Regimes de produção e difusão de ciência: rumo a uma organização transversaldo conhecimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Shinn, Terry
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Scientiae Studia (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11120
Resumo: Este artigo é uma contribuição à perspectiva crítica da sociologia da ciência, introduzida e desenvolvida por Pierre Bourdieu. O artigo propõe uma teoria transversalista da produção e difusão da ciência e da tecnologia. Argumenta-se aqui que a ciência e a tecnologia são constituídas de múltiplos regimes. Cada regime tem sua base histórica, possui sua própria divisão de trabalho, seus próprios modos de produção cognitiva e de artefatos e tem audiências específicas. Os principais regimes incluem o regime disciplinar, o regime utilitário, o regime transitório e o regime de tecnologia de pesquisa. Conceitos, materiais e praticantes circulam entre os regimes. Embora cada regime seja autônomo, eles estão, simultaneamente, intimamente entrelaçados. Na ciência e na tecnologia, a autonomia não é antitética à interdependência e à reciprocidade. Este estudo demonstra, para os quatro regimes de produção e difusão especificados, que a diferenciação não é contrária à integração. Na ciência, diferenciação e integração são duas faces de uma mesma moeda. Esta análise concentra-se no regime de tecnologia de pesquisa, que constitui a principal estrutura de transversalidade que promove a convergência e a complementaridade nos regimes disciplinar, transitório e utilitário, por meio do movimento de travessia de fronteiras de instrumentação genérica cognitiva, material e epistemológica. Essa instrumentação genérica dá origem a uma "lingua franca" na ciência e à "universalidade pragmática".
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