Do domicílio à ecografia de terceira dimensão: trajetórias assistenciais de mulheres assistidas na saúde suplementar de Porto Alegre, RS
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/159010 |
Resumo: | Este artigo analisa as trajetórias assistenciais de mulheres assistidas por serviços conveniados a saúde suplementar de Porto Alegre, buscando compreender como se constroem os caminhos durante sua gestação, parto e puerpério. Tratase de estudo qualitativo do tipo etnográfico. Foram acompanhadas oito mulheres residentes em Porto Alegre, que realizaram seu pré-natal no subsetor de saúde suplementar. A geração dos dados aconteceu por meio de visitas domiciliares, acompanhamento nas consultas de pré-natal, observação participante, entrevistas gravadas e transcritas, sendo utilizado um diário de campo em todas as interações. Todas as informações foram analisadas a partir do referencial teórico de Clifford Geertz. Os resultados apontam para trajetórias terapêuticas individuais mas semelhantes, com dificuldades no que se refere a escolhas de cuidado, peregrinação na busca por profissionais e serviços, pouca informação qualificada disponível e à força da cultura biomédica. Destaca-se a luta das mulheres por respeito às suas individualidades e a importância do apoio encontrado nos movimentos femininos organizados. No entanto, conclui-se que, apesar das tentativas de fuga, o sistema utiliza de sua legitimação cultural e “diplomada” para instituir o medo entre as mulheres, retirando-lhes qualquer autonomia ou coragem para seguir em frente e modulando os caminhos que elas devem seguir. |
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Do domicílio à ecografia de terceira dimensão: trajetórias assistenciais de mulheres assistidas na saúde suplementar de Porto Alegre, RSFrom home to the third-dimension ultrasound: the paths in assistance of women assisted in the supplementary health sector of Porto Alegre – RSTrajectories of CareCultureWomenHumanized ChildbirthTrajetórias AssistenciaisCulturaMulheresParto HumanizadoEste artigo analisa as trajetórias assistenciais de mulheres assistidas por serviços conveniados a saúde suplementar de Porto Alegre, buscando compreender como se constroem os caminhos durante sua gestação, parto e puerpério. Tratase de estudo qualitativo do tipo etnográfico. Foram acompanhadas oito mulheres residentes em Porto Alegre, que realizaram seu pré-natal no subsetor de saúde suplementar. A geração dos dados aconteceu por meio de visitas domiciliares, acompanhamento nas consultas de pré-natal, observação participante, entrevistas gravadas e transcritas, sendo utilizado um diário de campo em todas as interações. Todas as informações foram analisadas a partir do referencial teórico de Clifford Geertz. Os resultados apontam para trajetórias terapêuticas individuais mas semelhantes, com dificuldades no que se refere a escolhas de cuidado, peregrinação na busca por profissionais e serviços, pouca informação qualificada disponível e à força da cultura biomédica. Destaca-se a luta das mulheres por respeito às suas individualidades e a importância do apoio encontrado nos movimentos femininos organizados. No entanto, conclui-se que, apesar das tentativas de fuga, o sistema utiliza de sua legitimação cultural e “diplomada” para instituir o medo entre as mulheres, retirando-lhes qualquer autonomia ou coragem para seguir em frente e modulando os caminhos que elas devem seguir.This article aims to analyze the care provided to women assisted in services of the supplementary health sector of Porto Alegre, RS, to better understand their experiences during pregnancy, childbirth and the postpartum period. It is an ethnographic qualitative study. Eight women were followed during pregnancy, childbirth and the postpartum period, all of them living in Porto Alegre, RS, who had received their prenatal care in the supplementary health sector. The data were collected through home visits, attendance in prenatal appointments, observations of moments which were pre-determined alongside the women, recorded and transcribed interviews, and a field journal that was used in all interactions. All information was analyzed based on the theoretical framework of Geertz. The results show similar individual experiences, with difficulties in relation to the choices of care, peregrination in the search for professionals and services, few available and qualified information, and the almost overwhelming force of a biomedical culture. The women’s fight for respect to their individualities and decisions stands out, as does the importance of the feminist movement’s support, aiming at the improvement of the experiences of labor and childbirth. However, it can be concluded that despite the attempts of escape, the health system utilizes its scientific and “certified” legitimization to enforce fear among the women, withholding their autonomy or courage to move on and modulating the paths they should take.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2018-09-29info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/15901010.1590/S0104-12902018170427Saúde e Sociedade; v. 27 n. 3 (2018); 929-943Saúde e Sociedade; Vol. 27 No. 3 (2018); 929-943Saúde e Sociedade; Vol. 27 Núm. 3 (2018); 929-9431984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/159010/153959Copyright (c) 2018 Saúde e Sociedadeinfo:eu-repo/semantics/openAccessVeleda, Aline AlvesGerhardt, Tatiana Engel2019-07-24T14:51:42Zoai:revistas.usp.br:article/159010Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2019-07-24T14:51:42Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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