Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7064 |
Resumo: | Esta Tese teve como problemática central compreender como se engendram os processos de subjetivação dos sujeitos que se reconhecem como negros no Brasil contemporâneo e de que modos estas subjetividades contribuem para pensar a educação das relações étnico-raciais. A pesquisa teve como inspiração a perspectiva pós-estruturalista, articulando-se a partir do campo dos Estudos Foucaultianos, das Relações Raciais e da Educação. O fortalecimento da negritude brasileira, evidenciada a partir de 1970, permitiu que ela fosse entendida como uma matriz de experiência, com base no esquema analítico de Foucault. A matriz de experiência da negritude é composta por três eixos: o eixo dos saberes que funcionam como verdades, dos poderes que governam a população negra e o eixo da subjetivação/ética, que permite que os sujeitos negros governem a si mesmos a partir da relação com as verdades da negritude, consigo e com os outros. Para compreender o eixo da subjetivação, foram analisadas 36 narrativas autobiográficas produzidas e publicadas por mulheres negras no blog Blogueiras Negras, entre os anos de 2013 a 2016. Nesta pesquisa, as noções de discurso e de escrita de si operaram como ferramentas teórico-metodológicas. O Blogueiras Negras funciona como um potente espaço educativo, tanto pelo governamento dos modos de constituir-se mulher negra, quanto por acionar a aprendizagem permanente dos sujeitos que estão em contato com o blog, incluindo a gestão dos afetos e a luta contra a discriminação racial. Além da descrição e da análise do processo de subjetivação identitário e do ressentimento racial, escola e docência foram problematizadas a partir das narrativas selecionadas, o que permitiu pensar sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais. Deste modo, defende-se a tese de que o processo de subjetivação identitário, vivenciado pelos sujeitos que fazem parte da matriz de experiência da negritude, tem como um dos seus principais efeitos a expressão do ressentimento racial. O ressentimento coloca as relações raciais em tensionamento e pode ser canalizado para a luta política e a transformação ética. Na medida em que a docência for constituída pelo compromisso com uma educação antirracista e pelas dimensões ética, estética e política, a escola pode vir a desenvolver processos de in/exclusão menos violentos e relações raciais que resultem, sobretudo, em subjetividades singulares. |
id |
USIN_b030bd334436b79bf99b82ea3c69719f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/7064 |
network_acronym_str |
USIN |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
repository_id_str |
|
spelling |
2018-05-15T11:36:51Z2018-05-15T11:36:51Z2018-02-28Submitted by JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA (josianeso) on 2018-05-15T11:36:50Z No. of bitstreams: 1 Viviane Inês Weschenfelder_.pdf: 3054064 bytes, checksum: abe2815c770b90c4735f29c00503acb8 (MD5)Made available in DSpace on 2018-05-15T11:36:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Viviane Inês Weschenfelder_.pdf: 3054064 bytes, checksum: abe2815c770b90c4735f29c00503acb8 (MD5) Previous issue date: 2018-02-28Esta Tese teve como problemática central compreender como se engendram os processos de subjetivação dos sujeitos que se reconhecem como negros no Brasil contemporâneo e de que modos estas subjetividades contribuem para pensar a educação das relações étnico-raciais. A pesquisa teve como inspiração a perspectiva pós-estruturalista, articulando-se a partir do campo dos Estudos Foucaultianos, das Relações Raciais e da Educação. O fortalecimento da negritude brasileira, evidenciada a partir de 1970, permitiu que ela fosse entendida como uma matriz de experiência, com base no esquema analítico de Foucault. A matriz de experiência da negritude é composta por três eixos: o eixo dos saberes que funcionam como verdades, dos poderes que governam a população negra e o eixo da subjetivação/ética, que permite que os sujeitos negros governem a si mesmos a partir da relação com as verdades da negritude, consigo e com os outros. Para compreender o eixo da subjetivação, foram analisadas 36 narrativas autobiográficas produzidas e publicadas por mulheres negras no blog Blogueiras Negras, entre os anos de 2013 a 2016. Nesta pesquisa, as noções de discurso e de escrita de si operaram como ferramentas teórico-metodológicas. O Blogueiras Negras funciona como um potente espaço educativo, tanto pelo governamento dos modos de constituir-se mulher negra, quanto por acionar a aprendizagem permanente dos sujeitos que estão em contato com o blog, incluindo a gestão dos afetos e a luta contra a discriminação racial. Além da descrição e da análise do processo de subjetivação identitário e do ressentimento racial, escola e docência foram problematizadas a partir