Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monroe, Aline Aparecida
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Lima, Lucas Vinícius de, Pavinati, Gabriel, Bossonario, Pedro Augusto, Pelissari, Daniele Maria, Alves, Kleydson Bonfim Andrade, Magnabosco, Gabriela Tavares
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300
Resumo: OBJETIVO: Analisar a geoespacialização da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil, de 2010 a 2021, e a correlação com indicadores socioeconômicos, habitacionais e sanitários. MÉTODOS: Estudo ecológico dos municípios e estados brasileiros, com dados dos sistemas de informação do HIV e da tuberculose, previamente relacionados pelo Ministério da Saúde. Foram calculados os coeficientes brutos e suavizados pelo método bayesiano empírico local de incidência da coinfecção, por 100 mil habitantes, na população entre 18 e 59 anos. Empregaram-se os índices de Moran univariado (identificação de clusters) e bivariado (correlação com 20 indicadores). RESULTADOS: Foram registrados 122.223 casos de coinfecção no Brasil, de 2010 a 2021, com coeficiente médio de 8,30/100 mil. As regiões Sul (11,44/100 mil) e Norte (9,93/100 mil) concentraram a maior carga das infecções. Houve queda dos coeficientes no Brasil, em todas as regiões, nos anos de covid-19 (2020 e 2021). Os maiores coeficientes foram visualizados nos municípios do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso do Sul e do Amazonas, com aglomerados alto-alto nas capitais, em regiões de fronteira e no litoral do país. Os municípios pertencentes aos estados de Minas Gerais, da Bahia, do Paraná e do Piauí apresentaram clusters baixo-baixo. Houve correlação direta com os índices de desenvolvimento humano e as taxas de aids, bem como indireta com a proporção de pobres ou vulneráveis à pobreza e o índice de Gini. CONCLUSÕES: A análise espacial da coinfecção tuberculose-HIV demonstrou heterogeneidade no território brasileiro e comportamento constante ao longo do período, revelando clusters com municípios de alta carga, principalmente nos grandes centros urbanos e nos estados com ocorrência elevada do HIV e/ou da tuberculose. Esses achados, além de trazerem um alerta para os efeitos da pandemia da covid-19, podem incorporar o planejamento estratégico para o controle da coinfecção, visando à eliminação dessas infecções como problemas de saúde pública até 2030.
id USP-23_7cb6571e11fc980f75aa48ac46351948
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/224300
network_acronym_str USP-23
network_name_str Revista de Saúde Pública
repository_id_str
spelling Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacialClusters of heterogeneity of tuberculosis-HIV coinfection in Brazil: a geospatial studyAnálise EspacialCoinfecçãoHIVTuberculoseHIVTuberculosisCoinfectionSpatial AnalysisOBJETIVO: Analisar a geoespacialização da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil, de 2010 a 2021, e a correlação com indicadores socioeconômicos, habitacionais e sanitários. MÉTODOS: Estudo ecológico dos municípios e estados brasileiros, com dados dos sistemas de informação do HIV e da tuberculose, previamente relacionados pelo Ministério da Saúde. Foram calculados os coeficientes brutos e suavizados pelo método bayesiano empírico local de incidência da coinfecção, por 100 mil habitantes, na população entre 18 e 59 anos. Empregaram-se os índices de Moran univariado (identificação de clusters) e bivariado (correlação com 20 indicadores). RESULTADOS: Foram registrados 122.223 casos de coinfecção no Brasil, de 2010 a 2021, com coeficiente médio de 8,30/100 mil. As regiões Sul (11,44/100 mil) e Norte (9,93/100 mil) concentraram a maior carga das infecções. Houve queda dos coeficientes no Brasil, em todas as regiões, nos anos de covid-19 (2020 e 2021). Os maiores coeficientes foram visualizados nos municípios do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso do Sul e do Amazonas, com aglomerados alto-alto nas capitais, em regiões de fronteira e no litoral do país. Os municípios pertencentes aos estados de Minas Gerais, da Bahia, do Paraná e do Piauí apresentaram clusters baixo-baixo. Houve correlação direta com os índices de desenvolvimento humano e as taxas de aids, bem como indireta com a proporção de pobres