No fio da navalha: efeitos da masculinidade e virilidade no trabalho de agentes socioeducativos
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Plural (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/126635 |
Resumo: | O artigo tem como objetivo discutir os efeitos da noção de masculinidade e da virilidade no trabalho e na saúde de agentes socioeducativos que atuam em unidades de medida socioeducativa de internação para adolescentes em conflito com a lei. Partimos do entendimento de que a virilidade é um valor positivado na sociedade em geral, e que tem características singulares no ambiente de internação. Demonstrações de coragem e frieza são as formas pelas quais a virilidade se manifesta nas unidades de internação, com o objetivo de imposição do medo aos adolescentes e inibição do próprio medo de ser agredido, sendo que, a longo prazo, tais estratégias podem levar ao adoecimento e/ou à banalização da violência. Tal situação nos revela forte estratégia defensiva do “cinismo viril”, construída pelo coletivo de profissionais, para minimizar a experiência de sofrimento diante das situações deletérias de trabalho. Aqueles que não colaboram com as práticas viris são alvos de deboche, acarretando a segregação desses profissionais. Nesse sentido, notamos que a evidenciação da virilidade mostra-se como forma de sobrevivência para os agentes socioeducativos, sendo entendida por muitos como necessária à manutenção da ordem e da disciplina em seu local de trabalho. |
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No fio da navalha: efeitos da masculinidade e virilidade no trabalho de agentes socioeducativos“No fio da navalha”: effects of the masculinity and virility in the work of juvenile detention officersjuvenile detention officersmasculinityvirilitysufferingprocess of illnesssocioeducadormasculinidadevirilidadesofrimentoadoecimentoO artigo tem como objetivo discutir os efeitos da noção de masculinidade e da virilidade no trabalho e na saúde de agentes socioeducativos que atuam em unidades de medida socioeducativa de internação para adolescentes em conflito com a lei. Partimos do entendimento de que a virilidade é um valor positivado na sociedade em geral, e que tem características singulares no ambiente de internação. Demonstrações de coragem e frieza são as formas pelas quais a virilidade se manifesta nas unidades de internação, com o objetivo de imposição do medo aos adolescentes e inibição do próprio medo de ser agredido, sendo que, a longo prazo, tais estratégias podem levar ao adoecimento e/ou à banalização da violência. Tal situação nos revela forte estratégia defensiva do “cinismo viril”, construída pelo coletivo de profissionais, para minimizar a experiência de sofrimento diante das situações deletérias de trabalho. Aqueles que não colaboram com as práticas viris são alvos de deboche, acarretando a segregação desses profissionais. Nesse sentido, notamos que a evidenciação da virilidade mostra-se como forma de sobrevivência para os agentes socioeducativos, sendo entendida por muitos como necessária à manutenção da ordem e da disciplina em seu local de trabalho.The article aims to discuss the effects of the notion of masculinity and virility in the work and health of juvenile detention officers who work in institutions of socio-educational measures for adolescents in conflict with the law. We have started from the thinking that virility is generally considered as a positive value in society, having singular characteristics in the environment of internment. Demonstrations of courage and coldness are the ways virility finds to manifest itself in the internment, with the goal of imposing fear on adolescents and inhibiting their own fear of being attacked, but in long-term, such strategies can lead to illness and/or the banalization of violence. This situation reveals to us a strong defensive strategy of the “virile cynicism”, built by the collective of professionals, in order to minimize the experience of suffering in front of harmful working situations. Those who do not collaborate with viriles practices are targets of debauchery actions, situation that leads them to segregation. In this sense, we have noticed that the evidence of virility is shown as a way of survival for the juvenile detention officers, being understood by many of them as something necessary for the order and discipline maintenance in their workplace.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2017-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/plural/article/view/12663510.11606/issn.2176-8099.pcso.2017.126635Plural; v. 24 n. 1 (2017): A “experiência precoce da punição”: justiça juvenil, adolescentes em conflito com a lei e instituições de internamento; 54-77Plural; Vol. 24 Núm. 1 (2017): A “experiência precoce da punição”: justiça juvenil, adolescentes em conflito com a lei e instituições de internamento; 54-77Plural; Vol. 24 No. 1 (2017): A “experiência precoce da punição”: justiça juvenil, adolescentes em conflito com a lei e instituições de internamento; 54-772176-80990104-6721reponame:Plural (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/plural/article/view/126635/133152https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/126635/180202Copyright (c) 2017 Política de direitos compartilhadoshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessVinuto, JulianaAbreo, Leandro de OliveiraGonçalves, Hebe Signorini2022-03-29T15:51:34Zoai:revistas.usp.br:article/126635Revistahttp://www.revistas.usp.br/pluralPUBhttp://www.revistas.usp.br/plural/oaiplural@usp.br||2176-80992176-8099opendoar:2022-03-29T15:51:34Plural (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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