das narrativas selecionadas, o que permitiu pensar sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais. Deste modo, defende-se a tese de que o processo de subjetivação identitário, vivenciado pelos sujeitos que fazem parte da matriz de experiência da negritude, tem como um dos seus principais efeitos a expressão do ressentimento racial. O ressentimento coloca as relações raciais em tensionamento e pode ser canalizado para a luta política e a transformação ética. Na medida em que a docência for constituída pelo compromisso com uma educação antirracista e pelas dimensões ética, estética e política, a escola pode vir a desenvolver processos de in/exclusão menos violentos e relações raciais que resultem, sobretudo, em subjetividades singulares.The main goal of this Dissertation was to understand how the processes of subjectivation of the subjects whose recognize themselves as Black are produced in contemporary Brazil and how these subjectivities help us to problematize the Multicultural Education. The research relies on post-structuralism perspective, articulating Foucaultian Studies, Racial Relations studies, and the Education field. The strengthening of Brazilian blackness, evidenced since the 1970s, allowed blackness to be understood as a matrix of experience, based on Foucault’s theoretical framework. The blackness’ matrix of experience is composed of three axes: the axis of knowledge that works as truths, the axis of power that governs the Black population, and the axis of subjectivation/ethic, allowing Black subjects to control themselves since the relationship with self, with the blackness’ truths and with others. In order to understand the axis of subjectivation, 36 autobiographical narratives produced and published by Black women in the Blogueiras Negras’ blog, between 2013 and 2016 year, were analyzed. Furthermore, the notions of discourse and self-writing are used as theoretical and methodological tools. Blogueiras Negras works as a strong educative place, because the ways of government to become Black women, as well as to activate the permanent learning of these subjects that are in contact with the blog, including the management of the feelings and the struggle against the racial discrimination. Beyond the description and the analysis of process of identity subjectivation and racial ressentiment, school and teaching were problematized from the selected narratives, what made possible to think about Multicultural Education. Thus, the thesis put forward that the process of identity subjectivation, experienced by the subjects that are part of blackness’ matrix of experience, has as one of the main effects the expression of racial ressentiment. The ressentiment put the racial relations in tension and those feelings may be redirected to the political struggle and the ethical transformation. Insofar as teaching will be constituted by the commitment with an antiracist education and by its ethic, aesthetic and political dimensions, the school could develop fewer violent processes of in/exclusion and racial relations that result, above all, in singular subjectivities.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorWeschenfelder, Viviane Inêshttp://lattes.cnpq.br/6064352088824024http://lattes.cnpq.br/2961121430255733Fabris, Elí Terezinha HennUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoUnisinosBrasilEscola de HumanidadesModos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporâneaACCNPQ::Ciências Humanas::EducaçãoNegritudeMulher negraSubjetivaçãoRessentimentoEducação das Relações Étnico-RaciaisBlacknessSubjectivationRessentimentBlack womenMulticultural Educationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7064info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALViviane Inês Weschenfelder_.pdfViviane Inês Weschenfelder_.pdfapplication/pdf3054064http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/7064/1/Viviane+In%C3%AAs+Weschenfelder_.pdfabe2815c770b90c4735f29c00503acb8MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/7064/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52UNISINOS/70642018-05-15 08:40:10.741oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/7064Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2018-05-15T11:40:10Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea |
title |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea |
spellingShingle |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea Weschenfelder, Viviane Inês ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação Negritude Mulher negra Subjetivação Ressentimento Educação das Relações Étnico-Raciais Blackness Subjectivation Ressentiment Black women Multicultural Education |
title_short |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea |
title_full |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea |
