“Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Agostini, Rafael
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Maksud, Ivia, Franco, Tulio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Saúde e Sociedade (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/134792
Resumo: Nas quase quatro décadas da epidemia de HIV/aids, sua administração clínica sofreu mudanças consideráveis. O atual alargamento temporal impõe aos sujeitos HIV+ (re)posicionamentos no agenciamento da vida e da enfermidade a partir da perspectiva de uma doença de longa duração que sugere adequação dos hábitos e comportamentos, frequente interação com serviços e profissionais da saúde e uso contínuo de medicamentos - além da convivência com os impactos sociais, subjetivos e físicos da enfermidade. A pesquisa discute, a partir de dados de uma pesquisa com jovens soropositivos, os processos de revelação do diagnóstico. Foram seis entrevistas abertas, a partir de uma questão norteadora, com jovens entre 18 e 22 anos, de camadas populares, de ambos os sexos e transmissão materno-infantil. A perspectiva teórica que ancorou nossas digressões foi a socioantropológica. Entre esses jovens a normalidade figura como eixo estruturante do diagnóstico, o que contrastou, entre outras coisas, com o fato de que a maioria dos entrevistados preferia manter segredo sobre sua sorologia. Família e serviço alternaram-se como responsáveis pela revelação. Além disso, o ativismo aparece como forma de encontrar lugar para a sorologia no curso da vida e como estratégia acionada para lidar com o cotidiano após o diagnóstico.
id USP-6_5e4b730a4b57e061d07d0cc16de42dad
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/134792
network_acronym_str USP-6
network_name_str Saúde e Sociedade (Online)
repository_id_str
spelling “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo“To me, this illness is the same as nothing”: socio-anthropological notes on finding out oneself HIV-positiveAnthropologyHIV/AIDSYouthDiagnosisAntropologiaHIV/aidsJuventudeDiagnóstico Nas quase quatro décadas da epidemia de HIV/aids, sua administração clínica sofreu mudanças consideráveis. O atual alargamento temporal impõe aos sujeitos HIV+ (re)posicionamentos no agenciamento da vida e da enfermidade a partir da perspectiva de uma doença de longa duração que sugere adequação dos hábitos e comportamentos, frequente interação com serviços e profissionais da saúde e uso contínuo de medicamentos - além da convivência com os impactos sociais, subjetivos e físicos da enfermidade. A pesquisa discute, a partir de dados de uma pesquisa com jovens soropositivos, os processos de revelação do diagnóstico. Foram seis entrevistas abertas, a partir de uma questão norteadora, com jovens entre 18 e 22 anos, de camadas populares, de ambos os sexos e transmissão materno-infantil. A perspectiva teórica que ancorou nossas digressões foi a socioantropológica. Entre esses jovens a normalidade figura como eixo estruturante do diagnóstico, o que contrastou, entre outras coisas, com o fato de que a maioria dos entrevistados preferia manter segredo sobre sua sorologia. Família e serviço alternaram-se como responsáveis pela revelação. Além disso, o ativismo aparece como forma de encontrar lugar para a sorologia no curso da vida e como estratégia acionada para lidar com o cotidiano após o diagnóstico. During the almost four decades of the HIV/AIDS epidemic, its clinical administration has undergone considerable changes. The current temporal extension imposes on HIV+ subjects (re)positions in the agency of life and illness from the perspective of a long-term illness that suggests the adaptation of habits and behaviors, frequent interaction with health services and professionals and the continuous use of medicines - in addition to coexistence with the social, subjective and even physical impacts of the disease. The objective of this work is to discuss, based on data from a research carried out with young seropositive patients, the processes of disclosure of the diagnosis. Six interviews were opened in depth, from a triggering question, with youngsters between 18 and 22 years of age, from the popular strata and of both sexes and of mother-to-child transmission. The theoretical perspective that anchored our digressions was socio-anthropological. The results indicate that among these young people, normality appears as the structural axis of the diagnosis, which contrasts, among other things, with the fact that most interviewees prefer to keep their serology a secret. Family and service alternated as responsible for the revelation. In addition, activism appears as a way to find a place for serology in the course of life and as a strategy to deal with the routine after the diagnosis.