De volta à Argélia: a encruzilhada etnossociológica de Bourdieu
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/104448 |
Resumo: | Os anos de aprendizado “etnossociológico” de Pierre Bourdieu na sociedade argelina têm sido objeto de um interesse acadêmico renovado. Inspirado por questões oriundas dessa literatura recente, o presente artigo explora, primeiramente, como as experiências de Bourdieu em uma Argélia atravessada pela guerra influenciaram os princípios teóricos e metodológicos de sua sociologia madura. Em segundo lugar, o texto mostra que os escritos bourdieusianos de juventude sobre as turbulências históricas por ele presenciadas naquela sociedade exibem temas e perspectivas que destoam das imagens mais comuns do seu trabalho: o assentimento prático à dominação característico da “violência simbólica” dá lugar à resistência aberta, a "cumplicidade ontológica” entre disposições subjetivas e circunstâncias objetivas dá lugar ao seu descompasso histórico, enquanto a suspeição de princípio diante das representações dos agentes leigos dá lugar a uma alta confiança analítica em longos testemunhos pessoais. Conectando as investigações sociológicas de Bourdieu ao seu uso da fotografia, a terceira seção examina as múltiplas funções que a prática de tirar fotos desempenhou em suas excursões etnográficas a comunidades argelinas. Por fim, o ensaio apresenta a conexão entre motivos da teoria da modernização e das teorias do (neo) colonialismo como uma das primeiras sínteses operadas por Bourdieu em sua carreira intelectual. |
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De volta à Argélia: a encruzilhada etnossociológica de BourdieuBack to Algeria: Bourdieu’s ethnosociological crossroadsPierre BourdieuAlgeriaPhotographyEthnographyColonialism.Pierre BourdieuArgéliaFotografiaEtnografiaColonialismoOs anos de aprendizado “etnossociológico” de Pierre Bourdieu na sociedade argelina têm sido objeto de um interesse acadêmico renovado. Inspirado por questões oriundas dessa literatura recente, o presente artigo explora, primeiramente, como as experiências de Bourdieu em uma Argélia atravessada pela guerra influenciaram os princípios teóricos e metodológicos de sua sociologia madura. Em segundo lugar, o texto mostra que os escritos bourdieusianos de juventude sobre as turbulências históricas por ele presenciadas naquela sociedade exibem temas e perspectivas que destoam das imagens mais comuns do seu trabalho: o assentimento prático à dominação característico da “violência simbólica” dá lugar à resistência aberta, a "cumplicidade ontológica” entre disposições subjetivas e circunstâncias objetivas dá lugar ao seu descompasso histórico, enquanto a suspeição de princípio diante das representações dos agentes leigos dá lugar a uma alta confiança analítica em longos testemunhos pessoais. Conectando as investigações sociológicas de Bourdieu ao seu uso da fotografia, a terceira seção examina as múltiplas funções que a prática de tirar fotos desempenhou em suas excursões etnográficas a comunidades argelinas. Por fim, o ensaio apresenta a conexão entre motivos da teoria da modernização e das teorias do (neo) colonialismo como uma das primeiras sínteses operadas por Bourdieu em sua carreira intelectual.Pierre Bourdieu’s years of “ethnosociological” apprenticeship in Algerian society have been the object of a renewed scholarly interest. Inspired by questions stemming from this recent literature, the present article explores, first, how Bourdieu’s experiences in a war-torn Algeria have influenced the theoretical and methodological tenets of his mature sociology. Second, it shows that Bourdieu’s early writings on the historical disruptions he witnessed in that society display themes and perspectives that depart from the most common images of his work. The practical assent to domination characteristic of “symbolic violence” gives way to open resistance, the “ontological complicity” between subjective dispositions and objective circumstances gives way to their historical mismatch, while the principled suspicion towards lay agents’ representations gives way to a high analytical reliance on long personal testimonies. Connecting Bourdieu’s sociological investigations to his use of photography, the third section of the text surveys the multiple functions that the practice of taking pictures performed in his ethnographic forays into Algerian communities. Finally, the essay presents Bourdieu’s connection between motifs of “modernization theory” and theories of (neo)colonialism as one of the first syntheses in his intellectual career.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2017-04-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/xmlhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/10444810.11606/0103-2070.ts.2017.104448Tempo Social; Vol. 29 No. 1 (2017); 275-303Tempo Social; v. 29 n. 1 (2017); 275-303Tempo Social; Vol. 29 Núm. 1 (2017); 275-3031809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/104448/127498https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/104448/147779Copyright (c) 2017 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessPeters, Gabriel Moura2023-05-10T12:01:26Zoai:revistas.usp.br:article/104448Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-05-10T12:01:26Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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