Mercado e democracia: a relação perversa
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1990 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/84783 |
Resumo: | Um reexame crítico das supostas relações causais entre o mercado e democracia deveria ter em conta a teoria do fetiche da mercadoria. A forma de que a mercadoria se reveste para circular acoberta conteúdos, consubstanciados no valor, que resultam de relações sociais historicamente diversas de sua manifestação formal no mercado. Acoberta, portanto, tempos históricos distintos do tempo do mercado. É nesse movimento que, nas sociedades pobres, o capital extrai excedentes que são, na verdade, tributos, estabelecendo aí uma violência que é oposta ao igualitarismo proclamado pelo fetiche da mercadoria. Produzida desse modo, a mercadoria e o mercado não cumprem sua suposta missão civilizadora, pois de fato empobrecem a possibilidade da cidadania. Basicamente, na relação entre o mercado e democracia é necessário considerar as relações sociais reais que definem o conteúdo do processo político, pois há situações (e sociedades) em que as possibilidades proclamadas pela forma exterior igualatária da mercadoria estão em contradição com a realidade opressiva das desigualdades sociais e politicas. |
id |
USP-41_828808da8c5edddb54c7bf064c299270 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/84783 |
network_acronym_str |
USP-41 |
network_name_str |
Tempo Social (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Mercado e democracia: a relação perversaMarket and democracy: the perverse relationMercadoriaFetiche de mercadoriaIgualitarismoTributoViolênciaDesigualdadeCidadaniaCoomodityFetichism of commoditiesEqualitarianismTributeViolenceInequalityCitizenshipUm reexame crítico das supostas relações causais entre o mercado e democracia deveria ter em conta a teoria do fetiche da mercadoria. A forma de que a mercadoria se reveste para circular acoberta conteúdos, consubstanciados no valor, que resultam de relações sociais historicamente diversas de sua manifestação formal no mercado. Acoberta, portanto, tempos históricos distintos do tempo do mercado. É nesse movimento que, nas sociedades pobres, o capital extrai excedentes que são, na verdade, tributos, estabelecendo aí uma violência que é oposta ao igualitarismo proclamado pelo fetiche da mercadoria. Produzida desse modo, a mercadoria e o mercado não cumprem sua suposta missão civilizadora, pois de fato empobrecem a possibilidade da cidadania. Basicamente, na relação entre o mercado e democracia é necessário considerar as relações sociais reais que definem o conteúdo do processo político, pois há situações (e sociedades) em que as possibilidades proclamadas pela forma exterior igualatária da mercadoria estão em contradição com a realidade opressiva das desigualdades sociais e politicas.A critical reexamination of the supposedly causal relations between market and democracy should take into account the theory of fetichism of commodities. The form taken by commodities in order to circulate conceals contents, consubstantiated in value, resulting from relations which are historically diverse from their formal manifestation in the market. Thus, it conceals historical times that are different from the market time. In poor societies, it is in this movement that capital extracts surplus which are, in fact, tribute, thus establishing a kind of violence opposed to the equalitarianism proclamed by the commodity´s fetichism. The commodity thus produced and the market do not accomplish their supposed civilizatory mission, as they actually impoverish the possibility of citizenship. Basically, in the relation between market and democracy, it is essential to consider the real social relations which define the contents to the political process because there are situations (and societies) in which the possibilities professed by the comodities equalitarian exterior form are in contradiction with the oppressive reality of political an social inequalities.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas1990-07-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/8478310.1590/ts.v2i1.84783Tempo Social; Vol. 2 No. 1 (1990); 7-22Tempo Social; v. 2 n. 1 (1990); 7-22Tempo Social; Vol. 2 Núm. 1 (1990); 7-221809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/84783/87499Copyright (c) 1990 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMartins, José de Souza2023-07-07T12:06:31Zoai:revistas.usp.br:article/84783Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-07-07T12:06:31Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Mercado e democracia: a relação perversa Market and democracy: the perverse relation |
title |
Mercado e democracia: a relação perversa |
spellingShingle |
Mercado e democracia: a relação perversa Martins, José de Souza Mercadoria Fetiche de mercadoria Igualitarismo Tributo Violência Desigualdade Cidadania Coomodity Fetichism of commodities Equalitarianism Tribute Violence Inequality Citizenship |
title_short |
Mercado e democracia: a relação perversa |
title_full |
Mercado e democracia: a relação perversa |
title_fullStr |
Mercado e democracia: a relação perversa |
title_full_unstemmed |
Mercado e democracia: a relação perversa |
title_sort |
Mercado e democracia: a relação perversa |
author |
Martins, José de Souza |
author_facet |
Martins, José de Souza |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Martins, José de Souza |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Mercadoria Fetiche de mercadoria Igualitarismo Tributo Violência Desigualdade Cidadania Coomodity Fetichism of commodities Equalitarianism Tribute Violence Inequality Citizenship |
topic |
Mercadoria Fetiche de mercadoria Igualitarismo Tributo Violência Desigualdade Cidadania Coomodity Fetichism of commodities Equalitarianism Tribute Violence Inequality Citizenship |
description |
Um reexame crítico das supostas relações causais entre o mercado e democracia deveria ter em conta a teoria do fetiche da mercadoria. A forma de que a mercadoria se reveste para circular acoberta conteúdos, consubstanciados no valor, que resultam de relações sociais historicamente diversas de sua manifestação formal no mercado. Acoberta, portanto, tempos históricos distintos do tempo do mercado. É nesse movimento que, nas sociedades pobres, o capital extrai excedentes que são, na verdade, tributos, estabelecendo aí uma violência que é oposta ao igualitarismo proclamado pelo fetiche da mercadoria. Produzida desse modo, a mercadoria e o mercado não cumprem sua suposta missão civilizadora, pois de fato empobrecem a possibilidade da cidadania. Basicamente, na relação entre o mercado e democracia é necessário considerar as relações sociais reais que definem o conteúdo do processo político, pois há situações (e sociedades) em que as possibilidades proclamadas pela forma exterior igualatária da mercadoria estão em contradição com a realidade opressiva das desigualdades sociais e politicas. |
publishDate |
1990 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1990-07-07 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/84783 10.1590/ts.v2i1.84783 |
url |
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/84783 |
identifier_str_mv |
10.1590/ts.v2i1.84783 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/84783/87499 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 1990 Tempo Social http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 1990 Tempo Social http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Tempo Social; Vol. 2 No. 1 (1990); 7-22 Tempo Social; v. 2 n. 1 (1990); 7-22 Tempo Social; Vol. 2 Núm. 1 (1990); 7-22 1809-4554 0103-2070 reponame:Tempo Social (Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Tempo Social (Online) |
collection |
Tempo Social (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
temposoc@edu.usp.br |
_version_ |
1800221914913832960 |