Unpaid domestic work: persistence of gender-based labor division and mental disorders

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carneiro, Cíntia Maria Moraes
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Pinho, Paloma de Sousa, Teixeira, Jules Ramon Brito, Araújo, Tânia Maria de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/213200
Resumo: OBJETIVO: Avaliar características do trabalho doméstico não remunerado e sua associação com transtornos mentais, explorando diferenciais de gênero. MÉTODOS: Neste estudo foram analisados dados transversais da segunda onda de uma coorte da população urbana (n = 2.841) com idade a partir dos 15 anos de uma cidade de médio porte da Bahia (BA). A amostra representativa da população foi aleatoriamente selecionada em etapas múltiplas subsequentes. As entrevistas foram realizadas nos domicílios dos participantes do levantamento. O estudo analisou dados sociodemográficos, ocupacionais, do trabalho doméstico não remunerado e adoecimento mental, estratificadas por sexo. Investigou-se associação entre o conflito trabalho-família-tempo para si, o desequilíbrio esforço-recompensa no trabalho doméstico e familiar e a ocorrência de transtornos mentais comuns, de transtorno de ansiedade generalizada e de depressão. Foram estimadas prevalências, razões de prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: Entre os participantes, verificou-se que as atividades domésticas não remuneradas eram realizadas por 71,3% dos homens e 95,2% das mulheres, que se mostraram as principais responsáveis pelas atividades de trabalho investigadas, exceto pequenos consertos. A inserção em trabalho remunerado foi maior entre os homens (68,1% contra 47,2% entre as mulheres). A distribuição dos estressores e experiência de conflitos evidenciou situação inversa entre homens e mulheres: o maior percentual entre os homens foi de baixo conflito trabalho-família-tempo para si (39,0%), já entre as mulheres, maior percentual foi de alto conflito (40,0%); entre os homens, 45,8% referiram baixo desequilíbrio esforço-recompensa no trabalho doméstico e familiar, enquanto apenas 28,8% das mulheres relataram baixo desequilíbrio. Os transtornos mentais investigados foram mais prevalentes entre as mulheres, que apresentaram significativa associação entre o conflito trabalho-família-tempo pessoal e os transtornos mentais comuns e a depressão; entre os homens o conflito teve maior associação com os transtornos mentais comuns. Já o desequilíbrio esforço-recompensa se mostrou fortemente relacionado aos TMC, ao transtorno de ansiedade generalizada e à depressão. Entre os homens, esse desequilíbrio relacionou-se principalmente à depressão. CONCLUSÕES: O trabalho doméstico persiste como atribuição majoritariamente feminina. As situações estressoras do trabalho doméstico não remunerado e o conflito trabalho-família-tempo para si associaram-se mais fortemente aos efeitos adversos na saúde mental das mulheres.
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O estudo analisou dados sociodemográficos, ocupacionais, do trabalho doméstico não remunerado e adoecimento mental, estratificadas por sexo. Investigou-se associação entre o conflito trabalho-família-tempo para si, o desequilíbrio esforço-recompensa no trabalho doméstico e familiar e a ocorrência de transtornos mentais comuns, de transtorno de ansiedade generalizada e de depressão. Foram estimadas prevalências, razões de prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: Entre os participantes, verificou-se que as atividades domésticas não remuneradas eram realizadas por 71,3% dos homens e 95,2% das mulheres, que se mostraram as principais responsáveis pelas atividades de trabalho investigadas, exceto pequenos consertos. A inserção em trabalho remunerado foi maior entre os homens (68,1% contra 47,2% entre as mulheres). A distribuição dos estressores e experiência de conflitos evidenciou situação inversa entre homens e mulheres: o maior percentual entre os homens foi de baixo conflito trabalho-família-tempo para si (39,0%), já entre as mulheres, maior percentual foi de alto conflito (40,0%); entre os homens, 45,8% referiram baixo desequilíbrio esforço-recompensa no trabalho doméstico e familiar, enquanto apenas 28,8% das mulheres relataram baixo desequilíbrio. Os transtornos mentais investigados foram mais prevalentes entre as mulheres, que apresentaram significativa associação entre o conflito trabalho-família-tempo pessoal e os transtornos mentais comuns e a depressão; entre os homens o conflito teve maior associação com os transtornos mentais comuns. Já o desequilíbrio esforço-recompensa se mostrou fortemente relacionado aos TMC, ao transtorno de ansiedade generalizada e à depressão. Entre os homens, esse desequilíbrio relacionou-se principalmente à depressão. CONCLUSÕES: O trabalho doméstico persiste como atribuição majoritariamente feminina. As situações estressoras do trabalho doméstico não remunerado e o conflito trabalho-família-tempo para si associaram-se mais fortemente aos efeitos adversos na saúde mental das mulheres.OBJECTIVE: Evaluating characteristics of unpaid domestic work and its association with mental disorders, exploring gender differences. METHODS: We analyzed cross-sectional data from the second wave of an urban population cohort (n = 2,841) aged 15 and older from a medium-sized city in Bahia (BA). The representative population sample was randomly selected in subsequent multiple steps. We interviewed the survey participants at their homes. This study analyzed sociodemographic, occupational, unpaid domestic work and mental illness data, stratified by sex (gender). We investigated the association between the work-family-personal time conflict, the effort-reward imbalance in domestic and family work and the occurrence of common mental disorders, such as generalized anxiety disorder and depression. We estimated prevalence, prevalence ratios and their respective 95% confidence intervals. RESULTS: Among the participants, the unpaid domestic activities were performed by 71.3% of men and 95.2% of women, who were responsible for the investigated activities, except for minor repairs. The percentages of paid work were higher among men (68.1% versus 47.2% among women). The distribution of stressors and conflict experiences showed an inverse situation between genders: men depicted the highest high percentage of low work-family-personal time conflict (39.0%), while among women, the highest percentage was of high conflict (40.0%); 45.8% of the men reported low effort-reward imbalance in domestic and family work, while only 28.8% of women reported low imbalance. The investigated mental disorders were more prevalent among women, who showed a significant association between work-family-personal time conflict and common mental disorders, as well as depression; among men, conflict was positively associated with common mental disorders. The effort-reward imbalance, in turn, was strongly related to CMD (Common Mental Disorders), generalized anxiety disorder and depression. Amid men, this discrepancy was mainly associated to depression. CONCLUSIONS: Domestic work persists as a mostly feminine assigned activity. The stressful situations of unpaid domestic work and the work-family-personal time conflict were more strongly associated with adverse effects on the female mental health.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2023-05-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/21320010.11606/s1518-8787.2023057004502Revista de Saúde Pública; Vol. 57 No. 1 (2023); 31Revista de Saúde Pública; Vol. 57 Núm. 1 (2023); 31Revista de Saúde Pública; v. 57 n. 1 (2023); 311518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/213200/195195https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/213200/195194https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/213200/195193Copyright (c) 2023 Cíntia Maria Moraes Carneiro, Paloma de Sousa Pinho, Jules Ramon Brito Teixeira, Tânia Maria de Araújohttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessCarneiro, Cíntia Maria MoraesPinho, Paloma de SousaTeixeira, Jules Ramon BritoAraújo, Tânia Maria de2023-06-15T20:29:42Zoai:revistas.usp.br:article/213200Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2023-06-15T20:29:42Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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