Examination of low schooling level of a cohort of young Brazilian mothers

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Corrêa, Humberto
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Educação e Pesquisa
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/86259
Resumo: Em todo o mundo, pesquisas sobre a fecundidade efetivada na segunda década da vida demonstram que jovens mães completam menos anos de escolarização se comparadas com pares etárias nulíparas ou, ainda, com mulheres que postergam o nascimento do primeiro filho para os 20 ou mais anos de idade. No Brasil, poucos estudos identificaram em que medida os diferenciais observados já estavam presentes antes da fecundidade e, por essa razão, torna-se difícil avaliar os efeitos do nascimento de um filho sobre as carreiras escolares das jovens mães. O presente estudo analisou a trajetória escolar de uma amostra representativa (n=225) para uma coorte de mães adolescentes residentes em Campinas, município com mais de 1 milhão de habitantes, localizado no Estado de São Paulo. Todas as jovens da amostra tiveram seu primeiro filho nascido vivo entre as idades de 17 e 19 anos no ano de 2005 e foram entrevistadas entre 2006 e 2007. Os anos de estudos concluídos foram mensurados por meio de uma observação transversal e pós-fecundidade. No entanto, a partir de questões retrospectivas, as histórias escolares das jovens mães foram reconstituídas longitudinalmente desde os 7 até os 16 anos, idades em que todas eram nulíparas. As elevadas proporções de repetências e interrupções em período anterior à gravidez e também ao nascimento do primeiro filho das jovens amostradas indicam que muitas tiveram suas histórias escolares cingidas por obstáculos que ultrapassam a questão da fecundidade: 28,0% repetiram de série e interromperam suas carreiras escolares, enquanto 78,2% repetiram ou evadiram ao menos uma série antes da gravidez e do nascimento do primeiro filho. Concluiu-se que, em função da metodologia adotada, estudos transversais que analisam os déficits educacionais das jovens mães somente após a fecundidade e os comparam diretamente com os anos de estudo alcançados por mulheres sem filhos - ou com aquelas que alcançaram a fecundidade após completarem 20 anos de idade - podem não identificar adequadamente a origem temporal da defasagem idade-série usualmente observada.
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