title_fullStr |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea |
title_full_unstemmed |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea |
title_sort |
Modos de (re)existir, de (res)sentir: mulheres negras e relações raciais na educação contemporânea |
author |
Weschenfelder, Viviane Inês |
author_facet |
Weschenfelder, Viviane Inês |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/6064352088824024 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2961121430255733 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Weschenfelder, Viviane Inês |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Fabris, Elí Terezinha Henn |
contributor_str_mv |
Fabris, Elí Terezinha Henn |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação |
topic |
ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação Negritude Mulher negra Subjetivação Ressentimento Educação das Relações Étnico-Raciais Blackness Subjectivation Ressentiment Black women Multicultural Education |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Negritude Mulher negra Subjetivação Ressentimento Educação das Relações Étnico-Raciais |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Blackness Subjectivation Ressentiment Black women Multicultural Education |
description |
Esta Tese teve como problemática central compreender como se engendram os processos de subjetivação dos sujeitos que se reconhecem como negros no Brasil contemporâneo e de que modos estas subjetividades contribuem para pensar a educação das relações étnico-raciais. A pesquisa teve como inspiração a perspectiva pós-estruturalista, articulando-se a partir do campo dos Estudos Foucaultianos, das Relações Raciais e da Educação. O fortalecimento da negritude brasileira, evidenciada a partir de 1970, permitiu que ela fosse entendida como uma matriz de experiência, com base no esquema analítico de Foucault. A matriz de experiência da negritude é composta por três eixos: o eixo dos saberes que funcionam como verdades, dos poderes que governam a população negra e o eixo da subjetivação/ética, que permite que os sujeitos negros governem a si mesmos a partir da relação com as verdades da negritude, consigo e com os outros. Para compreender o eixo da subjetivação, foram analisadas 36 narrativas autobiográficas produzidas e publicadas por mulheres negras no blog Blogueiras Negras, entre os anos de 2013 a 2016. Nesta pesquisa, as noções de discurso e de escrita de si operaram como ferramentas teórico-metodológicas. O Blogueiras Negras funciona como um potente espaço educativo, tanto pelo governamento dos modos de constituir-se mulher negra, quanto por acionar a aprendizagem permanente dos sujeitos que estão em contato com o blog, incluindo a gestão dos afetos e a luta contra a discriminação racial. Além da descrição e da análise do processo de subjetivação identitário e do ressentimento racial, escola e docência foram problematizadas a partir das narrativas selecionadas, o que permitiu pensar sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais. Deste modo, defende-se a tese de que o processo de subjetivação identitário, vivenciado pelos sujeitos que fazem parte da matriz de experiência da negritude, tem como um dos seus principais efeitos a expressão do ressentimento racial. O ressentimento coloca as relações raciais em tensionamento e pode ser canalizado para a luta política e a transformação ética. Na medida em que a docência for constituída pelo compromisso com uma educação antirracista e pelas dimensões ética, estética e política, a escola pode vir a desenvolver processos de in/exclusão menos violentos e relações raciais que resultem, sobretudo, em subjetividades singulares. |
publishDate |
2018 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-05-15T11:36:51Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2018-05-15T11:36:51Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018-02-28 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7064 |
url |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7064 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Educação |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
Unisinos |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Escola de Humanidades |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) instacron:UNISINOS |
instname_str |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) |
instacron_str |
UNISINOS |
institution |
UNISINOS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
collection |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/7064/1/Viviane+In%C3%AAs+Weschenfelder_.pdf http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/7064/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
abe2815c770b90c4735f29c00503acb8 320e21f23402402ac4988605e1edd177 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801845009285120000 |