Chemical composition of oysters from São Paulo and Paraná, Brazil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1967 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Boletim do Instituto Oceanográfico |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/biocean/article/view/27790 |
Resumo: | Durante 1966-1967, foi efetuado um estudo comparativo da variação da composição química da ostra (proteína, matéria graxa, água, cinza, óxido de trimetilamina, glicogênio cru, cálcio, magnésio, ferro (Fe+ + + ), fósforo total e inorgânico), proveniente de regiões lagunares do Estado de São Paulo: Cananéia e Canal da Bertioga (Santos), e do Estado do Paraná: Paranaguá. A análise dos resultados foi efetuada, levando-se em consideração o ciclo reprodutivo da ostra e as condições meteorológicas das três regiões em estudo. Com base no observado pode-se considerar o seguinte: 1 - Os teores de umidade das ostras analisadas estão mais próximos dos obtidos por outros autores no gênero Crassostrea do que no gênero Ostrea; 2 - Os teores de magnésio mais elevados que os de cálcio, divergem da maioria dos dados de outros autores, concordando somente com os de NELSON & COULSON (1939), para Crassostrea gigas da costa do Pacífico, Estados Unidos. 3 - Os teores de proteína e cinzas, são em geral mais baixos que os constatados por outros autores; 4 - Foi constatada em 19 análises, dentre 32, a presença de óxido de trimetilamina (TMO), divergindo das observações de ausência total de TMO feita por NORRIS & BERNOIT (1945), para O. japonica, no Pacífico, e DYER (1952), para O. virginica, no Atlântico, únicos que citam trabalhos de TMO em ostra; 5 - Os valores energéticos observados se revelaram mais baixos que os constatados por RUSSEL (1923), TULLEY (1935) e KRVARIC (1953); 6 - Foi observada uma variação sazonal nos teores energéticos das ostras: inverno e primavera, elevados; verão e outono, baixos, concordando com RUSSEL, TULLEY e KRVARIC (op. cit.); 7 - Foi constatada variação sazonal correspondente entre si para os teores de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, para a expressão em função da matéria fresca e seca; 8 - A proteína somente apresentou variação sazonal quando expressa em função da matéria seca, sendo oposta à de glicogênio e matéria graxa; 9 - As variações de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, estão relacionadas com o ciclo reprodutivo das ostras, sugerindo os seguintes períodos propostos por MATSUMOTO et al. (1934) e analisados para as nossas condições: a) "Fattening": Paranaguá - julho à agosto/66; fevereiro à abril/67; Cananéia - maio à julho/66; março à abril/67; Santos - março à maio/66; julho à agosto/66; março à abril/67. b) "Gonadal ripening": Paranaguá - agosto à outubro/66; Santos - agosto à setembro/66; novembro à dezembro/66. c) "Discharge of sexual products": Paranaguá - maio à julho/66; outubro a dezembro/66; janeiro à fevereiro/67; Cananéia - julho/66 à março/67; abril à julho/67; Santos - maio à junho/66; setembro à outubro/66; dezembro/66 à março/67. 10 - As variações do ciclo reprodutivo são evidenciadas pela variações dos teores de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, estando possivelmente relacionadas com a temperatura da água e esta com a radiação solar recebida (Q); 11 - Observou-se uma relação inversa da energia solar recebida (Q) e os teores de glicogênio e de matéria seca das ostras analisadas; 12 - As semelhanças observadas entre a composição química das ostras procedentes de Paranaguá, Cananéia e Canal da Bertioga (Santos), poderão ser consequentes da semelhança dos fatores meteorológicos atuantes, temperatura da água e do ar, precipitação e radiação solar; 13 - É possível que as variações da composição química e portanto o ciclo reprodutivo, observados para 1966/67, influenciados pelas condições meteorológicas desse período, sejam representativos para cada região em virtude da concordância deste período com o representativo da região; 14 - As ostras apresentam melhores características para o consumo, sob o ponto de vista energético e aceitabilidade durante o inverno e primavera; 15 - A determinação da matéria seca poderá ser usada, nas nossas condições, como indicadores das variações dos teores de glicogênio e matéria graxa e, conseqüentemente, do ciclo de reprodução. |