ou vulneráveis à pobreza e o índice de Gini. CONCLUSÕES: A análise espacial da coinfecção tuberculose-HIV demonstrou heterogeneidade no território brasileiro e comportamento constante ao longo do período, revelando clusters com municípios de alta carga, principalmente nos grandes centros urbanos e nos estados com ocorrência elevada do HIV e/ou da tuberculose. Esses achados, além de trazerem um alerta para os efeitos da pandemia da covid-19, podem incorporar o planejamento estratégico para o controle da coinfecção, visando à eliminação dessas infecções como problemas de saúde pública até 2030.OBJECTIVE: To analyze the geospatialization of tuberculosis-HIV coinfection in Brazil, from 2010 to 2021, and the correlation with socioeconomic, housing, and health indicators. METHODS: An ecological study of Brazilian municipalities and states, with data from HIV and tuberculosis information systems, previously reported by the Ministry of Health. The crude and smoothed coefficients were calculated by the local empirical Bayesian method of incidence of coinfection per 100,000 inhabitants in the population aged between 18 and 59 years. Univariate (identification of clusters) and bivariate (correlation with 20 indicators) Moran’s indices were used. RESULTS: A total of 122,223 cases of coinfection were registered in Brazil from 2010 to 2021, with a mean coefficient of 8.30/100,000. The South (11.44/100,000) and North (9.93/100,000) regions concentrated the highest burden of infections. The coefficients dropped in Brazil, in all regions, in the years of covid-19 (2020 and 2021). The highest coefficients were observed in the municipalities of the states of Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, and Amazonas, with high-high clusters in the capitals, border regions, coast of the country. The municipalities belonging to the states of Minas Gerais, Bahia, Paraná, and Piauí showed low-low clusters. There was a direct correlation with human development indices and aids rates, as well as an indirect correlation with the proportion of poor or of those vulnerable to poverty and the Gini index. CONCLUSIONS: The spatial analysis of tuberculosis-HIV coinfection showed heterogeneity in the Brazilian territory and constant behavior throughout the period, revealing clusters with high-burden municipalities, especially in large urban centers and in states with a high occurrence of HIV and/or tuberculosis. These findings, in addition to alerting to the effects of the covid-19 pandemic, can incorporate strategic planning for the control of coinfection, aiming to eliminate these infections as public health problems by 2030.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2024-03-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/xmlapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/22430010.11606/s1518-8787.2024058005531Revista de Saúde Pública; v. 58 n. 1 (2024); 10Revista de Saúde Pública; Vol. 58 Núm. 1 (2024); 10Revista de Saúde Pública; Vol. 58 No. 1 (2024); 101518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300/203909https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300/203911https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300/203912Copyright (c) 2024 Aline Aparecida Monroe, Lucas Vinícius de Lima, Gabriel Pavinati, Pedro Augusto Bossonario, Daniele Maria Pelissari, Kleydson Bonfim Andrade Alves, Gabriela Tavares Magnaboscohttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMonroe, Aline AparecidaLima, Lucas Vinícius dePavinati, GabrielBossonario, Pedro AugustoPelissari, Daniele MariaAlves, Kleydson Bonfim AndradeMagnabosco, Gabriela TavaresLima, Lucas Vinícius deLima, Lucas Vinícius de2024-04-30T18:39:00Zoai:revistas.usp.br:article/224300Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2024-04-30T18:39Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
Clusters of heterogeneity of tuberculosis-HIV coinfection in Brazil: a geospatial study
title Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
spellingShingle Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
Monroe, Aline Aparecida
Análise Espacial
Coinfecção
HIV
Tuberculose
HIV
Tuberculosis
Coinfection
Spatial Analysis
title_short Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
title_full Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
