Coinfecção TB-HIV: análise espacial e temporal no município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalin, Roberta Figueiredo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-11062018-095251/
Resumo: Introdução - A tuberculose (TB) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) são os agravos de origem infecciosa com maior mortalidade no mundo. O vírus da imunodeficiência humana (HIV) compromete o sistema imunológico e favorece o adoecimento por TB e, nesta perspectiva, a coinfecção TB-HIV constitui uma associação potencialmente fatal. Objetivos - Descrever os casos novos de TB coinfectados pelo HIV e analisar os padrões de distribuição espacial e temporal da coinfecção no município de São Paulo. Método - Estudo descritivo, analítico e de série temporal com dados do Sistema de Notificação e Acompanhamento dos Casos de Tuberculose (TBWEB). Foram incluídos todos os casos novos de TB coinfectados pelo HIV residentes no município de São Paulo, no período de 2007 a 2015. Foram calculadas as proporções de infecção pelo HIV entre os casos novos de TB e as taxas anuais de incidência de coinfecção TB-HIV, e a tendência temporal foi analisada por regressão de Prais-Winsten. Casos foram descritos segundo as características sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas, e casos com e sem residência fixa foram comparados pelo teste de qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. Casos sem residência fixa foram espacialmente distribuídos segundo o distrito administrativo de tratamento da TB. Casos com residência fixa foram geocodificados pelo endereço de residência, e foram utilizados para o cálculo das taxas brutas de incidência e taxas suavizadas pelo Método Bayesiano Empírico Local. Índices de Moran Global e Local avaliaram a autocorrelação espacial dos dados. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados - Foram analisados 6.092 casos novos de coinfecção TB-HIV: 5.609 indivíduos com residência fixa e 483 sem residência fixa. A proporção de coinfecção TB-HIV variou de 13,7%, em 2007, a 10,5%, em 2015, com queda de 3,0%/ano. A proporção de coinfecção pelo HIV entre casos de TB sem residência fixa foi maior em todo o período, com queda de 4,3%/ano, enquanto na população com residência fixa a diminuição anual foi de 3,3%. As taxas brutas de incidência de coinfecção TB-HIV apresentaram diminuição de 3,6% ao ano, passando de 7,0 em 2007, para 5,3 em 2015 (por 100 mil habitantes/ano). A população coinfectada por TB-HIV alcançou baixas taxas de cura (<60,0%), e o óbito e o abandono foram desfechos de tratamento para uma parcela importante dos casos (>20,0%). O perfil dos indivíduos sem residência fixa diferiu em alguns aspectos daqueles com residência, e foram, sobretudo, atendidos nas regiões Centro, Oeste e Sudeste do município. A incidência da coinfecção TB-HIV na população com residência fixa apresentou autocorrelação espacial positiva e significativa em todo o período, com um padrão espacial heterogêneo, e com um aglomerado de alto risco na região central do município. Conclusões - A tendência de queda na coinfecção TB-HIV indica importante avanço no controle da TB e do HIV/AIDS entre 2007 e 2015 no município de São Paulo. As análises revelaram áreas que se apresentaram contínua e desigualmente afetadas pelo agravo, e que devem ser priorizadas nas formulações de políticas para o aprimoramento das ações de prevenção e controle da coinfecção TB-HIV.
