Uma revisão das práticas atuais na intervenção com agressores conjugais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Archives of Clinical Psychiatry |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/84278 |
Resumo: | Contexto Desde os anos 1970, assiste-se a uma proliferação dos programas de intervenção para agressores conjugais, no entanto os resultados mantêm-se controversos. Objetivos Este estudo visa analisar a literatura publicada entre os anos de 2000 e 2013 acerca da eficácia da intervenção com agressores conjugais. Métodos Para o efeito, realizou-se uma revisão de artigos publicados durante esse período (2000-2013) a respeito da intervenção com agressores conjugais. Foram consultadas bases de dados de referência na área das ciências sociais. Excluíram-se da análise artigos que versavam sobre programas destinados a um público-alvo ou com um foco de intervenção demasiadamente amplo, agressoras do sexo feminino e agressores homossexuais. Resultados Trinta e seis estudos que descreviam 37 programas de intervenção dirigidos a agressores conjugais preencheram os critérios de inclusão definidos. Na generalidade, os programas analisados adotaram um formato grupal (70.3%) e um modelo de intervenção cognitivo-comportamental (56,8%) e/ou psicoeducativo (18,9%), e uma parte se assumiu como assente no modelo Duluth (32,4%). No que diz respeito à eficácia da intervenção, os resultados dos diferentes estudos revelaram-se ambíguos, com taxas de sucesso entre os 39,4% e os 97%, taxas de abandono entre os 10% e os 58% e taxas de reincidência entre os 0% e os 65,9%. Conclusão Em suma, a eficácia da intervenção com agressores conjugais mantém-se controversa, o que parece relacionar-se essencialmente com as diferentes metodologias utilizadas nos estudos. Não obstante tais inconsistências, os programas para agressores revelam-se uma importante medida na redução da reincidência na violência doméstica. |
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Uma revisão das práticas atuais na intervenção com agressores conjugais The current practices of intervention with batterers Contexto Desde os anos 1970, assiste-se a uma proliferação dos programas de intervenção para agressores conjugais, no entanto os resultados mantêm-se controversos. Objetivos Este estudo visa analisar a literatura publicada entre os anos de 2000 e 2013 acerca da eficácia da intervenção com agressores conjugais. Métodos Para o efeito, realizou-se uma revisão de artigos publicados durante esse período (2000-2013) a respeito da intervenção com agressores conjugais. Foram consultadas bases de dados de referência na área das ciências sociais. Excluíram-se da análise artigos que versavam sobre programas destinados a um público-alvo ou com um foco de intervenção demasiadamente amplo, agressoras do sexo feminino e agressores homossexuais. Resultados Trinta e seis estudos que descreviam 37 programas de intervenção dirigidos a agressores conjugais preencheram os critérios de inclusão definidos. Na generalidade, os programas analisados adotaram um formato grupal (70.3%) e um modelo de intervenção cognitivo-comportamental (56,8%) e/ou psicoeducativo (18,9%), e uma parte se assumiu como assente no modelo Duluth (32,4%). No que diz respeito à eficácia da intervenção, os resultados dos diferentes estudos revelaram-se ambíguos, com taxas de sucesso entre os 39,4% e os 97%, taxas de abandono entre os 10% e os 58% e taxas de reincidência entre os 0% e os 65,9%. Conclusão Em suma, a eficácia da intervenção com agressores conjugais mantém-se controversa, o que parece relacionar-se essencialmente com as diferentes metodologias utilizadas nos estudos. Não obstante tais inconsistências, os programas para agressores revelam-se uma importante medida na redução da reincidência na violência doméstica. Background Since the 70s there was a proliferation of intervention programs for batterers; however the results remain controversial. Objectives This study aims to analyse the literature published between the years of 2000 and 2013 about the effectiveness of the intervention with batterers. Methods A review of papers about intervention with batterers published during this period (2000-2013) was conducted. Social sciences databases were checked. Papers about programs for a specific public or programs with a broad intervention focus, and with female and homosexual offenders were excluded. Results Thirty-six studies that described 37 intervention programs fulfilled the inclusion criteria. In general, the analysed programs adopted a group format (70.3%) and a cognitive-behavioural (56.8%) or psychoeducational (18.9%) intervention model (32.4% assumed to adopt a Duluth model). Concerning the effectiveness, results showed success rates of 39.4%-97%, dropout rates of 10%-58% and recidivism rates of 0%-65.9%. Discussion The effectiveness of intervention with batterers remains controversial, which seems to be due to the different methodologies used in the studies. Despite the inconsistencies, programs for perpetrators are an important way to reduce intimate partner violence recidivism. Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria2014-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/8427810.1590/0101-60830000000008Archives of Clinical Psychiatry; v. 41 n. 2 (2014); 40-48Archives of Clinical Psychiatry; Vol. 41 No. 2 (2014); 40-48Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 41 Núm. 2 (2014); 40-481806-938X0101-6083reponame:Archives of Clinical Psychiatryinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPenghttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/84278/87123Cunha, Olga Gonçalves, Rui Abrunhosa info:eu-repo/semantics/openAccess2014-08-28T13:03:20Zoai:revistas.usp.br:article/84278Revistahttp://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/index.htmlPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||archives@usp.br1806-938X0101-6083opendoar:2014-08-28T13:03:20Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Contexto Desde os anos 1970, assiste-se a uma proliferação dos programas de intervenção para agressores conjugais, no entanto os resultados mantêm-se controversos. Objetivos Este estudo visa analisar a literatura publicada entre os anos de 2000 e 2013 acerca da eficácia da intervenção com agressores conjugais. Métodos Para o efeito, realizou-se uma revisão de artigos publicados durante esse período (2000-2013) a respeito da intervenção com agressores conjugais. Foram consultadas bases de dados de referência na área das ciências sociais. Excluíram-se da análise artigos que versavam sobre programas destinados a um público-alvo ou com um foco de intervenção demasiadamente amplo, agressoras do sexo feminino e agressores homossexuais. Resultados Trinta e seis estudos que descreviam 37 programas de intervenção dirigidos a agressores conjugais preencheram os critérios de inclusão definidos. Na generalidade, os programas analisados adotaram um formato grupal (70.3%) e um modelo de intervenção cognitivo-comportamental (56,8%) e/ou psicoeducativo (18,9%), e uma parte se assumiu como assente no modelo Duluth (32,4%). No que diz respeito à eficácia da intervenção, os resultados dos diferentes estudos revelaram-se ambíguos, com taxas de sucesso entre os 39,4% e os 97%, taxas de abandono entre os 10% e os 58% e taxas de reincidência entre os 0% e os 65,9%. Conclusão Em suma, a eficácia da intervenção com agressores conjugais mantém-se controversa, o que parece relacionar-se essencialmente com as diferentes metodologias utilizadas nos estudos. Não obstante tais inconsistências, os programas para agressores revelam-se uma importante medida na redução da reincidência na violência doméstica. |
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