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2017-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/13479210.1590/s0104-12902017170072Saúde e Sociedade; v. 26 n. 2 (2017); 496-509Saúde e Sociedade; Vol. 26 No. 2 (2017); 496-509Saúde e Sociedade; Vol. 26 Núm. 2 (2017); 496-5091984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/134792/130559Copyright (c) 2017 Saúde e Sociedadeinfo:eu-repo/semantics/openAccessAgostini, RafaelMaksud, IviaFranco, Tulio2017-10-23T18:35:13Zoai:revistas.usp.br:article/134792Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2017-10-23T18:35:13Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
“To me, this illness is the same as nothing”: socio-anthropological notes on finding out oneself HIV-positive
title “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
spellingShingle “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
Agostini, Rafael
Anthropology
HIV/AIDS
Youth
Diagnosis
Antropologia
HIV/aids
Juventude
Diagnóstico
title_short “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
title_full “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
title_fullStr “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
title_full_unstemmed “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
title_sort “Essa doença para mim é a mesma coisa que nada”: reflexões socioantropológicas sobre o descobrir-se soropositivo
author Agostini, Rafael
author_facet Agostini, Rafael
Maksud, Ivia
Franco, Tulio
author_role author
author2 Maksud, Ivia
Franco, Tulio
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Agostini, Rafael
Maksud, Ivia
Franco, Tulio
dc.subject.por.fl_str_mv Anthropology
HIV/AIDS
Youth
Diagnosis
Antropologia
HIV/aids
Juventude
Diagnóstico
topic Anthropology
HIV/AIDS
Youth
Diagnosis
Antropologia
HIV/aids
Juventude
Diagnóstico
description Nas quase quatro décadas da epidemia de HIV/aids, sua administração clínica sofreu mudanças consideráveis. O atual alargamento temporal impõe aos sujeitos HIV+ (re)posicionamentos no agenciamento da vida e da enfermidade a partir da perspectiva de uma doença de longa duração que sugere adequação dos hábitos e comportamentos, frequente interação com serviços e profissionais da saúde e uso contínuo de medicamentos - além da convivência com os impactos sociais, subjetivos e físicos da enfermidade. A pesquisa discute, a partir de dados de uma pesquisa com jovens soropositivos, os processos de revelação do diagnóstico. Foram seis entrevistas abertas, a partir de uma questão norteadora, com jovens entre 18 e 22 anos, de camadas populares, de ambos os sexos e transmissão materno-infantil. A perspectiva teórica que ancorou nossas digressões foi a socioantropológica. Entre esses jovens a normalidade figura como eixo estruturante do diagnóstico, o que contrastou, entre outras coisas, com o fato de que a maioria dos entrevistados preferia manter segredo sobre sua sorologia. Família e serviço alternaram-se como responsáveis pela revelação. Além disso, o ativismo aparece como forma de encontrar lugar para a sorologia no curso da vida e como estratégia acionada para lidar com o cotidiano após o diagnóstico.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-06-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/134792
10.1590/s0104-12902017170072
url https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/134792
identifier_str_mv 10.1590/s0104-12902017170072
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/134792/130559
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Saúde e Sociedade
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Saúde e Sociedade
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Saúde e Sociedade; v. 26 n. 2 (2017); 496-509
Saúde e Sociedade; Vol. 26 No. 2 (2017); 496-509
Saúde e Sociedade; Vol. 26 Núm. 2 (2017); 496-509
1984-0470
0104-1290
reponame:Saúde e Sociedade (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Saúde e Sociedade (Online)
collection Saúde e Sociedade (Online)
repository.name.fl_str_mv Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv saudesoc@usp.br||lena@usp.br
_version_ 1800237462175350784