title_fullStr Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
title_full_unstemmed Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
title_sort Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial
author Monroe, Aline Aparecida
author_facet Monroe, Aline Aparecida
Lima, Lucas Vinícius de
Pavinati, Gabriel
Bossonario, Pedro Augusto
Pelissari, Daniele Maria
Alves, Kleydson Bonfim Andrade
Magnabosco, Gabriela Tavares
author_role author
author2 Lima, Lucas Vinícius de
Pavinati, Gabriel
Bossonario, Pedro Augusto
Pelissari, Daniele Maria
Alves, Kleydson Bonfim Andrade
Magnabosco, Gabriela Tavares
author2_role author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Monroe, Aline Aparecida
Lima, Lucas Vinícius de
Pavinati, Gabriel
Bossonario, Pedro Augusto
Pelissari, Daniele Maria
Alves, Kleydson Bonfim Andrade
Magnabosco, Gabriela Tavares
Lima, Lucas Vinícius de
Lima, Lucas Vinícius de
dc.subject.por.fl_str_mv Análise Espacial
Coinfecção
HIV
Tuberculose
HIV
Tuberculosis
Coinfection
Spatial Analysis
topic Análise Espacial
Coinfecção
HIV
Tuberculose
HIV
Tuberculosis
Coinfection
Spatial Analysis
description OBJETIVO: Analisar a geoespacialização da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil, de 2010 a 2021, e a correlação com indicadores socioeconômicos, habitacionais e sanitários. MÉTODOS: Estudo ecológico dos municípios e estados brasileiros, com dados dos sistemas de informação do HIV e da tuberculose, previamente relacionados pelo Ministério da Saúde. Foram calculados os coeficientes brutos e suavizados pelo método bayesiano empírico local de incidência da coinfecção, por 100 mil habitantes, na população entre 18 e 59 anos. Empregaram-se os índices de Moran univariado (identificação de clusters) e bivariado (correlação com 20 indicadores). RESULTADOS: Foram registrados 122.223 casos de coinfecção no Brasil, de 2010 a 2021, com coeficiente médio de 8,30/100 mil. As regiões Sul (11,44/100 mil) e Norte (9,93/100 mil) concentraram a maior carga das infecções. Houve queda dos coeficientes no Brasil, em todas as regiões, nos anos de covid-19 (2020 e 2021). Os maiores coeficientes foram visualizados nos municípios do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso do Sul e do Amazonas, com aglomerados alto-alto nas capitais, em regiões de fronteira e no litoral do país. Os municípios pertencentes aos estados de Minas Gerais, da Bahia, do Paraná e do Piauí apresentaram clusters baixo-baixo. Houve correlação direta com os índices de desenvolvimento humano e as taxas de aids, bem como indireta com a proporção de pobres ou vulneráveis à pobreza e o índice de Gini. CONCLUSÕES: A análise espacial da coinfecção tuberculose-HIV demonstrou heterogeneidade no território brasileiro e comportamento constante ao longo do período, revelando clusters com municípios de alta carga, principalmente nos grandes centros urbanos e nos estados com ocorrência elevada do HIV e/ou da tuberculose. Esses achados, além de trazerem um alerta para os efeitos da pandemia da covid-19, podem incorporar o planejamento estratégico para o controle da coinfecção, visando à eliminação dessas infecções como problemas de saúde pública até 2030.
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 2024-03-27
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300
10.11606/s1518-8787.2024058005531
url https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300
identifier_str_mv 10.11606/s1518-8787.2024058005531
dc.language.iso.fl_str_mv eng
por
language eng
por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300/203909
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300/203911
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/224300/203912
dc.rights.driver.fl_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/xml
application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Saúde Pública; v. 58 n. 1 (2024); 10
Revista de Saúde Pública; Vol. 58 Núm. 1 (2024); 10
Revista de Saúde Pública; Vol. 58 No. 1 (2024); 10
1518-8787
0034-8910
reponame:Revista de Saúde Pública
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de Saúde Pública
collection Revista de Saúde Pública
repository.name.fl_str_mv Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br
_version_ 1800221766408208384