Inovação, rigor e ascese: entre a vida e a obra de Vinicius Caldeira Brant
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12345 |
Resumo: | Vinicius Caldeira Brant não deixou uma obra extensa, mas sua produção pode ser considerada exemplar na literatura sociológica brasileira. Seu artigo clássico sobre o desenvolvimento capitalista na agricultura, estudando o caso concreto da região de Assis, em São Paulo, certamente mudou a direção dos estudos e pesquisas sobre a agricultura no Brasil, indicando que era o novo desenvolvimento capitalista que estava gerando os novos problemas e não apenas o velho latifúndio. Dedicando-se, posteriormente, ao estudo do sistema carcerário paulista – que, por extensão, pode ser paradigmático do caso brasileiro- confirmou o que hoje é sabido, isto é, a desmitificação dos mitos sobre o prisioneiro típico, branco, paulista e alfabetizado, ao contrário dos estereótipos, ao mesmo tempo que demonstrou a vil exploração de quem já é cerceado de sua liberdade, por algumas empresas. A economia interna dos presídios é formada por um misto de superexploração, tráfico de drogas, formação de perversos códigos de sociabilidade, sob as vistas complacentesdo Estado. Seu trabalho sobre Paulínia, petróleo e política, foi outra vez ao coração da matéria, mostrando a intrincada relação entre o caráter estatal da empresa e o sindicalismo petroleiro, co-fundador do novo movimento sindical brasileiro. Por último, mas não desimportante, utilizou metodologias inovadoras nesses estudos, nas quais o “objeto” deixa de ser passivo, para constituirse em co-autor das escolhas e perspectivas metodológicas. |
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Inovação, rigor e ascese: entre a vida e a obra de Vinicius Caldeira Brant Inovation, accuracy and asceticism: in the life and work of Vinicius Caldeira Brant desenvolvimentoagriculturatrabalhoprisãosindicalismoVinicius Caldeira BrantVinicius Caldeira Brant não deixou uma obra extensa, mas sua produção pode ser considerada exemplar na literatura sociológica brasileira. Seu artigo clássico sobre o desenvolvimento capitalista na agricultura, estudando o caso concreto da região de Assis, em São Paulo, certamente mudou a direção dos estudos e pesquisas sobre a agricultura no Brasil, indicando que era o novo desenvolvimento capitalista que estava gerando os novos problemas e não apenas o velho latifúndio. Dedicando-se, posteriormente, ao estudo do sistema carcerário paulista – que, por extensão, pode ser paradigmático do caso brasileiro- confirmou o que hoje é sabido, isto é, a desmitificação dos mitos sobre o prisioneiro típico, branco, paulista e alfabetizado, ao contrário dos estereótipos, ao mesmo tempo que demonstrou a vil exploração de quem já é cerceado de sua liberdade, por algumas empresas. A economia interna dos presídios é formada por um misto de superexploração, tráfico de drogas, formação de perversos códigos de sociabilidade, sob as vistas complacentesdo Estado. Seu trabalho sobre Paulínia, petróleo e política, foi outra vez ao coração da matéria, mostrando a intrincada relação entre o caráter estatal da empresa e o sindicalismo petroleiro, co-fundador do novo movimento sindical brasileiro. Por último, mas não desimportante, utilizou metodologias inovadoras nesses estudos, nas quais o “objeto” deixa de ser passivo, para constituirse em co-autor das escolhas e perspectivas metodológicas.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2001-05-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/1234510.1590/S0103-20702001000100001Tempo Social; Vol. 13 No. 1 (2001); 1-8Tempo Social; v. 13 n. 1 (2001); 1-8Tempo Social; Vol. 13 Núm. 1 (2001); 1-81809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12345/14122Copyright (c) 2015 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessOliveira, Francisco de2023-06-23T12:57:01Zoai:revistas.usp.br:article/12345Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-06-23T12:57:01Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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