Efeitos do turno irregular de trabalho e atividade fisica nos fatores de risco cardiovasculares em motoristas de caminhao
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Revista de Saúde Pública |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76655 |
Resumo: | OBJETIVO: Analisar o efeito presumido do turno de trabalho e sua interação com a atividade física no tempo de lazer nos fatores de risco cardiovasculares em motoristas de caminhão. MÉTODOS: Um estudo transversal foi conduzido com 57 motoristas de caminhão do sexo masculino que trabalhavam em uma transportadora de cargas, dos quais 31 trabalhavam no turno irregular e 26 no turno diurno. Os participantes registraram sua atividade física por meio do questionário Internacional de atividade física; foi aferida a pressão arterial, calculado o índice de massa corporal e a relação cintura-quadril; e também forneceram uma amostra de sangue dos motoristas de caminhão, em jejum, para análise dos fatores lipídicos. Os dados foram avaliados utilizando modelo fatorial controlado pelas covariáveis: idade, tabagismo, demanda de trabalho, controle no trabalho e apoio social. RESULTADOS: A maioria dos motoristas do turno irregular e do turno diurno trabalhava mais de oito horas por dia (67,7% e 73,1%, respectivamente). O tempo de experiência no trabalho no horário irregular foi de 15,7 anos. Trabalhadores diurnos nunca trabalharam no turno irregular e trabalhavam como motoristas de caminhão em média havia 10,8 anos. Os motoristas do turno irregular apresentaram menor demanda e controle no trabalho comparados aos motoristas do turno diurno (p < 0,05). Os motoristas do turno irregular, moderadamente ativos, apresentaram maiores pressões arteriais sistólica e diastólica (143,7 mmHg e 93,2 mmHg, respectivamente) do que os motoristas diurnos, moderadamente ativos (116 mmHg e 73,3 mmHg, respectivamente) (p < 0,05), assim como maior concentração de colesterol total que os motoristas diurnos moderadamente ativos (232,1 mg/dl e 145 mg/dl, respectivamente) (p = 0,01). Independentemente da prática de atividade física, motoristas irregulares apresentaram concentrações mais elevadas de colesterol total e LDL-colesterol (211,8 mg/dl e 135,7 mg/dl, respectivamente) do que os diurnos (161,9 mg/dl e 96,7 mg/dl, respectivamente) (ANCOVA, p < 0,05). CONCLUSÕES: Motoristas de caminhão são expostos a fatores de risco cardiovasculares devido às características próprias de seu trabalho, com grande demanda, extensa jornada e tempo de trabalho na profissão, independentemente do turno de trabalho e da atividade física no tempo de lazer. |
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Efeitos do turno irregular de trabalho e atividade fisica nos fatores de risco cardiovasculares em motoristas de caminhaoEfectos del turno irregular de trabajo y actividad fisica en los factores de riesgo cardiovasculares en conductores de camionEffects of irregular-shift work and physical activity on cardiovascular risk factors in truck driversOBJETIVO: Analisar o efeito presumido do turno de trabalho e sua interação com a atividade física no tempo de lazer nos fatores de risco cardiovasculares em motoristas de caminhão. MÉTODOS: Um estudo transversal foi conduzido com 57 motoristas de caminhão do sexo masculino que trabalhavam em uma transportadora de cargas, dos quais 31 trabalhavam no turno irregular e 26 no turno diurno. Os participantes registraram sua atividade física por meio do questionário Internacional de atividade física; foi aferida a pressão arterial, calculado o índice de massa corporal e a relação cintura-quadril; e também forneceram uma amostra de sangue dos motoristas de caminhão, em jejum, para análise dos fatores lipídicos. Os dados foram avaliados utilizando modelo fatorial controlado pelas covariáveis: idade, tabagismo, demanda de trabalho, controle no trabalho e apoio social. RESULTADOS: A maioria dos motoristas do turno irregular e do turno diurno trabalhava mais de oito horas por dia (67,7% e 73,1%, respectivamente). O tempo de experiência no trabalho no horário irregular foi de 15,7 anos. Trabalhadores diurnos nunca trabalharam no turno irregular e trabalhavam como motoristas de caminhão em média havia 10,8 anos. Os motoristas do turno irregular apresentaram menor demanda e controle no trabalho comparados aos motoristas do turno diurno (p < 0,05). Os motoristas do turno irregular, moderadamente ativos, apresentaram maiores pressões arteriais sistólica e diastólica (143,7 mmHg e 93,2 mmHg, respectivamente) do que os motoristas diurnos, moderadamente ativos (116 mmHg e 73,3 mmHg, respectivamente) (p < 0,05), assim como maior concentração de colesterol total que os motoristas diurnos moderadamente ativos (232,1 mg/dl e 145 mg/dl, respectivamente) (p = 0,01). Independentemente da prática de atividade física, motoristas irregulares apresentaram concentrações mais elevadas de colesterol total e LDL-colesterol (211,8 mg/dl e 135,7 mg/dl, respectivamente) do que os diurnos (161,9 mg/dl e 96,7 mg/dl, respectivamente) (ANCOVA, p < 0,05). CONCLUSÕES: Motoristas de caminhão são expostos a fatores de risco cardiovasculares devido às características próprias de seu trabalho, com grande demanda, extensa jornada e tempo de trabalho na profissão, independentemente