Virus, wars and new heroes: the Covid-19 pandemic under the biomilitarism
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/195914 |
Resumo: | Desenvolvo um exercício compreensivo sobre as construções sociais mais proeminentes, induzidas sobretudo pela ciência, em torno da pandemia de Covid-19, considerando para tal conteúdos jornalísticos online segundo uma perspetiva inspirada no desígnio etnográfico da procura de sentidos. Constato que as metáforas bélicas assumem um papel hegemónico como recursos semânticos privilegiados de conceptualização da crise sanitária e do que é feito, a vários níveis, para lidar com a situação de emergência. Estas metáforas expressam-se desde a escala microfísica de caracterização do vírus e da sua relação com o organismo humano à escala social da epidemiologia da infeção, das respostas socio-sanitárias, das implicações geopolíticas e das expressões identitárias de diferentes agentes, sobretudo dos profissionais que atuam nas esferas da ciência e da saúde. Ironicamente, a pandemia que atrai tantos tropos que remetem para a guerra e o militarismo tem-se constituído, em simultâneo, como um campo de indução de guerras tácitas, dando azo a múltiplas disputas político-ideológicas e tensões geopolíticas. |
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Virus, wars and new heroes: the Covid-19 pandemic under the biomilitarismVírus, guerras e novos heróis: a pandemia da Covid-19 sob o biomilitarismo Covid-19respostas à pandemiacientistas e profissionais da saúdemetáforas bélicasCovid-19responses to the pandemicscientists and health professionalswar metaphorsDesenvolvo um exercício compreensivo sobre as construções sociais mais proeminentes, induzidas sobretudo pela ciência, em torno da pandemia de Covid-19, considerando para tal conteúdos jornalísticos online segundo uma perspetiva inspirada no desígnio etnográfico da procura de sentidos. Constato que as metáforas bélicas assumem um papel hegemónico como recursos semânticos privilegiados de conceptualização da crise sanitária e do que é feito, a vários níveis, para lidar com a situação de emergência. Estas metáforas expressam-se desde a escala microfísica de caracterização do vírus e da sua relação com o organismo humano à escala social da epidemiologia da infeção, das respostas socio-sanitárias, das implicações geopolíticas e das expressões identitárias de diferentes agentes, sobretudo dos profissionais que atuam nas esferas da ciência e da saúde. Ironicamente, a pandemia que atrai tantos tropos que remetem para a guerra e o militarismo tem-se constituído, em simultâneo, como um campo de indução de guerras tácitas, dando azo a múltiplas disputas político-ideológicas e tensões geopolíticas.I develop a comprehensive exercise on the most prominent social constructions around the Covid-19 pandemic, induced mainly by science. It is considered online journalistic content according to a perspective inspired by the ethnographic purpose of looking for meanings. War metaphors assume a hegemonic role as privileged semantic resources for conceptualizing the health crisis and what is done to deal with the emergency situation at various levels. These metaphors are expressed from the microphysical scale of characterization of the virus and its relationship with the human organism to the social scale of the infection epidemiology, socio-sanitary responses, geopolitical implications and identity expressions of different agents, especially professionals who operate in the spheres of science and health. Ironically, the pandemic that attracts so many tropes that refer to war and militarism has been constituted, simultaneously, as an induction field of tacit wars, giving rise to multiple political-ideological disputes and geopolitical tensions.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2022-11-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/19591410.11606/1678-9857.ra.2022.195914Revista de Antropologia; v. 65 n. 3 (2022); e195914Revista de Antropologia; Vol. 65 No 3 (2022); e195914Revista de Antropologia; Vol. 65 Núm. 3 (2022); e195914Revista de Antropologia; Vol. 65 No. 3 (2022); e1959141678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/195914/188546https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/195914/188577Copyright (c) 2022 Revista de Antropologiahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSacramento, Octávio2023-02-16T16:34:37Zoai:revistas.usp.br:article/195914Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2023-02-16T16:34:37Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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