A oposição aos pavilhões do parque Ibirapuera (1950-1954)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barone, Ana Cláudia Castilho
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Anais do Museu Paulista (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5523
Resumo: Este artigo trata das disputas em torno da realização do parque Ibirapuera, na primeira metade da década de 1950, quando a Prefeitura Municipal de São Paulo, com o apoio do Governo do Estado, decidiu implementá-lo, com o propósito de nele sediar as comemorações do seu 400º aniversário de fundação. O Ibirapuera é considerado o primeiro parque metropolitano de São Paulo. Foi construído em 1954, momento em que a cidade arvorava a condição de "metrópole moderna". Com 1.584.000 m² de área total, localizado junto a bairros nobres, o parque foi equipado com um conjunto de edifícios desenhados por Oscar Niemeyer, destinados a abrigar exposições comemorativas. Sua construção ensejou uma série de manifestações de oposição, consolidadas em torno de um grupo que teve franca representação em diversos meios institucionais e de comunicação. Posteriormente, no entanto, essa oposição foi totalmente silenciada tanto pelos agentes sociais envolvidos no processo quanto pela bibliografia sobre o assunto. Procura-se, aqui, levantar as questões em torno de tal oposição, com vistas a estabelecer um contraponto ao caráter comemorativo da própria fundação da cidade, permitindo a superação do olhar celebratório e de elogio do progresso paulistano. Essa investigação delineia um campo de conflitos e disputas, indicando que, naquele momento, não havia continuidade entre a celebração do aniversário da cidade e a modernidade dos pavilhões do Ibirapuera, mas sim uma série de embates políticos de relevância para o urbanismo em São Paulo, que merecem ser recuperados.
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