Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Educação e Pesquisa |
DOI: | 10.1590/S1678-4634202248254584por |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938 |
Resumo: | As contribuições teóricas de Pierre Bourdieu permitem estudos sobre os mais diferentes espaços sociais, e, dentre eles, o espaço acadêmico. A partir da teoria bourdieusiana dos campos, nosso objetivo foi investigar se a área de ensino da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pode ser considerada um campo científico relativamente autônomo. Para tanto, buscamos discutir duas questões de pesquisa: 1) qual é a distribuição do capital científico na área de ensino; e 2) quais as implicações dessa distribuição sobre sua constituição como um campo científico. A partir do cruzamento de dados sobre os docentes dos programas da área de ensino com a avaliação dos programas pela Capes, nossa análise revelou que esta área não se constitui enquanto campo científico. Diferentemente do que acontece em campos bem estabelecidos, a maioria dos orientadores da área de ensino provém de muitas áreas científicas diferentes e não reconhece a produção intelectual específica dessa área enquanto capital científico. Supondo que as disputas existentes entre docentes com menos e mais capital científico possam gerar novas conformações da área, uma possível configuração seria a estabilização do subgrupo de docentes de maior capital científico e sua constituição enquanto campo científico, na medida em que seus agentes se tornem cada vez mais conscientes de que sua estrutura cognitiva e seus ideais de educação e de pesquisa são diferentes do que se pretendeu homogeneizar com a criação da área de ensino da Capes. Acreditamos que nossos resultados podem ser uma referência para a reflexão crítica sobre a configuração da área de ensino, ainda a ser realizada por seus agentes. |
id |
USP-11_a4824b6849f5cbbd5d45200bf351db34 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/202938 |
network_acronym_str |
USP-11 |
network_name_str |
Educação e Pesquisa |
spelling |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre BourdieuThe teaching area: drawing from Bourdieu’s field theoryPierre BourdieuCapital científicoCampo científicoPierre BourdieuScientific fieldScience capitalAs contribuições teóricas de Pierre Bourdieu permitem estudos sobre os mais diferentes espaços sociais, e, dentre eles, o espaço acadêmico. A partir da teoria bourdieusiana dos campos, nosso objetivo foi investigar se a área de ensino da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pode ser considerada um campo científico relativamente autônomo. Para tanto, buscamos discutir duas questões de pesquisa: 1) qual é a distribuição do capital científico na área de ensino; e 2) quais as implicações dessa distribuição sobre sua constituição como um campo científico. A partir do cruzamento de dados sobre os docentes dos programas da área de ensino com a avaliação dos programas pela Capes, nossa análise revelou que esta área não se constitui enquanto campo científico. Diferentemente do que acontece em campos bem estabelecidos, a maioria dos orientadores da área de ensino provém de muitas áreas científicas diferentes e não reconhece a produção intelectual específica dessa área enquanto capital científico. Supondo que as disputas existentes entre docentes com menos e mais capital científico possam gerar novas conformações da área, uma possível configuração seria a estabilização do subgrupo de docentes de maior capital científico e sua constituição enquanto campo científico, na medida em que seus agentes se tornem cada vez mais conscientes de que sua estrutura cognitiva e seus ideais de educação e de pesquisa são diferentes do que se pretendeu homogeneizar com a criação da área de ensino da Capes. Acreditamos que nossos resultados podem ser uma referência para a reflexão crítica sobre a configuração da área de ensino, ainda a ser realizada por seus agentes.Pierre Bourdieu’s theoretical contributions pave the way for studying a wide range of social spaces, such as the academia. Through using Bourdieusian fields, our objective was to investigate whether the teaching area of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) can be considered a relatively autonomous scientific field. Therefore, this study is motivated by two research questions: 1) what is the distribution of scientific capital in the teaching area; and 2) what are the implications of this distribution on its constitution as a scientific field. By crossing data on professors of programs in the field of education with the evaluation grade assigned by Capes to each of these programs, our analysis revealed that this area does not constitute a scientific field. Differently from what happens in well-established fields, most teaching advisors come from many different scientific backgrounds and do not recognize this field’s specific intellectual production as scientific capital. Assuming that the existing disputes between professors with less and more scientific capital can generate new conformations in the area, a possible structure could be a stabilization of the subgroup of professors with greater scientific capital and its constitution as a scientific field, whose agents become increasingly aware that their cognitive structure and ideals of education/research are different from what Capes intended to homogenize with the creation of a teaching area. We believe that our results can be a reference for critical reflection on the structure of the field of teaching, which is still driven by its agents.Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação2022-09-26info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/20293810.1590/S1678-4634202248254584porEducação e Pesquisa; v. 48 n. contínuo (2022): Educação e Pesquisa; e254584Educação e Pesquisa; Vol. 48 Núm. contínuo (2022): Educação e Pesquisa; e254584Educação e Pesquisa; Vol. 48 No. contínuo (2022): Educação e Pesquisa; e2545841678-46341517-9702reponame:Educação e Pesquisainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938/186989https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938/186991https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938/186990Copyright (c) 2022 Educação e Pesquisahttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessOstermann, Fernanda Rezende, Flavia Nascimento, Matheus Monteiro Massi, Luciana 2022-09-27T00:18:12Zoai:revistas.usp.br:article/202938Revistahttps://www.revistas.usp.br/ep/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/ep/oai||revedu@usp.br1678-46341517-9702opendoar:2022-09-27T00:18:12Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu The teaching area: drawing from Bourdieu’s field theory |
title |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu |
spellingShingle |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu Ostermann, Fernanda Pierre Bourdieu Capital científico Campo científico Pierre Bourdieu Scientific field Science capital Ostermann, Fernanda Pierre Bourdieu Capital científico Campo científico Pierre Bourdieu Scientific field Science capital |
title_short |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu |
title_full |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu |
title_fullStr |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu |
title_full_unstemmed |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu |
title_sort |
Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu |
author |
Ostermann, Fernanda |
author_facet |
Ostermann, Fernanda Ostermann, Fernanda Rezende, Flavia Nascimento, Matheus Monteiro Massi, Luciana Rezende, Flavia Nascimento, Matheus Monteiro Massi, Luciana |
author_role |
author |
author2 |
Rezende, Flavia Nascimento, Matheus Monteiro Massi, Luciana |
author2_role |
author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ostermann, Fernanda Rezende, Flavia Nascimento, Matheus Monteiro Massi, Luciana |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Pierre Bourdieu Capital científico Campo científico Pierre Bourdieu Scientific field Science capital |
topic |
Pierre Bourdieu Capital científico Campo científico Pierre Bourdieu Scientific field Science capital |
description |
As contribuições teóricas de Pierre Bourdieu permitem estudos sobre os mais diferentes espaços sociais, e, dentre eles, o espaço acadêmico. A partir da teoria bourdieusiana dos campos, nosso objetivo foi investigar se a área de ensino da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pode ser considerada um campo científico relativamente autônomo. Para tanto, buscamos discutir duas questões de pesquisa: 1) qual é a distribuição do capital científico na área de ensino; e 2) quais as implicações dessa distribuição sobre sua constituição como um campo científico. A partir do cruzamento de dados sobre os docentes dos programas da área de ensino com a avaliação dos programas pela Capes, nossa análise revelou que esta área não se constitui enquanto campo científico. Diferentemente do que acontece em campos bem estabelecidos, a maioria dos orientadores da área de ensino provém de muitas áreas científicas diferentes e não reconhece a produção intelectual específica dessa área enquanto capital científico. Supondo que as disputas existentes entre docentes com menos e mais capital científico possam gerar novas conformações da área, uma possível configuração seria a estabilização do subgrupo de docentes de maior capital científico e sua constituição enquanto campo científico, na medida em que seus agentes se tornem cada vez mais conscientes de que sua estrutura cognitiva e seus ideais de educação e de pesquisa são diferentes do que se pretendeu homogeneizar com a criação da área de ensino da Capes. Acreditamos que nossos resultados podem ser uma referência para a reflexão crítica sobre a configuração da área de ensino, ainda a ser realizada por seus agentes. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-09-26 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938 10.1590/S1678-4634202248254584por |
url |
https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938 |
identifier_str_mv |
10.1590/S1678-4634202248254584por |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por eng |
language |
por eng |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938/186989 https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938/186991 https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/202938/186990 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2022 Educação e Pesquisa http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2022 Educação e Pesquisa http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf text/xml application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação |
dc.source.none.fl_str_mv |
Educação e Pesquisa; v. 48 n. contínuo (2022): Educação e Pesquisa; e254584 Educação e Pesquisa; Vol. 48 Núm. contínuo (2022): Educação e Pesquisa; e254584 Educação e Pesquisa; Vol. 48 No. contínuo (2022): Educação e Pesquisa; e254584 1678-4634 1517-9702 reponame:Educação e Pesquisa instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Educação e Pesquisa |
collection |
Educação e Pesquisa |
repository.name.fl_str_mv |
Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revedu@usp.br |
_version_ |
1822180747717378048 |
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv |
10.1590/S1678-4634202248254584por |