As controvérsias a respeito da participação de Rosalind Franklin na construção do modelo da dupla hélice
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Scientiae Studia (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11196 |
Resumo: | Em The double helix, James Watson narra sua versão da construção do modelo da dupla hélice do DNA, na qual indica que Rosalind Franklin, física especialista em cristalografia de raios X, desenvolveu trabalhos empíricos fundamentais para a construção do modelo de Watson e Crick. O relato de Watson dá origem a um problema historiográfico: por que Franklin, que dispunha dos dados empíricos produzidos por ela mesma, não decifrou a estrutura molecular do DNA? O próprio Watson fornece uma resposta, ao sugerir que Franklin não teria nenhuma inclinação teórica para a representação helicoidal do DNA, fazendo trabalho estritamente experimental. Essa sugestão tem recebido réplicas de historiadores, de modo que o problema historiográfico subentendido no relato de Watson se manteve até hoje. No entanto, é possível obter pistas de que, antes de estar envolvida com a construção de uma estrutura para o DNA, Franklin estava preocupada em mapear todos os aspectos da molécula. Este artigo tem dois objetivos: mostrar que a linha de defesa de Franklin adotada por alguns de seus defensores muitas vezes acaba, na verdade, por comprometê-la e apresentar um esboço de interpretação alternativa que, ao não atribuir a Franklin o objetivo principal de construção da estrutura molecular para o DNA, acaba por dar-lhe um papel muito mais confortável do ponto de vista histórico (o que não significará negar que ela tivesse o objetivo secundário de alcançar uma estrutura para o DNA). |
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As controvérsias a respeito da participação de Rosalind Franklin na construção do modelo da dupla hélice Rosalind FranklinJames WatsonFrancis CrickDNADupla héliceEstrutura do DNAFunção genética do DNARosalind FranklinJames WatsonFrancis CrickDNADouble helixDNA structure Em The double helix, James Watson narra sua versão da construção do modelo da dupla hélice do DNA, na qual indica que Rosalind Franklin, física especialista em cristalografia de raios X, desenvolveu trabalhos empíricos fundamentais para a construção do modelo de Watson e Crick. O relato de Watson dá origem a um problema historiográfico: por que Franklin, que dispunha dos dados empíricos produzidos por ela mesma, não decifrou a estrutura molecular do DNA? O próprio Watson fornece uma resposta, ao sugerir que Franklin não teria nenhuma inclinação teórica para a representação helicoidal do DNA, fazendo trabalho estritamente experimental. Essa sugestão tem recebido réplicas de historiadores, de modo que o problema historiográfico subentendido no relato de Watson se manteve até hoje. No entanto, é possível obter pistas de que, antes de estar envolvida com a construção de uma estrutura para o DNA, Franklin estava preocupada em mapear todos os aspectos da molécula. Este artigo tem dois objetivos: mostrar que a linha de defesa de Franklin adotada por alguns de seus defensores muitas vezes acaba, na verdade, por comprometê-la e apresentar um esboço de interpretação alternativa que, ao não atribuir a Franklin o objetivo principal de construção da estrutura molecular para o DNA, acaba por dar-lhe um papel muito mais confortável do ponto de vista histórico (o que não significará negar que ela tivesse o objetivo secundário de alcançar uma estrutura para o DNA). In The double helix, James Watson narrated his version of the building of the DNA double-helix model, in which he indicates that Rosalind Franklin, a physicist specialized in X-Ray crystallography, developed empirical fundamental works to Watson and Crick's model construction. Watson's report gave rise to a historiographical problem: why Franklin, who disposes of the empirical data produced by herself, did not decipher the DNA molecular structure? Watson himself provides an answer, suggesting that Franklin had no theoretical inclination for a helicoidal representation of DNA, making strictly experimental work. This suggestion has received replies by historians, so that the historiographical problem subjacent to Watson's report maintains its actuality. Nevertheless, it is possible to obtain clues that, rather getting involved in the building of a new structure for DNA, Franklin was concerned with mapping all the aspects of the molecule. This article has two aims: showing that Franklin's line of defense adopted by some of her defenders in fact occasionally end up compromising Franklin, and presenting an outline of an alternative interpretation which, not attributing to Franklin the main goal of building a molecular structure for DNA, ends up giving her a much more comfortable role according to the historical point of view (which does not mean denying that she had the secondary goal of reaching a structure for DNA). Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2010-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/1119610.1590/S1678-31662010000100004Scientiae Studia; v. 8 n. 1 (2010); 69-92Scientiae Studia; Vol. 8 Núm. 1 (2010); 69-92Scientiae Studia; Vol. 8 No. 1 (2010); 69-922316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11196/12964Silva, Marcos Rodrigues dainfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-09-08T11:21:01Zoai:revistas.usp.br:article/11196Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2014-09-08T11:21:01Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Em The double helix, James Watson narra sua versão da construção do modelo da dupla hélice do DNA, na qual indica que Rosalind Franklin, física especialista em cristalografia de raios X, desenvolveu trabalhos empíricos fundamentais para a construção do modelo de Watson e Crick. O relato de Watson dá origem a um problema historiográfico: por que Franklin, que dispunha dos dados empíricos produzidos por ela mesma, não decifrou a estrutura molecular do DNA? O próprio Watson fornece uma resposta, ao sugerir que Franklin não teria nenhuma inclinação teórica para a representação helicoidal do DNA, fazendo trabalho estritamente experimental. Essa sugestão tem recebido réplicas de historiadores, de modo que o problema historiográfico subentendido no relato de Watson se manteve até hoje. No entanto, é possível obter pistas de que, antes de estar envolvida com a construção de uma estrutura para o DNA, Franklin estava preocupada em mapear todos os aspectos da molécula. Este artigo tem dois objetivos: mostrar que a linha de defesa de Franklin adotada por alguns de seus defensores muitas vezes acaba, na verdade, por comprometê-la e apresentar um esboço de interpretação alternativa que, ao não atribuir a Franklin o objetivo principal de construção da estrutura molecular para o DNA, acaba por dar-lhe um papel muito mais confortável do ponto de vista histórico (o que não significará negar que ela tivesse o objetivo secundário de alcançar uma estrutura para o DNA). |
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