do turno de trabalho e da atividade física no tempo de lazer.OBJETIVO: Analizar el efecto presumido del turno de trabajo y su interacción con la actividad física en el tiempo libre en los factores de riesgo cardiovasculares en conductores de camión. MÉTODOS: Estudio transversal conducido con 57 conductores de camión del sexo masculino que trabajaban en una transportadora de cargas, 31 de ellos en turno irregular y 26 en turno diurno. Los participantes registraron actividad física a través del Cuestionario Internacional de Actividad Física, se les midió la presión arterial, se calculó el índice de masa corporal y la relación cintura-cadera. Asimismo, los participantes suministraron una muestra de sangre, en ayunas, para análisis de factores lipídicos. Los datos fueron analizados utilizando el modelo factorial controlado por las co-variables: edad, tabaquismo, demanda de trabajo, control en el trabajo y apoyo social. RESULTADOS: La mayoría de los conductores, tanto del turno irregular como del turno diurno, trabajaba más de ocho horas por día (67,7% y 73,1%, respectivamente). El tiempo de experiencia en el trabajo en el horario irregular fue de 15,7 años. Los trabajadores diurnos nunca trabajaron en el turno irregular y trabajaban, en promedio, como conductores de camión hace 10,8 años. Los conductores del turno irregular presentaron menor demanda y control en el trabajo en comparación con los conductores del turno diurno (p˂ 0,05). Los conductores del turno irregular, moderadamente activos, presentaron mayores presiones arteriales sistólica y diastólica (143m7 y 93,2 mmHg, respectivamente) que los conductores diurnos, moderadamente activos (116 y 73,3 mmHg, respectivamente) (p˂ 0,05), así como mayor concentración de colesterol total en comparación con los conductores diurnos moderadamente activos (116 y 73,3 mmHg, respectivamente) (p=0,01). Independientemente de la práctica de actividad física, los conductores irregulares presentaron concentraciones más elevadas de colesterol total y LDL-colesterol (211,8 y 135,7 mg/dl, respectivamente) que los del turno diurno (161,9 y 96,7 mg/dl, respectivamente) (ANCOVA, p˂0,05). CONCLUSIONES: Los conductores de camión están expuestos a factores de riesgo cardiovasculares debido a las características propias de su trabajo, con gran demanda, extensa jornada y tiempo de trabajo en la profesión, independientemente del turno de trabajo y de la actividad física en el tiempo libre.OBJECTIVE: To analyze the putative effect of type of shift and its interaction with leisure-time physical activity on cardiovascular risk factors in truck drivers. METHODS: A cross-sectional study was undertaken on 57 male truck drivers working at a transportation company, of whom 31 worked irregular shifts and 26 worked on the day-shift. Participants recorded their physical activity using the International Physical Activity Questionnaire along with measurements of blood pressure, body mass index and waist-hip ratio. Participants also provided a fasting blood sample for analysis of lipid-related outcomes. Data were analyzed using a factorial model which was covariate-controlled for age, smoking, work demand, control at work and social support. RESULTS: Most of the irregular-shift and day-shift workers worked more than 8 hours per day (67.7% and 73.1%, respectively). The mean duration of experience working the irregular schedule was 15.7 years. Day-shift workers had never engaged in irregular-shift work and had been working as a truck driver for 10.8 years on average. The irregular-shift drivers had lower work demand but less control compared to day-shift drivers (p < 0.05). Moderately-active irregular-shift workers had higher systolic and diastolic arterial pressures (143.7 and 93.2 mmHg, respectively) than moderately-active day-shift workers (116 and 73.3 mmHg, respectively) (p < 0.05) as well as higher total cholesterol concentrations (232.1 and 145 mg/dl, respectively) (p = 0.01). Irrespective of their physical activity, irregular-shift drivers had higher total cholesterol and LDL-cholesterol concentrations (211.8 and 135.7 mg/dl, respectively) than day-shift workers (161.9 and 96.7 mg/dl, respectively (ANCOVA, p < 0.05). CONCLUSIONS: Truck drivers are exposed to cardiovascular risk factors due to the characteristics of the job, such as high work demand, long working hours and time in this profession, regardless of shift type or leisure-time physical activity.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2013-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/7665510.1590/rsp.v47i3.76655Revista de Saúde Pública; Vol. 47 No. 3 (2013); 497-505Revista de Saúde Pública; Vol. 47 Núm. 3 (2013); 497-505Revista de Saúde Pública; v. 47 n. 3 (2013); 497-5051518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPenghttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76655/80431Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessMarqueze, Elaine CristinaUlhoa, Melissa AraujoMoreno, Claudia Roberta de Castro2014-03-20T18:12:16Zoai:revistas.usp.br:article/76655Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2014-03-20T18:12:16Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false |
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