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Chemical composition of oysters from São Paulo and Paraná, Brazil Durante 1966-1967, foi efetuado um estudo comparativo da variação da composição química da ostra (proteína, matéria graxa, água, cinza, óxido de trimetilamina, glicogênio cru, cálcio, magnésio, ferro (Fe+ + + ), fósforo total e inorgânico), proveniente de regiões lagunares do Estado de São Paulo: Cananéia e Canal da Bertioga (Santos), e do Estado do Paraná: Paranaguá. A análise dos resultados foi efetuada, levando-se em consideração o ciclo reprodutivo da ostra e as condições meteorológicas das três regiões em estudo. Com base no observado pode-se considerar o seguinte: 1 - Os teores de umidade das ostras analisadas estão mais próximos dos obtidos por outros autores no gênero Crassostrea do que no gênero Ostrea; 2 - Os teores de magnésio mais elevados que os de cálcio, divergem da maioria dos dados de outros autores, concordando somente com os de NELSON & COULSON (1939), para Crassostrea gigas da costa do Pacífico, Estados Unidos. 3 - Os teores de proteína e cinzas, são em geral mais baixos que os constatados por outros autores; 4 - Foi constatada em 19 análises, dentre 32, a presença de óxido de trimetilamina (TMO), divergindo das observações de ausência total de TMO feita por NORRIS & BERNOIT (1945), para O. japonica, no Pacífico, e DYER (1952), para O. virginica, no Atlântico, únicos que citam trabalhos de TMO em ostra; 5 - Os valores energéticos observados se revelaram mais baixos que os constatados por RUSSEL (1923), TULLEY (1935) e KRVARIC (1953); 6 - Foi observada uma variação sazonal nos teores energéticos das ostras: inverno e primavera, elevados; verão e outono, baixos, concordando com RUSSEL, TULLEY e KRVARIC (op. cit.); 7 - Foi constatada variação sazonal correspondente entre si para os teores de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, para a expressão em função da matéria fresca e seca; 8 - A proteína somente apresentou variação sazonal quando expressa em função da matéria seca, sendo oposta à de glicogênio e matéria graxa; 9 - As variações de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, estão relacionadas com o ciclo reprodutivo das ostras, sugerindo os seguintes períodos propostos por MATSUMOTO et al. (1934) e analisados para as nossas condições: a) "Fattening": Paranaguá - julho à agosto/66; fevereiro à abril/67; Cananéia - maio à julho/66; março à abril/67; Santos - março à maio/66; julho à agosto/66; março à abril/67. b) "Gonadal ripening": Paranaguá - agosto à outubro/66; Santos - agosto à setembro/66; novembro à dezembro/66. c) "Discharge of sexual products": Paranaguá - maio à julho/66; outubro a dezembro/66; janeiro à fevereiro/67; Cananéia - julho/66 à março/67; abril à julho/67; Santos - maio à junho/66; setembro à outubro/66; dezembro/66 à março/67. 10 - As variações do ciclo reprodutivo são evidenciadas pela variações dos teores de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, estando possivelmente relacionadas com a temperatura da água e esta com a radiação solar recebida (Q); 11 - Observou-se uma relação inversa da energia solar recebida (Q) e os teores de glicogênio e de matéria seca das ostras analisadas; 12 - As semelhanças observadas entre a composição química das ostras procedentes de Paranaguá, Cananéia e Canal da Bertioga (Santos), poderão ser consequentes da semelhança dos fatores meteorológicos atuantes, temperatura da água e do ar, precipitação e radiação solar; 13 - É possível que as variações da composição química e portanto o ciclo reprodutivo, observados para 1966/67, influenciados pelas condições meteorológicas desse período, sejam representativos para cada região em virtude da concordância deste período com o representativo da região; 14 - As ostras apresentam melhores características para o consumo, sob o ponto de vista energético e aceitabilidade durante o inverno e primavera; 15 - A determinação da matéria seca poderá ser usada, nas nossas condições, como indicadores das variações dos teores de glicogênio e matéria graxa e, conseqüentemente, do ciclo de reprodução. During the years 1966/67 a comparative study of the chemical composition of oysters was performed on protein, water, ash, trimethylamine oxide, trimethylamine, crude glycogen, iron (Fe+ + +) , calcium, magnesium, total and inorganic phosphorus, with oysters coming from the lagoon regions of the State of São Paulo, namely Cananéia and Bertioga Channel (Santos), and from the State of Paraná. The oyster discussed here is the species found on mangrove tree stilt roots. It was determined as Ostrea arborea Chemnitz, by Dr. Hugo de Souza Lopes, Museu Nacional do Rio de Janeiro. Other zoologists have placed the present species in the genus Crassostrea. Appraisal of the analytical results of the oysters was made taking into consideration the reproductive cycle and the meteorological conditions of the three regions under study. A seasonal variation was observed regarding fat, crude glycogen, dry matter and energy content when related to fresh and dry matter, and of protein when expressed in relation to dry matter. The seasonal variation are related to the reproductive cycle of oysters and is probably influenced by water temperature variations which depend on the solar radiation incidence, and also by phytoplankton abundance. We endeavoured to determine the season when distinct phases of the oyster reproductive cycle occurs, fattening, ripening, gonadal and sexual products discharge, for each one of the three regions studied, as well as the most favorable time of the year for comsumption (winter and spring). This paper shows that oysters are a complementary source of food and income, that their production must be managed for an optimum return to the population inhabiting the lagoon regions of Brazil southern coast. Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico1967-12-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/biocean/article/view/2779010.1590/S0373-55241968000100006Boletim do Instituto Oceanográfico; v. 17 n. 1 (1968); 71-88 Boletim do Instituto Oceanografico; Vol. 17 No. 1 (1968); 71-88 Boletim do Instituto Oceanográfico; Vol. 17 Núm. 1 (1968); 71-88 2316-89510373-5524reponame:Boletim do Instituto Oceanográficoinstname:Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP)instacron:USPenghttps://www.revistas.usp.br/biocean/article/view/27790/29562Antunes, S. A.Itô, Yasuzoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-06-24T14:51:34Zoai:revistas.usp.br:article/27790Revistahttps://www.revistas.usp.br/bioceanPUBhttps://www.revistas.usp.br/biocean/oaiamspires@usp.br0373-55240373-5524opendoar:2012-06-24T14:51:34Boletim do Instituto Oceanográfico - Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP)false |
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Durante 1966-1967, foi efetuado um estudo comparativo da variação da composição química da ostra (proteína, matéria graxa, água, cinza, óxido de trimetilamina, glicogênio cru, cálcio, magnésio, ferro (Fe+ + + ), fósforo total e inorgânico), proveniente de regiões lagunares do Estado de São Paulo: Cananéia e Canal da Bertioga (Santos), e do Estado do Paraná: Paranaguá. A análise dos resultados foi efetuada, levando-se em consideração o ciclo reprodutivo da ostra e as condições meteorológicas das três regiões em estudo. Com base no observado pode-se considerar o seguinte: 1 - Os teores de umidade das ostras analisadas estão mais próximos dos obtidos por outros autores no gênero Crassostrea do que no gênero Ostrea; 2 - Os teores de magnésio mais elevados que os de cálcio, divergem da maioria dos dados de outros autores, concordando somente com os de NELSON & COULSON (1939), para Crassostrea gigas da costa do Pacífico, Estados Unidos. 3 - Os teores de proteína e cinzas, são em geral mais baixos que os constatados por outros autores; 4 - Foi constatada em 19 análises, dentre 32, a presença de óxido de trimetilamina (TMO), divergindo das observações de ausência total de TMO feita por NORRIS & BERNOIT (1945), para O. japonica, no Pacífico, e DYER (1952), para O. virginica, no Atlântico, únicos que citam trabalhos de TMO em ostra; 5 - Os valores energéticos observados se revelaram mais baixos que os constatados por RUSSEL (1923), TULLEY (1935) e KRVARIC (1953); 6 - Foi observada uma variação sazonal nos teores energéticos das ostras: inverno e primavera, elevados; verão e outono, baixos, concordando com RUSSEL, TULLEY e KRVARIC (op. cit.); 7 - Foi constatada variação sazonal correspondente entre si para os teores de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, para a expressão em função da matéria fresca e seca; 8 - A proteína somente apresentou variação sazonal quando expressa em função da matéria seca, sendo oposta à de glicogênio e matéria graxa; 9 - As variações de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, estão relacionadas com o ciclo reprodutivo das ostras, sugerindo os seguintes períodos propostos por MATSUMOTO et al. (1934) e analisados para as nossas condições: a) "Fattening": Paranaguá - julho à agosto/66; fevereiro à abril/67; Cananéia - maio à julho/66; março à abril/67; Santos - março à maio/66; julho à agosto/66; março à abril/67. b) "Gonadal ripening": Paranaguá - agosto à outubro/66; Santos - agosto à setembro/66; novembro à dezembro/66. c) "Discharge of sexual products": Paranaguá - maio à julho/66; outubro a dezembro/66; janeiro à fevereiro/67; Cananéia - julho/66 à março/67; abril à julho/67; Santos - maio à junho/66; setembro à outubro/66; dezembro/66 à março/67. 10 - As variações do ciclo reprodutivo são evidenciadas pela variações dos teores de glicogênio, matéria graxa e matéria seca, estando possivelmente relacionadas com a temperatura da água e esta com a radiação solar recebida (Q); 11 - Observou-se uma relação inversa da energia solar recebida (Q) e os teores de glicogênio e de matéria seca das ostras analisadas; 12 - As semelhanças observadas entre a composição química das ostras procedentes de Paranaguá, Cananéia e Canal da Bertioga (Santos), poderão ser consequentes da semelhança dos fatores meteorológicos atuantes, temperatura da água e do ar, precipitação e radiação solar; 13 - É possível que as variações da composição química e portanto o ciclo reprodutivo, observados para 1966/67, influenciados pelas condições meteorológicas desse período, sejam representativos para cada região em virtude da concordância deste período com o representativo da região; 14 - As ostras apresentam melhores características para o consumo, sob o ponto de vista energético e aceitabilidade durante o inverno e primavera; 15 - A determinação da matéria seca poderá ser usada, nas nossas condições, como indicadores das variações dos teores de glicogênio e matéria graxa e, conseqüentemente, do ciclo de reprodução. |
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