O mundo após o 11 de setembro: a perda da inocência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12403 |
Resumo: | Findas as ilusões que se seguiram à queda do Muro de Berlim e a perplexidade com as possíveis conseqüências imediatas do contra-ataque norte-americano ao 11 de setembro, o que vemos hoje é aumento do poder do Estado, unilateralismo no uso desse poder, acirramento das divergências entre as forças mundiais, recuo na tendência globalizante e reversão dos ganhos com o "dividendo da paz" até então, fazendo ressurgir um nacionalismo político-econômico, manifestado com a afirmação do poder do Estado sobre o mercado, com a prevalência da política estratégica diante da economia e do comércio. Mesmo o "multilateralismo" proferido por alguns chefes de Estado não pretende uma autêntica democratização das relações internacionais. Ao Brasil resta lutar por uma reforma na arquitetura financeira internacional e no sistema multilateral de comércio, mobilizando nações com interesses semelhantes para juntos explorar os espaços abertos pelas limitações do poder norte-americano e dos demais países industrializados, com o fim de buscar uma cooperação solidária e generosa, inspirada no auto-interesse de cada um, na consciência de que somos interdependentes uns dos outros. A solução para os impasses do desenvolvimento e a armadilha da pobreza não virá com a (re)construção de muros físicos, político-jurídicos, econômicos e, sobretudo, mentais. |
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O mundo após o 11 de setembro: a perda da inocência Conflitos mundiaisEstados Unidos11 de setembroUnilateralismoMultilateralismoGlobalizaçãoPolítica externaWorld conflictsUnited States11 set.UnilateralismMultilateralismGlobalizationExternal politicsFindas as ilusões que se seguiram à queda do Muro de Berlim e a perplexidade com as possíveis conseqüências imediatas do contra-ataque norte-americano ao 11 de setembro, o que vemos hoje é aumento do poder do Estado, unilateralismo no uso desse poder, acirramento das divergências entre as forças mundiais, recuo na tendência globalizante e reversão dos ganhos com o "dividendo da paz" até então, fazendo ressurgir um nacionalismo político-econômico, manifestado com a afirmação do poder do Estado sobre o mercado, com a prevalência da política estratégica diante da economia e do comércio. Mesmo o "multilateralismo" proferido por alguns chefes de Estado não pretende uma autêntica democratização das relações internacionais. Ao Brasil resta lutar por uma reforma na arquitetura financeira internacional e no sistema multilateral de comércio, mobilizando nações com interesses semelhantes para juntos explorar os espaços abertos pelas limitações do poder norte-americano e dos demais países industrializados, com o fim de buscar uma cooperação solidária e generosa, inspirada no auto-interesse de cada um, na consciência de que somos interdependentes uns dos outros. A solução para os impasses do desenvolvimento e a armadilha da pobreza não virá com a (re)construção de muros físicos, político-jurídicos, econômicos e, sobretudo, mentais. After the illusions that followed the fall of the Berlin Wall were dispelled and the perplexity with the possible immediate consequences of the American 9/11 counterattack was over, what followed was an increase in the power of the State, a unilateral use of this power, an incitement to the disagreements among world forces, a shrinking from the globalization tendency and a reversal of the gains produced by "the dividends of peace". All this brought about the resurgence of a political economic nationalism manifested by the assertion of State over market power, with a prevalence of political strategy over the economy and commerce. Even the "multilateralism" proffered by a few heads of State does not comprise an authentic democratization of international relations. All that is left for Brazil to do is to struggle for a reform of the architecture of international finances and of the multilateral commerce system, mobilizing nations with similar interests so that, together, they can explore the spaces left open by the limitations on American power and that of the other industrialized countries, in order to achieve reciprocal and generous cooperation inspired in the self-interest of each nation, on the conscience that we are interdependent. The solution to the predicament of development and the traps of poverty will not come from the (re)building of physical, political, judicial, economic and, mainly, mental walls. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2003-11-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/1240310.1590/S0103-20702003000200002Tempo Social; Vol. 15 No. 2 (2003); 9-30Tempo Social; v. 15 n. 2 (2003); 9-30Tempo Social; Vol. 15 Núm. 2 (2003); 9-301809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12403/14180Copyright (c) 2015 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessRicupero, Rubens2023-06-19T14:35:54Zoai:revistas.usp.br:article/12403Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-06-19T14:35:54Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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