O Anhanguera, de Theodoro Braga: dissonâncias de uma imagem controversa do bandeirantismo paulista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Anais do Museu Paulista (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/190591 |
Resumo: | A vida e a obra de Theodoro Braga tem sido destacada pela historiografiacontemporânea devido a sua presença nas artes decorativas e por seu papel na formulação de uma identidade nacional brasileira, atividade que perpassa toda sua atuação como pintor e educador. Porém, como apontado por alguns autores, o artista também tem expressiva importância no campo da pintura histórica. Uma de suas obras mais conhecidas do gênero é O Anhanguera (1930), um dos retratos mais famosos e reproduzidos do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva. A obra integra o acervo do Museu Paulista desde 1960, quando foi doada por Maria da Silva Braga, viúva de Theodoro Braga. Até alguns anos atrás, o Museu não tinha informações sobre o processo de produção da obra, bem como sua inserção na produção artística do pintor, sua circulação antes da doação em 1960, a relação do artista com o Museu Paulista e a relação da obra com os padrões de representação da iconografia bandeirante estabelecida por Afonso Taunay, então diretor do museu. Essas relações foram aqui investigadas por meio de levantamento documental em periódicos da época. A análise das fontes, junto à revisão bibliográfica sobre a criação e consolidação do mito do “herói bandeirante” e dos padrões de representação dessas personagens nas obras do acervo do Museu Paulista, demonstram que aobra de Theodoro Braga foi excluída das encomendas e compras oficiais realizadas por Taunay por não se adequar ao cânon por ele imposto à instituição. Essa exclusão, no entanto, não impediu que a obra fosse adquirida pelos acervos oficiais do estado de São Paulo a partir de 1945, ano em que Taunay deixou a direção do Museu Paulista. |
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O Anhanguera, de Theodoro Braga: dissonâncias de uma imagem controversa do bandeirantismo paulistaO Anhanguera by Theodoro Braga: dissonances of a controversial figure within São Paulo’s bandeirantismo Theodoro BragaMuseu PaulistaO AnhangueraPintura históricaBandeirantismoTheodoro BragaMuseu PaulistaO AnhangueraHistorical paintingBandeirante historyA vida e a obra de Theodoro Braga tem sido destacada pela historiografiacontemporânea devido a sua presença nas artes decorativas e por seu papel na formulação de uma identidade nacional brasileira, atividade que perpassa toda sua atuação como pintor e educador. Porém, como apontado por alguns autores, o artista também tem expressiva importância no campo da pintura histórica. Uma de suas obras mais conhecidas do gênero é O Anhanguera (1930), um dos retratos mais famosos e reproduzidos do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva. A obra integra o acervo do Museu Paulista desde 1960, quando foi doada por Maria da Silva Braga, viúva de Theodoro Braga. Até alguns anos atrás, o Museu não tinha informações sobre o processo de produção da obra, bem como sua inserção na produção artística do pintor, sua circulação antes da doação em 1960, a relação do artista com o Museu Paulista e a relação da obra com os padrões de representação da iconografia bandeirante estabelecida por Afonso Taunay, então diretor do museu. Essas relações foram aqui investigadas por meio de levantamento documental em periódicos da época. A análise das fontes, junto à revisão bibliográfica sobre a criação e consolidação do mito do “herói bandeirante” e dos padrões de representação dessas personagens nas obras do acervo do Museu Paulista, demonstram que aobra de Theodoro Braga foi excluída das encomendas e compras oficiais realizadas por Taunay por não se adequar ao cânon por ele imposto à instituição. Essa exclusão, no entanto, não impediu que a obra fosse adquirida pelos acervos oficiais do estado de São Paulo a partir de 1945, ano em que Taunay deixou a direção do Museu Paulista.The life and oeuvre of Theodoro Braga has been highlighted by contemporaryhistoriography due to his importance in the decorative arts and his role in formulating a Brazilian national identity, activity that permeates his entire career as a painter and educator. As pointed out by some authors, however, the artist also has significant importance in the field of historicalpainting. One of his best-known works is O Anhanguera (1930), the most famous and reproduced portrait of the bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva. The painting has belonged to the Museu Paulista collection since 1960, when it was donated by Maria da Silva Braga, Braga’s widow. Until a few years ago, the museum lacked all information about its production process, its insertion in Braga’s artistic production, its circulation before 1960, as well as the relationship betweenthe painter and the Museu Paulista and the work’s relationship with the patterns of representation within the bandeirante iconography established by Afonso Taunay, then the museum’s director. These relationships were investigated here by means of a documentary survey in periodicalsof the time. Data analysis, together with the literature review on the creation and consolidation of the mythological “bandeirante hero” and its patterns of representation in the Museu Paulista collection, show that Theodoro Braga’s works were excluded from official commissions and purchases made by Taunay for not fitting the imposed canon. Such exclusion, however, did not stop his paintings from being acquired by the São Paulo state official collections starting in 1945 foward, when Taunay left the museum’s administration.Universidade de São Paulo. Museu Paulista2022-07-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/19059110.1590/1982-02672022v30e17Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material; v. 30 (2022); 1-251982-02670101-4714reponame:Anais do Museu Paulista (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/190591/184631Copyright (c) 2022 Elisa Ferreira Rocha Camposhttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessCampos, Elisa Ferreira Rocha2022-12-14T14:56:37Zoai:revistas.usp.br:article/190591Revistahttp://anais.mp.usp.br/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||anaismp@usp.br1982-02670101-4714opendoar:2022-12-14T14:56:37Anais do Museu Paulista (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A vida e a obra de Theodoro Braga tem sido destacada pela historiografiacontemporânea devido a sua presença nas artes decorativas e por seu papel na formulação de uma identidade nacional brasileira, atividade que perpassa toda sua atuação como pintor e educador. Porém, como apontado por alguns autores, o artista também tem expressiva importância no campo da pintura histórica. Uma de suas obras mais conhecidas do gênero é O Anhanguera (1930), um dos retratos mais famosos e reproduzidos do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva. A obra integra o acervo do Museu Paulista desde 1960, quando foi doada por Maria da Silva Braga, viúva de Theodoro Braga. Até alguns anos atrás, o Museu não tinha informações sobre o processo de produção da obra, bem como sua inserção na produção artística do pintor, sua circulação antes da doação em 1960, a relação do artista com o Museu Paulista e a relação da obra com os padrões de representação da iconografia bandeirante estabelecida por Afonso Taunay, então diretor do museu. Essas relações foram aqui investigadas por meio de levantamento documental em periódicos da época. A análise das fontes, junto à revisão bibliográfica sobre a criação e consolidação do mito do “herói bandeirante” e dos padrões de representação dessas personagens nas obras do acervo do Museu Paulista, demonstram que aobra de Theodoro Braga foi excluída das encomendas e compras oficiais realizadas por Taunay por não se adequar ao cânon por ele imposto à instituição. Essa exclusão, no entanto, não impediu que a obra fosse adquirida pelos acervos oficiais do estado de São Paulo a partir de 1945, ano em que Taunay deixou a direção do Museu Paulista. |
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