Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: PINHEIRO,BRUNO DO VALLE
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: HOLANDA,MARCELO ALCÂNTARA, LARGES,CÉLIA MALLART, BEPPU,OSWALDO SHIGUEOMI
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Jornal de Pneumologia
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862002000100005
Resumo: Introdução: Persiste a questão sobre se há vantagens mecânicas ou de trocas gasosas no uso da ventilação pressão-controlada (VPC) sobre a ciclada a volume (VCV). Objetivos: Comparar, de forma randômica, a VPC com a VCV com fluxo desacelerado nos modos assistido e controlado em modelo experimental de lesão pulmonar aguda. Métodos: Sete cães com lesão pulmonar aguda grave (PaO2/FIO2 < 100mmHg) induzida por ácido oléico intravenoso (0,05mg/kg) foram ventilados em VPC ou VCV, mantidos constantes o volume corrente e o tempo inspiratório. Nas duas modalidades os animais foram ventilados por 40 minutos no modo assistido seguido do modo controlado após curarização. Resultados: Não houve diferenças em relação às trocas gasosas (PaO2 e PaCO2), ao débito, ao transporte de oxigênio e à mecânica respiratória entre a VCV e a VPC. O consumo de oxigênio (VO2) após a curarização foi semelhante (124 ± 48 na VCV versus 143 ± 50ml/min na VPC, com p = 0,42). Entretanto, no modo assistido, houve tendência de maior VO2 na VPC (219 ± 72 versus 154 ± 67ml/min na VCV, p = 0,06). Isso associou-se a tendência de maior custo de oxigênio da respiração (COR) naquela modalidade, embora sem diferença estatística significante (31 ± 77 na VCV versus 75 ± 96ml/min na VPC, p = 0,23) e menor PvO2 (34 ± 7 versus 42 ± 6ml/min na VCV, p = 0,02). O pico de fluxo inspiratório nos ciclos assistidos foi maior na VPC (58 ± 9 versus 48 ± 4L/min na VCV, p = 0,01). A instituição da ventilação controlada por curarização reduziu em cerca de 20% o débito cardíaco e o DO2 em relação ao modo assistido, tanto na VCV quanto na VPC. Conclusões: Em um modelo de insuficiência respiratória grave, com elevado COR, a manutenção da ventilação controlada em relação à assistida melhorou a relação entre oferta e consumo de oxigênio. A VPC não trouxe benefícios às trocas gasosas ou à mecânica pulmonar em relação à VCV, podendo aumentar o COR no modo assistido no presente modelo.
id USP-50_a25aa5cf1ebc8e37f42011b167584cae
oai_identifier_str oai:scielo:S0102-35862002000100005
network_acronym_str USP-50
network_name_str Jornal de Pneumologia
repository_id_str
spelling Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiraçãoRespiração artificialTroca gasosa pulmonarIntrodução: Persiste a questão sobre se há vantagens mecânicas ou de trocas gasosas no uso da ventilação pressão-controlada (VPC) sobre a ciclada a volume (VCV). Objetivos: Comparar, de forma randômica, a VPC com a VCV com fluxo desacelerado nos modos assistido e controlado em modelo experimental de lesão pulmonar aguda. Métodos: Sete cães com lesão pulmonar aguda grave (PaO2/FIO2 < 100mmHg) induzida por ácido oléico intravenoso (0,05mg/kg) foram ventilados em VPC ou VCV, mantidos constantes o volume corrente e o tempo inspiratório. Nas duas modalidades os animais foram ventilados por 40 minutos no modo assistido seguido do modo controlado após curarização. Resultados: Não houve diferenças em relação às trocas gasosas (PaO2 e PaCO2), ao débito, ao transporte de oxigênio e à mecânica respiratória entre a VCV e a VPC. O consumo de oxigênio (VO2) após a curarização foi semelhante (124 ± 48 na VCV versus 143 ± 50ml/min na VPC, com p = 0,42). Entretanto, no modo assistido, houve tendência de maior VO2 na VPC (219 ± 72 versus 154 ± 67ml/min na VCV, p = 0,06). Isso associou-se a tendência de maior custo de oxigênio da respiração (COR) naquela modalidade, embora sem diferença estatística significante (31 ± 77 na VCV versus 75 ± 96ml/min na VPC, p = 0,23) e menor PvO2 (34 ± 7 versus 42 ± 6ml/min na VCV, p = 0,02). O pico de fluxo inspiratório nos ciclos assistidos foi maior na VPC (58 ± 9 versus 48 ± 4L/min na VCV, p = 0,01). A instituição da ventilação controlada por curarização reduziu em cerca de 20% o débito cardíaco e o DO2 em relação ao modo assistido, tanto na VCV quanto na VPC. Conclusões: Em um modelo de insuficiência respiratória grave, com elevado COR, a manutenção da ventilação controlada em relação à assistida melhorou a relação entre oferta e consumo de oxigênio. A VPC não trouxe benefícios às trocas gasosas ou à mecânica pulmonar em relação à VCV, podendo aumentar o COR no modo assistido no presente modelo.Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia2002-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862002000100005Jornal de Pneumologia v.28 n.1 2002reponame:Jornal de Pneumologiainstname:Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia da Universidade de São Paulo (SBPT-USP)instacron:USP10.1590/S0102-35862002000100005info:eu-repo/semantics/openAccessPINHEIRO,BRUNO DO VALLEHOLANDA,MARCELO ALCÂNTARALARGES,CÉLIA MALLARTBEPPU,OSWALDO SHIGUEOMIpor2002-11-05T00:00:00Zoai:scielo:S0102-35862002000100005Revistahttps://www.scielo.br/j/jpneu/gridPUBhttp://www.scielo.br/oai/scielo-oai.phpjpneumo@terra.com.br0102-35861678-4642opendoar:2002-11-05T00:00Jornal de Pneumologia - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia da Universidade de São Paulo (SBPT-USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
title Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
spellingShingle Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
PINHEIRO,BRUNO DO VALLE
Respiração artificial
Troca gasosa pulmonar
title_short Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
title_full Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
title_fullStr Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
title_full_unstemmed Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
title_sort Ventilação mecânica volume-controlada versus pressão controlada em modelo canino de lesão pulmonar aguda: efeitos cardiorrespiratórios e sobre o custo de oxigênio da respiração
author PINHEIRO,BRUNO DO VALLE
author_facet PINHEIRO,BRUNO DO VALLE
HOLANDA,MARCELO ALCÂNTARA
LARGES,CÉLIA MALLART
BEPPU,OSWALDO SHIGUEOMI
author_role author
author2 HOLANDA,MARCELO ALCÂNTARA
LARGES,CÉLIA MALLART
BEPPU,OSWALDO SHIGUEOMI
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv PINHEIRO,BRUNO DO VALLE
HOLANDA,MARCELO ALCÂNTARA
LARGES,CÉLIA MALLART
BEPPU,OSWALDO SHIGUEOMI
dc.subject.por.fl_str_mv Respiração artificial
Troca gasosa pulmonar
topic Respiração artificial
Troca gasosa pulmonar
description Introdução: Persiste a questão sobre se há vantagens mecânicas ou de trocas gasosas no uso da ventilação pressão-controlada (VPC) sobre a ciclada a volume (VCV). Objetivos: Comparar, de forma randômica, a VPC com a VCV com fluxo desacelerado nos modos assistido e controlado em modelo experimental de lesão pulmonar aguda. Métodos: Sete cães com lesão pulmonar aguda grave (PaO2/FIO2 < 100mmHg) induzida por ácido oléico intravenoso (0,05mg/kg) foram ventilados em VPC ou VCV, mantidos constantes o volume corrente e o tempo inspiratório. Nas duas modalidades os animais foram ventilados por 40 minutos no modo assistido seguido do modo controlado após curarização. Resultados: Não houve diferenças em relação às trocas gasosas (PaO2 e PaCO2), ao débito, ao transporte de oxigênio e à mecânica respiratória entre a VCV e a VPC. O consumo de oxigênio (VO2) após a curarização foi semelhante (124 ± 48 na VCV versus 143 ± 50ml/min na VPC, com p = 0,42). Entretanto, no modo assistido, houve tendência de maior VO2 na VPC (219 ± 72 versus 154 ± 67ml/min na VCV, p = 0,06). Isso associou-se a tendência de maior custo de oxigênio da respiração (COR) naquela modalidade, embora sem diferença estatística significante (31 ± 77 na VCV versus 75 ± 96ml/min na VPC, p = 0,23) e menor PvO2 (34 ± 7 versus 42 ± 6ml/min na VCV, p = 0,02). O pico de fluxo inspiratório nos ciclos assistidos foi maior na VPC (58 ± 9 versus 48 ± 4L/min na VCV, p = 0,01). A instituição da ventilação controlada por curarização reduziu em cerca de 20% o débito cardíaco e o DO2 em relação ao modo assistido, tanto na VCV quanto na VPC. Conclusões: Em um modelo de insuficiência respiratória grave, com elevado COR, a manutenção da ventilação controlada em relação à assistida melhorou a relação entre oferta e consumo de oxigênio. A VPC não trouxe benefícios às trocas gasosas ou à mecânica pulmonar em relação à VCV, podendo aumentar o COR no modo assistido no presente modelo.
publishDate 2002
dc.date.none.fl_str_mv 2002-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862002000100005
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862002000100005
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0102-35862002000100005
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
dc.source.none.fl_str_mv Jornal de Pneumologia v.28 n.1 2002
reponame:Jornal de Pneumologia
instname:Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia da Universidade de São Paulo (SBPT-USP)
instacron:USP
instname_str Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia da Universidade de São Paulo (SBPT-USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Jornal de Pneumologia
collection Jornal de Pneumologia
repository.name.fl_str_mv Jornal de Pneumologia - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia da Universidade de São Paulo (SBPT-USP)
repository.mail.fl_str_mv jpneumo@terra.com.br
_version_ 1754847947523096576