Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Rita
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Santos, Delfim, Ferreira, Domingos, Coelho, Pedro, Veiga, Francisco
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online)
DOI: 10.1590/S1516-93322006000200002
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/44115
Resumo: Os radiofármacos são compostos, sem ação farmacológica, que têm na sua composição um radionuclídeo e são utilizados em Medicina Nuclear para diagnóstico e terapia de várias doenças. Para aplicações de diagnóstico em Medicina Nuclear utilizam-se radiofármacos que apresentam na sua constituição radionuclídeos emissores de radiação gama ou emissores de pósitrons (beta+), já que o decaimento destes radionuclídeos dá origem a radiação eletromagnética penetrante, que consegue atravessar os tecidos e pode ser detectada externamente. Os radiofármacos para terapia devem incluir na sua composição um radionuclídeo emissor de partículas ionizantes (;a , b;- ou elétrons Auger), pois a sua ação se baseia na destruição seletiva de tecidos. Existem dois métodos tomográficos para aquisição de imagens em Medicina Nuclear: o SPECT (Tomografia Computarizada de Emissão de Fóton Único), que utiliza radionuclídeos emissores gama (99mTc, 123I, 67Ga, 201Tl) e o PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que usa radionuclídeos emissores de pósitrons ( 11C, 13N, 15O, 18F). Os radiofármacos podem ser classificados em radiofármacos de perfusão (ou 1ª geração) e radiofármacos específicos (ou 2ª geração). Os radiofármacos de perfusão são transportados no sangue e atingem o órgão alvo na proporção do fluxo sanguíneo. Os radiofármacos ditos específicos contêm molécula biologicamente ativa, que se liga a receptores celulares e que deve manter a sua bioespecificidade mesmo após ligação ao radionuclídeo. Assim, nestes radiofármacos, a fixação em tecidos ou órgãos é determinada pela capacidade da biomolécula de reconhecer receptores presentes nessas estruturas biológicas. As preparações radiofarmacêuticas são obtidas prontas para uso, em kits frios ou em preparações autólogas. De acordo com o tipo de preparação, existe um processo de controle de qualidade próprio. A maior parte dos radiofármacos em uso clínico corresponde a agentes de perfusão. Atualmente, o esforço de investigação na área da química radiofarmacêutica centra-se no desenvolvimento de radiofármacos específicos que possam fornecer informação, ao nível molecular, relativa às alterações bioquímicas associadas às diferentes patologias.
id USP-52_580bcc8c9d467b567dd16a0954cb8e1b
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/44115
network_acronym_str USP-52
network_name_str RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online)
spelling Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicaçõesRadiopharmaceuticals and applicationsRadiofármacoRadionuclídeoDiagnósticoTerapêuticaRadiopharmaceuticalsRadionuclideDiagnosisTherapyOs radiofármacos são compostos, sem ação farmacológica, que têm na sua composição um radionuclídeo e são utilizados em Medicina Nuclear para diagnóstico e terapia de várias doenças. Para aplicações de diagnóstico em Medicina Nuclear utilizam-se radiofármacos que apresentam na sua constituição radionuclídeos emissores de radiação gama ou emissores de pósitrons (beta+), já que o decaimento destes radionuclídeos dá origem a radiação eletromagnética penetrante, que consegue atravessar os tecidos e pode ser detectada externamente. Os radiofármacos para terapia devem incluir na sua composição um radionuclídeo emissor de partículas ionizantes (;a , b;- ou elétrons Auger), pois a sua ação se baseia na destruição seletiva de tecidos. Existem dois métodos tomográficos para aquisição de imagens em Medicina Nuclear: o SPECT (Tomografia Computarizada de Emissão de Fóton Único), que utiliza radionuclídeos emissores gama (99mTc, 123I, 67Ga, 201Tl) e o PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que usa radionuclídeos emissores de pósitrons ( 11C, 13N, 15O, 18F). Os radiofármacos podem ser classificados em radiofármacos de perfusão (ou 1ª geração) e radiofármacos específicos (ou 2ª geração). Os radiofármacos de perfusão são transportados no sangue e atingem o órgão alvo na proporção do fluxo sanguíneo. Os radiofármacos ditos específicos contêm molécula biologicamente ativa, que se liga a receptores celulares e que deve manter a sua bioespecificidade mesmo após ligação ao radionuclídeo. Assim, nestes radiofármacos, a fixação em tecidos ou órgãos é determinada pela capacidade da biomolécula de reconhecer receptores presentes nessas estruturas biológicas. As preparações radiofarmacêuticas são obtidas prontas para uso, em kits frios ou em preparações autólogas. De acordo com o tipo de preparação, existe um processo de controle de qualidade próprio. A maior parte dos radiofármacos em uso clínico corresponde a agentes de perfusão. Atualmente, o esforço de investigação na área da química radiofarmacêutica centra-se no desenvolvimento de radiofármacos específicos que possam fornecer informação, ao nível molecular, relativa às alterações bioquímicas associadas às diferentes patologias.Radiopharmaceuticals are substances without pharmacological activity that are used in Nuclear Medicine for diagnosis and therapy for several diseases. Diagnosis radiopharmaceuticals generally emit gamma radiation or positrons (beta+), because their decay originates penetrating electromagnetic radiation that can cross the tissues and be externally detected. Therapeutic radiopharmaceuticals must include in their composition ionized particles emission nucleus (;a, b;- or Auger electrons), since their action is based in selective tissue destruction. There are two main methods for image acquisition: SPECT (Single Photon Emission Computerized Tomography) that uses g emission radionuclides (99mTc, 123I, 67Ga, 201Tl) and PET (Positron Emission Tomography) that uses positron emission radionuclides like 11C, 13N, 15O, 18F. Radiopharmaceuticals can be classified into perfusion radiopharmaceuticals (first generation) or specific radiopharmaceuticals (second generation). Perfusion radiopharmaceuticals are transported in the blood e reach the target organ in the direct proportion of the blood stream. Specific radiopharmaceuticals contain a biologically active molecule that binds to cellular receptors that must remain biospecific after binding to the radiopharmaceutical. For this type of radiopharmaceuticals, tissue or organ uptake is determined by the biomolecule capacity of recognizing receptors in those biological structures. Radiopharmaceuticals are produced ready to use, in cold kits or in autologal preparations. According to the preparation type there is a different quality control procedure. Most of the radiopharmaceuticals used nowadays are of the perfusion type. Research focus in the development of specific radiopharmaceuticals that can provide information, at the molecular level, of biochemical alterations associated to different pathologies.Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas2006-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/4411510.1590/S1516-93322006000200002Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; v. 42 n. 2 (2006); 151-165Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; Vol. 42 Núm. 2 (2006); 151-165Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; Vol. 42 No. 2 (2006); 151-1651809-45621516-9332reponame:RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/44115/47736Oliveira, RitaSantos, DelfimFerreira, DomingosCoelho, PedroVeiga, Franciscoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-09-20T18:47:33Zoai:revistas.usp.br:article/44115Revistahttps://www.scielo.br/j/rbcf/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||bjps@usp.br1809-45621516-9332opendoar:2012-09-20T18:47:33RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
Radiopharmaceuticals and applications
title Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
spellingShingle Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
Oliveira, Rita
Radiofármaco
Radionuclídeo
Diagnóstico
Terapêutica
Radiopharmaceuticals
Radionuclide
Diagnosis
Therapy
Oliveira, Rita
Radiofármaco
Radionuclídeo
Diagnóstico
Terapêutica
Radiopharmaceuticals
Radionuclide
Diagnosis
Therapy
title_short Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
title_full Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
title_fullStr Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
title_full_unstemmed Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
title_sort Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
author Oliveira, Rita
author_facet Oliveira, Rita
Oliveira, Rita
Santos, Delfim
Ferreira, Domingos
Coelho, Pedro
Veiga, Francisco
Santos, Delfim
Ferreira, Domingos
Coelho, Pedro
Veiga, Francisco
author_role author
author2 Santos, Delfim
Ferreira, Domingos
Coelho, Pedro
Veiga, Francisco
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Rita
Santos, Delfim
Ferreira, Domingos
Coelho, Pedro
Veiga, Francisco
dc.subject.por.fl_str_mv Radiofármaco
Radionuclídeo
Diagnóstico
Terapêutica
Radiopharmaceuticals
Radionuclide
Diagnosis
Therapy
topic Radiofármaco
Radionuclídeo
Diagnóstico
Terapêutica
Radiopharmaceuticals
Radionuclide
Diagnosis
Therapy
description Os radiofármacos são compostos, sem ação farmacológica, que têm na sua composição um radionuclídeo e são utilizados em Medicina Nuclear para diagnóstico e terapia de várias doenças. Para aplicações de diagnóstico em Medicina Nuclear utilizam-se radiofármacos que apresentam na sua constituição radionuclídeos emissores de radiação gama ou emissores de pósitrons (beta+), já que o decaimento destes radionuclídeos dá origem a radiação eletromagnética penetrante, que consegue atravessar os tecidos e pode ser detectada externamente. Os radiofármacos para terapia devem incluir na sua composição um radionuclídeo emissor de partículas ionizantes (;a , b;- ou elétrons Auger), pois a sua ação se baseia na destruição seletiva de tecidos. Existem dois métodos tomográficos para aquisição de imagens em Medicina Nuclear: o SPECT (Tomografia Computarizada de Emissão de Fóton Único), que utiliza radionuclídeos emissores gama (99mTc, 123I, 67Ga, 201Tl) e o PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que usa radionuclídeos emissores de pósitrons ( 11C, 13N, 15O, 18F). Os radiofármacos podem ser classificados em radiofármacos de perfusão (ou 1ª geração) e radiofármacos específicos (ou 2ª geração). Os radiofármacos de perfusão são transportados no sangue e atingem o órgão alvo na proporção do fluxo sanguíneo. Os radiofármacos ditos específicos contêm molécula biologicamente ativa, que se liga a receptores celulares e que deve manter a sua bioespecificidade mesmo após ligação ao radionuclídeo. Assim, nestes radiofármacos, a fixação em tecidos ou órgãos é determinada pela capacidade da biomolécula de reconhecer receptores presentes nessas estruturas biológicas. As preparações radiofarmacêuticas são obtidas prontas para uso, em kits frios ou em preparações autólogas. De acordo com o tipo de preparação, existe um processo de controle de qualidade próprio. A maior parte dos radiofármacos em uso clínico corresponde a agentes de perfusão. Atualmente, o esforço de investigação na área da química radiofarmacêutica centra-se no desenvolvimento de radiofármacos específicos que possam fornecer informação, ao nível molecular, relativa às alterações bioquímicas associadas às diferentes patologias.
publishDate 2006
dc.date.none.fl_str_mv 2006-06-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Artigo avaliado pelos Pares
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/44115
10.1590/S1516-93322006000200002
url https://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/44115
identifier_str_mv 10.1590/S1516-93322006000200002
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/44115/47736
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; v. 42 n. 2 (2006); 151-165
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; Vol. 42 Núm. 2 (2006); 151-165
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; Vol. 42 No. 2 (2006); 151-165
1809-4562
1516-9332
reponame:RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online)
collection RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online)
repository.name.fl_str_mv RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ||bjps@usp.br
_version_ 1822179652072898562
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv 10.1590/S1516-93322006000200002