Modos de orientação na floresta e as formas do entender no extrativismo comercial da castanha entre quilombolas do Alto Trombetas, Oriximiná/PA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/168623 |
Resumo: | Os quilombolas do Alto Trombetas, município de Oriximiná/PA, desde o tempo que se estabeleceram nesta região no início do séc. XIX até os dias de hoje, têm o extrativismo comercial da castanha como a principal modalidade de intercâmbio comercial desenvolvida com os diversos segmentos regionais que habitavam e habitam a região. Atualmente, os castanhais localizados no território dos quilombolas são de usufruto coletivo e para evitar a concorrência muitos extrativistas, através da restrição da transmissão de certos saberes relacionados ao ramo castanheiro, buscam a exclusividade de uso de fragmentos específicos destas florestas. Alguns saberes que muitas vezes concretizam por longo tempo este desejo da exclusividade e que integram os modos locais de conhecer e de se relacionar com os castanhais, são assinalados pelo conceito local denominado entender. Entender uma mata de castanhal se faz pela prática contínua e de longa duração da coleta das amêndoas das castanheiras e das atividades paralelas do extrativismo da castanha como a caça, a pesca e a coleta de outros gêneros vegetais nos mesmos fragmentos florestais. Este artigo busca, através da descrição e análise etnográfica de algumas habilidades constituintes do ramo castanheiro, especialmente dos modos de orientação na floresta, demonstrar como os saberes expressos pelo conceito de entender, se produzem e se atualizam nesta atividade. |
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Modos de orientação na floresta e as formas do entender no extrativismo comercial da castanha entre quilombolas do Alto Trombetas, Oriximiná/PAModes of Forest Orientation and Forms of Knowing (Entender) in the Commercial Extrativism of Brazil Nuts Among Quilombolas in Alto Trombetas, Oriximiná/PA, BrazilKnowledgeAmazonGuidanceQuilombolasNatureConhecimentoAmazôniaOrientaçãoQuilombolasNaturezaOs quilombolas do Alto Trombetas, município de Oriximiná/PA, desde o tempo que se estabeleceram nesta região no início do séc. XIX até os dias de hoje, têm o extrativismo comercial da castanha como a principal modalidade de intercâmbio comercial desenvolvida com os diversos segmentos regionais que habitavam e habitam a região. Atualmente, os castanhais localizados no território dos quilombolas são de usufruto coletivo e para evitar a concorrência muitos extrativistas, através da restrição da transmissão de certos saberes relacionados ao ramo castanheiro, buscam a exclusividade de uso de fragmentos específicos destas florestas. Alguns saberes que muitas vezes concretizam por longo tempo este desejo da exclusividade e que integram os modos locais de conhecer e de se relacionar com os castanhais, são assinalados pelo conceito local denominado entender. Entender uma mata de castanhal se faz pela prática contínua e de longa duração da coleta das amêndoas das castanheiras e das atividades paralelas do extrativismo da castanha como a caça, a pesca e a coleta de outros gêneros vegetais nos mesmos fragmentos florestais. Este artigo busca, através da descrição e análise etnográfica de algumas habilidades constituintes do ramo castanheiro, especialmente dos modos de orientação na floresta, demonstrar como os saberes expressos pelo conceito de entender, se produzem e se atualizam nesta atividade.Brazil nuts extractivism has been the main commercial activity for the Quilombola communities of Alto Trombetas, from its arrival in the region, in the beginning of the 19th century, until today. Brazil nut trees within Quilombola territories are today communal property, and to avoid competition extractivists are very careful with the transmission of their knowledge, while often attempting to keep a specific fragment of the forest for their own use. Underlying their efforts at exclusivity (of parts of the forest and their knowledge), the local concept of entender (knowing or to know) becomes pivotal. Built upon the daily experiences of long-term commercial extractivists, and often very localized, ‘knowing’ a Brazil nut forest is associated not only with this activity, but also with others, essential to surviving such as hunting, fishing, gathering and orienting oneself in these environments. The article explores ethnographically some of the abilities necessary for Brazil nut extrativism in the Quilombola territories, particularly the ways of orienting oneself in the forest, and seeks to demonstrate how entender is produced and constantly renewed.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2020-04-09info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/16862310.11606/2179-0892.ra.2020.168623Revista de Antropologia; v. 63 n. 1 (2020); 143 - 163Revista de Antropologia; Vol. 63 No 1 (2020); 143 - 163Revista de Antropologia; Vol. 63 Núm. 1 (2020); 143 - 163Revista de Antropologia; Vol. 63 No. 1 (2020); 143 - 1631678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/168623/160461Copyright (c) 2020 Revista de Antropologiahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessScaramuzzi, Igor Alexandre Badolato2020-10-14T23:14:19Zoai:revistas.usp.br:article/168623Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2020-10-14T23:14:19Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Os quilombolas do Alto Trombetas, município de Oriximiná/PA, desde o tempo que se estabeleceram nesta região no início do séc. XIX até os dias de hoje, têm o extrativismo comercial da castanha como a principal modalidade de intercâmbio comercial desenvolvida com os diversos segmentos regionais que habitavam e habitam a região. Atualmente, os castanhais localizados no território dos quilombolas são de usufruto coletivo e para evitar a concorrência muitos extrativistas, através da restrição da transmissão de certos saberes relacionados ao ramo castanheiro, buscam a exclusividade de uso de fragmentos específicos destas florestas. Alguns saberes que muitas vezes concretizam por longo tempo este desejo da exclusividade e que integram os modos locais de conhecer e de se relacionar com os castanhais, são assinalados pelo conceito local denominado entender. Entender uma mata de castanhal se faz pela prática contínua e de longa duração da coleta das amêndoas das castanheiras e das atividades paralelas do extrativismo da castanha como a caça, a pesca e a coleta de outros gêneros vegetais nos mesmos fragmentos florestais. Este artigo busca, através da descrição e análise etnográfica de algumas habilidades constituintes do ramo castanheiro, especialmente dos modos de orientação na floresta, demonstrar como os saberes expressos pelo conceito de entender, se produzem e se atualizam nesta atividade. |
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