Ganho de peso e alterações metabólicas em esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leitão-Azevedo, Carmem Lucia
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Guimarães, Lísia Rejane, Lobato, Maria Inês, Belmonte-de-Abreu, Paulo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Archives of Clinical Psychiatry
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17101
Resumo: CONTEXTO: Após cinco décadas de síntese e disseminação de uso de drogas para o tratamento da esquizofrenia, foi possível observar a disponibilidade de drogas com diferentes perfis farmacológicos e um largo perfil de efeitos adversos que se estendem além dos originalmente descritos em área endocrinológica e neurológica, se expandindo para aumento de peso, transtornos metabólicos, transtornos cardiovasculares e morte prematura associada a doenças comuns. Estas evidências, agravadas com a relativa ausência de diretrizes e orientações para o clínico, apontam para a necessidade de se produzir orientações claras e sintéticas para uso pelo clínico, orientando para a seleção de drogas e medidas de prevenção e tratamento de transtornos de peso e metabolismo. OBJETIVO: Identificar a freqüência e o tipo de alterações de peso e metabolismo em pessoas diagnosticadas com esquizofrenia, antes e depois do uso de diferentes antipsicóticos, e sintetizar as medidas preventivas e paliativas adequadas para a redução desses desfechos desfavoráveis. MÉTODOS: Efetuada breve revisão em PubMed e Scielo nos últimos cinco anos com os descritores weight, metabolic syndrome AND schizophrenia, e a partir dos artigos encontrados, selecionados artigos com dados clínicos. RESULTADO: Foram identificados aumento de peso, dislipidemia e síndrome metabólica em pacientes portadores do diagnóstico de esquizofrenia, antes, durante e após o uso de antipsicóticos, especialmente em drogas de nova geração, com taxas perto de duas vezes maiores do que na população geral, que resultam de redução de cerca de 20% na expectativa de vida desses pacientes. CONCLUSÃO: Devido a estes riscos elevados e à inexistência de critérios claros de definição de risco de ganho de peso antes da exposição a antipsicóticos (apesar do maior risco associado a uso de clozapina e olanzapina), recomenda-se seguimento ativo de pacientes em regime de drogas antipsicóticas, com troca logo que observado aumento em 5% ou mais no peso corporal, com manutenção do cuidado ativo, com orientação nutricional e de estilo de vida e nível de atividade. Adicionalmente, existe a necessidade de revisões sistemáticas para controlar possíveis vieses de seleção com o tipo de metodologia empregada.
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OBJETIVO: Identificar a freqüência e o tipo de alterações de peso e metabolismo em pessoas diagnosticadas com esquizofrenia, antes e depois do uso de diferentes antipsicóticos, e sintetizar as medidas preventivas e paliativas adequadas para a redução desses desfechos desfavoráveis. MÉTODOS: Efetuada breve revisão em PubMed e Scielo nos últimos cinco anos com os descritores weight, metabolic syndrome AND schizophrenia, e a partir dos artigos encontrados, selecionados artigos com dados clínicos. RESULTADO: Foram identificados aumento de peso, dislipidemia e síndrome metabólica em pacientes portadores do diagnóstico de esquizofrenia, antes, durante e após o uso de antipsicóticos, especialmente em drogas de nova geração, com taxas perto de duas vezes maiores do que na população geral, que resultam de redução de cerca de 20% na expectativa de vida desses pacientes. CONCLUSÃO: Devido a estes riscos elevados e à inexistência de critérios claros de definição de risco de ganho de peso antes da exposição a antipsicóticos (apesar do maior risco associado a uso de clozapina e olanzapina), recomenda-se seguimento ativo de pacientes em regime de drogas antipsicóticas, com troca logo que observado aumento em 5% ou mais no peso corporal, com manutenção do cuidado ativo, com orientação nutricional e de estilo de vida e nível de atividade. Adicionalmente, existe a necessidade de revisões sistemáticas para controlar possíveis vieses de seleção com o tipo de metodologia empregada. BACKGROUND: Five decades after use and dissemination of use of drugs for the treatment of schizophrenia, with different pharmacologic profiles, it has been evidenced that these drugs display a large profile of adverse events other than endocrinological and neurological, including weight gain, metabolic disorders, increased frequency of cardiovascular disorders and premature death associated to common disorders. These evidences, aggravated by the lack of synthetic and clear description of guidelines for the clinical practitioner, points to the need of comprehensive studies about weight gain and metabolic disturbances followed by clear and simple guidelines orienting drug selection and measures for prevention and treatment of weight and metabolic disturbances. OBJECTIVE: Identification of frequency and type of weight and metabolic disturbances in people diagnosed with schizophrenia, before and after the use of different antipsychotics. METHODS: A PubMed and Scielo review of the last 5 years using descriptors such as weight, metabolic syndrome AND schizophrenia, and after that, the authors selected articles with clinical data. RESULT: Increased weight, dislipidemia and metabolic syndrome in subjects with schizophrenia, before, was evidenced during and after drug use, especially new-generation drugs, with overall rates around 2 times the general population, resulting in a 20% reduction of life expectancy in these patients. CONCLUSION: The evidence of elevated risk for overweight and metabolic syndrome and the lack of defined criteria for risk assessment for weight gain before drug use (despite of increased pre-drug use risk with clozapine and olanzapine) it is recommended active follow-up of patients under antipsychotic drug use, with drug change when observed 5% or more weight gain, with maintenance of active care of nutritional, lifestyle and activity level. There is also a need of systematic reviews for controlling selection biases associated to the type of methodology of the present review. Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria2007-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/1710110.1590/S0101-60832007000800007Archives of Clinical Psychiatry; v. 34 n. supl.2 (2007); 184-188Archives of Clinical Psychiatry; Vol. 34 No. supl.2 (2007); 184-188Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 34 Núm. supl.2 (2007); 184-1881806-938X0101-6083reponame:Archives of Clinical Psychiatryinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17101/19096Leitão-Azevedo, Carmem LuciaGuimarães, Lísia RejaneLobato, Maria InêsBelmonte-de-Abreu, Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-09-26T13:54:00Zoai:revistas.usp.br:article/17101Revistahttp://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/index.htmlPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||archives@usp.br1806-938X0101-6083opendoar:2012-09-26T13:54Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP)false
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