Crianças de dois anos de idade como coconstrutoras de cultura
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Psicologia USP (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642009000300005 |
Resumo: | De que maneira a cultura é coconstruída no nível micro das interações diárias em uma creche? O que é a cultura que está sendo construída, quem são os construtores e como o fazem? Este artigo se baseia em um estudo de caso de interação de crianças de dois anos de idade. Para o estudo, gravações em vídeo foram feitas duas vezes por mês durante um período de sete meses em uma creche na Finlândia. Nas sessões de gravação, as crianças recebiam alguns objetos para brincar. Quatro sessões foram selecionadas para a análise qualitativa. Durante a primeira sessão, as crianças produziram uma contracultura às tentativas da professora de estruturar a situação. Gestos, posturas e verbalizações entre as crianças surgiram de movimentos inicialmente aleatórios. O significado e as funções dessas posturas, movimentos e sons mudaram durante o andamento das ações. Alguns dos movimentos e verbalizações foram restabelecidos e mais elaborados nas sessões de gravação seguintes. As circunscrições para as ações foram constantemente negociadas verbalmente e não verbalmente entre as crianças e os adultos. A cultura institucional mais ampla da educação infantil não constituía uma estrutura passiva externa ao andamento das ações, mas ganhava concretude nas situações do aqui-e-agora. As expectativas e intenções dos adultos materializavam-se nas iniciações e nos ajustes do ambiente e canalizavam as possibilidades de ação das crianças. Baseando-se nisso, as crianças coconstruíam movimentos e significados novos fora da esfera de expectativa dos adultos. |
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