A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Educação e Pesquisa |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171 |
Resumo: | O objetivo deste artigo consiste em apresentar a relevância da Teoria Crítica para a educação a partir das contribuições de Habermas e Young tendo como ponto de articulação suas propostas de democracia deliberativa e democracia comunicativa. Utilizaremos uma metodologia de natureza conceitual para desenvolver a pesquisa. Quanto à descrição do problema, apresentaremos a crítica de Habermas às insuficiências dos modelos liberal e republicano, bem como sua alternativa a partir do modelo deliberativo. O modelo liberal limita-se à defesa de direitos individuais prescindindo de direitos sociais; o modelo republicano sofre de um idealismo ético ao supor uma conexão natural entre indivíduo e comunidade política. A deliberação, enquanto uma terceira via, está estruturada a partir de dois vieses: a institucionalização jurídica das regras de participação na esfera pública; e a formação democrática dos indivíduos. Young considera que a proposta de Habermas tem avanços, porém, ainda é falha, porque não contempla a pluralidade de expressões dos sujeitos e incorre em exclusões de grupos sociais historicamente marginalizados como negros, mulheres, pobres. A alternativa de Young é um modelo de democracia comunicativa que contempla os pluralismos, dissensos e múltiplas formas de comunicação e narrativas que evidenciam componentes emocionais, afetivos, biográficos, corporais e existenciais obliterados pela proposta de Habermas. A nossa hipótese conclusiva consiste em afirmar que Habermas e Young, apesar de suas diferenças, oferecem elementos indispensáveis para se repensar processos educacionais amplos em que a cidadania e a formação para a participação inclusiva em sociedade destacam-se perante restrições tecnicistas e individualistas. |
id |
USP-11_fd0698da3c3f72ad15d15755c3db2330 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/187171 |
network_acronym_str |
USP-11 |
network_name_str |
Educação e Pesquisa |
repository_id_str |
|
spelling |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de HabermasYoung’s communicative democracy as a complement to Habermas’ deliberative democracyDemocracia comunicativaDemocracia deliberativaEducaçãoTeoria CríticaCommunicative democracyDeliberative democracyEducationCritical TheoryO objetivo deste artigo consiste em apresentar a relevância da Teoria Crítica para a educação a partir das contribuições de Habermas e Young tendo como ponto de articulação suas propostas de democracia deliberativa e democracia comunicativa. Utilizaremos uma metodologia de natureza conceitual para desenvolver a pesquisa. Quanto à descrição do problema, apresentaremos a crítica de Habermas às insuficiências dos modelos liberal e republicano, bem como sua alternativa a partir do modelo deliberativo. O modelo liberal limita-se à defesa de direitos individuais prescindindo de direitos sociais; o modelo republicano sofre de um idealismo ético ao supor uma conexão natural entre indivíduo e comunidade política. A deliberação, enquanto uma terceira via, está estruturada a partir de dois vieses: a institucionalização jurídica das regras de participação na esfera pública; e a formação democrática dos indivíduos. Young considera que a proposta de Habermas tem avanços, porém, ainda é falha, porque não contempla a pluralidade de expressões dos sujeitos e incorre em exclusões de grupos sociais historicamente marginalizados como negros, mulheres, pobres. A alternativa de Young é um modelo de democracia comunicativa que contempla os pluralismos, dissensos e múltiplas formas de comunicação e narrativas que evidenciam componentes emocionais, afetivos, biográficos, corporais e existenciais obliterados pela proposta de Habermas. A nossa hipótese conclusiva consiste em afirmar que Habermas e Young, apesar de suas diferenças, oferecem elementos indispensáveis para se repensar processos educacionais amplos em que a cidadania e a formação para a participação inclusiva em sociedade destacam-se perante restrições tecnicistas e individualistas. This article presents the relevance of Critical Theory for education in the contributions of Habermas and Young. It connects their respective proposals of deliberative democracy and communicative democracy by applying a conceptual methodology. Habermas’ criticism of the insufficiencies of the liberal and republican models as well as his alternative based on the deliberative model is developed as a third way. Deliberation, as such, is then structured on two requirements: the legal institutionalization of the rules of participation in the public sphere and the democratic formation of individuals. Young considers that Habermas’ proposal has made progress. However, it is still flawed, as it does not include the plurality of expressions of the subjects and incurs exclusions from historically marginalized social groups such as Blacks, women, and low-income groups. Young’s alternative is a model of communicative democracy that contemplates pluralisms, dissent, and multiple forms of communication and narratives. It shows emotional, affective, biographical, bodily, and existential components obliterated by Habermas’ proposal. To conclude, it advances the hypothesis that Habermas and Young, despite their differences, offer indispensable elements to rethink broad educational processes in which citizenship and the preparation for inclusive participation in society are prominent in the face of technical and individualistic restrictions.Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação2020-12-21info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/xmlapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/18717110.1590/S1678-4634202046224095Educação e Pesquisa; v. 46 (2020); 1-18Educação e Pesquisa; Vol. 46 (2020); 1-18Educação e Pesquisa; Vol. 46 (2020); 1-181678-46341517-9702reponame:Educação e Pesquisainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171/172952https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171/172951https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171/172950Copyright (c) 2021 Educação e Pesquisahttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessde Lima, Francisco Jozivan Guedes Sobottka, Emil Albert 2021-06-16T15:34:37Zoai:revistas.usp.br:article/187171Revistahttps://www.revistas.usp.br/ep/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/ep/oai||revedu@usp.br1678-46341517-9702opendoar:2021-06-16T15:34:37Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas Young’s communicative democracy as a complement to Habermas’ deliberative democracy |
title |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas |
spellingShingle |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas de Lima, Francisco Jozivan Guedes Democracia comunicativa Democracia deliberativa Educação Teoria Crítica Communicative democracy Deliberative democracy Education Critical Theory |
title_short |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas |
title_full |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas |
title_fullStr |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas |
title_full_unstemmed |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas |
title_sort |
A democracia comunicativa de Young como complemento à democracia deliberativa de Habermas |
author |
de Lima, Francisco Jozivan Guedes |
author_facet |
de Lima, Francisco Jozivan Guedes Sobottka, Emil Albert |
author_role |
author |
author2 |
Sobottka, Emil Albert |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
de Lima, Francisco Jozivan Guedes Sobottka, Emil Albert |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Democracia comunicativa Democracia deliberativa Educação Teoria Crítica Communicative democracy Deliberative democracy Education Critical Theory |
topic |
Democracia comunicativa Democracia deliberativa Educação Teoria Crítica Communicative democracy Deliberative democracy Education Critical Theory |
description |
O objetivo deste artigo consiste em apresentar a relevância da Teoria Crítica para a educação a partir das contribuições de Habermas e Young tendo como ponto de articulação suas propostas de democracia deliberativa e democracia comunicativa. Utilizaremos uma metodologia de natureza conceitual para desenvolver a pesquisa. Quanto à descrição do problema, apresentaremos a crítica de Habermas às insuficiências dos modelos liberal e republicano, bem como sua alternativa a partir do modelo deliberativo. O modelo liberal limita-se à defesa de direitos individuais prescindindo de direitos sociais; o modelo republicano sofre de um idealismo ético ao supor uma conexão natural entre indivíduo e comunidade política. A deliberação, enquanto uma terceira via, está estruturada a partir de dois vieses: a institucionalização jurídica das regras de participação na esfera pública; e a formação democrática dos indivíduos. Young considera que a proposta de Habermas tem avanços, porém, ainda é falha, porque não contempla a pluralidade de expressões dos sujeitos e incorre em exclusões de grupos sociais historicamente marginalizados como negros, mulheres, pobres. A alternativa de Young é um modelo de democracia comunicativa que contempla os pluralismos, dissensos e múltiplas formas de comunicação e narrativas que evidenciam componentes emocionais, afetivos, biográficos, corporais e existenciais obliterados pela proposta de Habermas. A nossa hipótese conclusiva consiste em afirmar que Habermas e Young, apesar de suas diferenças, oferecem elementos indispensáveis para se repensar processos educacionais amplos em que a cidadania e a formação para a participação inclusiva em sociedade destacam-se perante restrições tecnicistas e individualistas. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-12-21 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171 10.1590/S1678-4634202046224095 |
url |
https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171 |
identifier_str_mv |
10.1590/S1678-4634202046224095 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por eng |
language |
por eng |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171/172952 https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171/172951 https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/187171/172950 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2021 Educação e Pesquisa http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2021 Educação e Pesquisa http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/xml application/pdf application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação |
dc.source.none.fl_str_mv |
Educação e Pesquisa; v. 46 (2020); 1-18 Educação e Pesquisa; Vol. 46 (2020); 1-18 Educação e Pesquisa; Vol. 46 (2020); 1-18 1678-4634 1517-9702 reponame:Educação e Pesquisa instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Educação e Pesquisa |
collection |
Educação e Pesquisa |
repository.name.fl_str_mv |
Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revedu@usp.br |
_version_ |
1817986236810264576 |