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Foram incluídos todos os casos novos de TB coinfectados pelo HIV residentes no município de São Paulo, no período de 2007 a 2015. Foram calculadas as proporções de infecção pelo HIV entre os casos novos de TB e as taxas anuais de incidência de coinfecção TB-HIV, e a tendência temporal foi analisada por regressão de Prais-Winsten. Casos foram descritos segundo as características sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas, e casos com e sem residência fixa foram comparados pelo teste de qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. Casos sem residência fixa foram espacialmente distribuídos segundo o distrito administrativo de tratamento da TB. Casos com residência fixa foram geocodificados pelo endereço de residência, e foram utilizados para o cálculo das taxas brutas de incidência e taxas suavizadas pelo Método Bayesiano Empírico Local. Índices de Moran Global e Local avaliaram a autocorrelação espacial dos dados. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados - Foram analisados 6.092 casos novos de coinfecção TB-HIV: 5.609 indivíduos com residência fixa e 483 sem residência fixa. A proporção de coinfecção TB-HIV variou de 13,7%, em 2007, a 10,5%, em 2015, com queda de 3,0%/ano. A proporção de coinfecção pelo HIV entre casos de TB sem residência fixa foi maior em todo o período, com queda de 4,3%/ano, enquanto na população com residência fixa a diminuição anual foi de 3,3%. As taxas brutas de incidência de coinfecção TB-HIV apresentaram diminuição de 3,6% ao ano, passando de 7,0 em 2007, para 5,3 em 2015 (por 100 mil habitantes/ano). A população coinfectada por TB-HIV alcançou baixas taxas de cura (<60,0%), e o óbito e o abandono foram desfechos de tratamento para uma parcela importante dos casos (>20,0%). O perfil dos indivíduos sem residência fixa diferiu em alguns aspectos daqueles com residência, e foram, sobretudo, atendidos nas regiões Centro, Oeste e Sudeste do município. A incidência da coinfecção TB-HIV na população com residência fixa apresentou autocorrelação espacial positiva e significativa em todo o período, com um padrão espacial heterogêneo, e com um aglomerado de alto risco na região central do município. Conclusões - A tendência de queda na coinfecção TB-HIV indica importante avanço no controle da TB e do HIV/AIDS entre 2007 e 2015 no município de São Paulo. As análises revelaram áreas que se apresentaram contínua e desigualmente afetadas pelo agravo, e que devem ser priorizadas nas formulações de políticas para o aprimoramento das ações de prevenção e controle da coinfecção TB-HIV.Introduction - Tuberculosis (TB) and the Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) are the infectious diseases with the highest mortality in the world. Human immunodeficiency virus (HIV) affects the immune system and facilitates the progress to active TB, therefore TB-HIV coinfection is a potentially fatal association. Objectives - Describing the new TB-HIV coinfected cases and analyzing the spatial and temporal patterns of coinfection in the city of São Paulo. Method - Descriptive, analytical and time series study with data from the reporting and monitoring system of TB cases (TBWEB). All new cases of TB with HIV coinfection living in the city of São Paulo were included, in the period from 2007 to 2015. The HIV infection proportions among new TB cases and annual incidence rates of TB-HIV coinfection were calculated, and temporal trends were analyzed by Prais-Winsten regression. The cases were described according to sociodemographic, clinical and epidemiological characteristics, and cases with fixed residence and homeless cases were compared by the Pearson\'s chi-square test or Fisher\'s exact test. Homeless cases were spatially distributed according to the district of TB treatment. Cases with fixed residence were geocoded by the home address, and used to calculate the crude incidence rates and the Empirical Bayes smoothed rates. Global and Local Moran indexes evaluated the spatial autocorrelation. The level of significance was 5%. Results - A total of 6,092 new cases of TB-HIV coinfection were analyzed: 5,609 had fixed residence and 483 were homeless. The proportion of TB-HIV coinfection ranged from 13.7% in 2007 to 10.5% in 2015, with a decrease of 3.0%/year. Coinfection by HIV among homeless TB cases was higher in the entire period, but decreasing 4.3% per year, while in the population with fixed residence the annual decline was equal to 3.3%. The incidence rates of TB-HIV coinfection presented a decrease of 3.6% per year, ranging from 7.0 in 2007 to 5.3 in 2015 (per 100 thousand people/year). The TB-HIV coinfected population achieved low rates of cure (<60.0%), and death and treatment dropout were final outcomes for an important portion of cases (> 20.0%). The profile of homeless cases differed in some aspects from those with a fixed residence, and they were mainly attended in the Central, West and Southeast regions of the city. Incidence rates of TB-HIV coinfection among the population with fixed residence presented positive and significant spatial autocorrelation throughout the period, with a heterogeneous spatial pattern, and a high-risk cluster in the central region of the city. Conclusions - Decreasing trend of TB-HIV coinfection indicates an important advance in TB and HIV/AIDS control from 2007 to 2015 in the city of São Paulo. Spatial and temporal analyzes revealed areas continuously and unequally affected by disease, and should be prioritized for guiding policy formulation in order to improve prevention and control actions of TB-HIV coinfection.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSato, Ana Paula SayuriCavalin, Roberta Figueiredo2018-05-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-11062018-095251/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-11062018-095251Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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