Esquizofrenia e direção veicular: uma revisão sistemática da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Carolina
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Esper, Caio Del Arco, Faiman, Carla Júlia Segre
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Saúde, Ética & Justiça (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sej/article/view/146128
Resumo: Introdução: O diagnóstico de esquizofrenia vem, ao longo dos anos, carregado de um processo histórico de transformações sob o olhar da sociedade. Nesse âmbito, a esquizofrenia é vista atualmente como doença degenerativa, de caráter demencial progressivo, com prejuízo global de suas funções e declínio cognitivo, gerando muito comumente, uma vida marcada por preconceito e exclusão, inclusive no âmbito de mobilidade no que se diz respeito à direção veicular. Concomitante a esses dados, existe uma escassez de trabalhos de investigação sobre acidentes de automóveis em condutores portadores de esquizofrenia, apesar de alguns estudos apontarem no sentido de maior potencial fator de risco. Objetivo: O objetivo desta revisão bibliográfica foi levantar estudos na literatura que tragam informações acerca do paciente portador de esquizofrenia e direção veicular, buscando responder se podem ou não ser liberados através do exame mental/psicológico. Método: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura científica sobre a relação entre esquizofrenia e direção veicular. Resultados: Existem estudos que sugerem um maior número de infrações às regras de trânsito e acidentes de viação em pacientes esquizofrênicos, porém esta diferença não fora observada por outros autores. Houve uma tendência de distorção de feedback visual nos pacientes em relação à população geral, além de erros de processamento sensorial. Esquizofrênicos que dirigiam apresentaram-se melhores no exame do estado mental que esquizofrênicos não motoristas. As taxas de acidente encontradas foram quase idênticas nos grupos de pacientes com transtornos psicóticos e controle, e que além disso, taxas de acidentes com lesões podem ser equiparadas com as da população geral. Conclusão: Diante dos dados expostos, fica evidente a relação entre esquizofrenia e prejuízo cognitivo. Porém os estudos traçados não permitiram exercer com solidez a aferição destas perdas mentais, e tampouco demonstrar o impacto na direção veicular. Em suma, torna-se de extrema importância investigação mais apurada destes pacientes, para que não sejam indevidamente impedidos de exercer o ato da direção veicular. À medida que mais estudos surgirem, os profissionais da Medicina de Tráfego obterão mais embasamento teórico em sua avaliação mental.
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Objetivo: O objetivo desta revisão bibliográfica foi levantar estudos na literatura que tragam informações acerca do paciente portador de esquizofrenia e direção veicular, buscando responder se podem ou não ser liberados através do exame mental/psicológico. Método: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura científica sobre a relação entre esquizofrenia e direção veicular. Resultados: Existem estudos que sugerem um maior número de infrações às regras de trânsito e acidentes de viação em pacientes esquizofrênicos, porém esta diferença não fora observada por outros autores. Houve uma tendência de distorção de feedback visual nos pacientes em relação à população geral, além de erros de processamento sensorial. Esquizofrênicos que dirigiam apresentaram-se melhores no exame do estado mental que esquizofrênicos não motoristas. As taxas de acidente encontradas foram quase idênticas nos grupos de pacientes com transtornos psicóticos e controle, e que além disso, taxas de acidentes com lesões podem ser equiparadas com as da população geral. Conclusão: Diante dos dados expostos, fica evidente a relação entre esquizofrenia e prejuízo cognitivo. Porém os estudos traçados não permitiram exercer com solidez a aferição destas perdas mentais, e tampouco demonstrar o impacto na direção veicular. Em suma, torna-se de extrema importância investigação mais apurada destes pacientes, para que não sejam indevidamente impedidos de exercer o ato da direção veicular. À medida que mais estudos surgirem, os profissionais da Medicina de Tráfego obterão mais embasamento teórico em sua avaliação mental.Introduction: The diagnosis of schizophrenia has, over the years, been charged with a historical process of transformation under the eyes of society. In this context, schizophrenia is seen as a degenerative disease, with progressive dementia, with global impairment of the patient’s functions and cognitive decline, generating, very commonly, a life marked by prejudice and exclusion, including in the area of ​​mobility with respect to vehicle steering. Concomitant to these data, there is a shortage of research work on car accidents in drivers with schizophrenia, although some studies point to a lack of a higher potential risk factor. Objective: The objective of this literature review for studies about the literature that bring information about the patient with schizophrenia and vehicular direction, seeking respondents may or may not be allowed to drive cars through mental / psychological examination. Methodology: A systematic review of the scientific literature on a relationship between schizophrenia and vehicular direction was carried out. Results: There are studies that suggest a greater number of infractions to the rules of traffic and traffic accidents in schizophrenic patients, but these data are not observed by other authors. There was a tendency for distortion of visual feedback in patients in relation to the general population, in addition to sensory processing errors. Schizophrenics who drove presented themselves better at mental state examination than schizophrenic non-drivers. The accident rates found were very similar in the groups of patients with psychotic disorders and control, and that in addition, injury rates can be equated with the general population. Conclusion: Given the data presented, evidence a relationship between schizophrenia and cognitive impairment. However, the studies traced can not be applied with solidness to the measurement of these mandates, nor they demonstrate the impact in the vehicular sense. In short, these patients become extremely important in the investigation, so that they are not unduly prevented from exercising the act of the vehicular direction. As more studies emerge, Traffic Medicine practitioners gain more theoretical grounding in their mental assessment.Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina do Trabalho.2017-12-12info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionART.application/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sej/article/view/14612810.11606/issn.2317-2770.v22i2p72-80Saúde Ética & Justiça ; v. 22 n. 2 (2017); 72-802317-2770reponame:Saúde, Ética & Justiça (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/sej/article/view/146128/147113https://www.revistas.usp.br/sej/article/view/146128/147114Copyright (c) 2017 Carla Júlia Segre Faiman, Carolina Fernandes, Caio Del Arco Esperinfo:eu-repo/semantics/openAccessFernandes, CarolinaEsper, Caio Del ArcoFaiman, Carla Júlia Segre2019-07-10T14:47:24Zoai:revistas.usp.br:article/146128Revistahttps://www.revistas.usp.br/sej/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/sej/oairevistasej@fm.usp.br||2317-27701414-218Xopendoar:2019-07-10T14:47:24Saúde, Ética & Justiça (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
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