção abstrata ou atomizada de pessoa. O objetivo central dessa tese foi responder se nossas escolhas do que é certo ou errado se dão a partir de uma concepção naturalizada de pessoa (conhecimento inato) ou de uma concepção política de pessoa (cultural), ou, até mesmo, da complementariedade de ambas. Se confirmada a hipótese da complementariedade entre as duas concepções, estaremos aptos a dar uma resposta às críticas endereçadas a Rawls por parte dos comunitaristas, mostrando que sua teoria não é abstrata ou atomista. A partir dessas considerações, analisamos na obra Elements of Moral Cognition, de John Mikhail, sua interpretação do equilíbrio reflexivo rawlsiano e a concepção naturalizada de pessoa, que afirma que os seres humanos possuem um conhecimento inato de uma variedade de regras, conceitos e princípios morais ou até mesmo jurídicos. Na obra Why Political Liberalism? de Paul Weithman, trabalhamos uma concepção política de pessoa, dando destaque para a reformulação da teoria de Rawls a partir da obra Political Liberalism (1993) mostrando a distinção entre o conceito moral de pessoa em A Theory of Justice (1971) e em Political Liberalism (1993).One of the objectives of this research is to present to the reader the debate between communitarians (holists) and individualistic liberals (atomists), enlightening the assumptions defended by both regarding to their visions of person and society. From the reflection of the central elements of Rawls' theory in The Theory of Justice (1971) and Political Liberalism (1993), we assessed the plausibility and sustainability of his doctrine towards his most prominent critics in the communitarianism area, among them, Michael Sandel and Charles Taylor, highlighting their main objections to Rawls's work, more precisely to the moral conception of person in the original position. We showed that the theory of justice as equity is compatible with the ontological and epistemological demands of contemporary complex societies, asserting that the moral agent when submitted to a situation of choice in the original position owns the sense of justice notion and empathy towards the other members of the society. Based on the criticism on Rawls by the communitarians, we proceeded on the defense of his fundamental assumptions, it means, in the plausibility of the complementarity between a deontological and teleological conception of society, in which the just and the good can be complementary, as a way of overcoming political conflicts, and thus providing the desired stability and unity of social institutions. We also emphasize the importance of the notion of person in the model of representation offered by Rawls and known as "original position" showing that Rawls's neocontractualist model does not correspond to an abstract or atomized conception of person. The main objective of this dissertation was to answer whether our choices of what is right or wrong come from a naturalized conception of person (innate knowledge) or from a political conception of (cultural) person, or even from the complementarity of both. If the hypothesis of complementarity between the two conceptions is confirmed, we will be able to answer those criticisms addressed to Rawls by the communitarians, showing that his theory is not abstract or atomistic. From these considerations, we analyzed the work Elements of Moral Cognition written by John Mikhail, his own interpretation of the rawlsian reflexive equilibrium and the naturalized conception of person, which states that human beings have an innate knowledge of a variety of rules, concepts, and moral principles or even legal ones. In the book Why Political Liberalism? by Paul Weithman, we worked on a political conception of person, highlighting the reformulation of Rawls's theory based on the work political Liberalism (1993), showing the distinction between the moral concept of person in A Theory of Justice (1971) and Political Liberalism (1993).Milton ValenteTrindade, Ubiratanhttp://lattes.cnpq.br/5374862881895420http://lattes.cnpq.br/5246255686057823Silveira, Denis Coitinhohttp://lattes.cnpq.br/2755385851635999Helfer, InácioUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUnisinosBrasilEscola de HumanidadesConceito de pessoa em John Rawls: críticas e perspectivasACCNPQ::Ciências Humanas::FilosofiaPessoaComunitarismoLiberalismoDemocraciaRawlsPersonCommunitarianismLiberalismDemocracyinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6041info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALUbiratan Trindade_.pdfUbiratan Trindade_.pdfapplication/pdf1470459http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/6041/1/Ubiratan+Trindade_.pdfd2baa4890ad9b56c9fa1fc0dbb80b4c1MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/6041/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52UNISINOS/60412017-02-14 12:43:33.42oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/6041Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2017-02-14T14:43:33Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false
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