A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raposo, Vera Lúcia
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Saúde e Sociedade (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113261
Resumo: Diante das crescentes dificuldades apresentadas pela responsabilidade civil para lidar com a má -prática médica e com a compensação aos pacien tes, muitos advogam a implementação do sistema no-fault , isto é, um mecanismo no qual o paciente é compensado por via de um fundo económico de socialização do risco, independentemente da de monstração de negligência por parte do médico. Neste estudo comparámos as principais notas do modelono-fault com o clássico modelo fundado na culpa, com vista a determinar qual o mais adequa do em termos de justiça, melhoria dos cuidados de saúde e segurança do paciente. Concluímos que, apesar de o modelono-fault trazer muitas vantagens, também envolve sérias difi culdades, riscos e fragilidades. Nomeadamente, é duvidoso que promova a diligência na prestação de cuidados médicos, dado que em regra não se verifica qualquer sanção para o profissional de saúde. Além disso, só pode operar com sucesso em condições mui to concretas, que não se encontram na maior parte das ordens jurídicas. Por conseguinte, não cremos que seja a solução mais adequada, pelo menos quan do implementada como um mecanismo geral para lidar com danos causados por tratamentos médicos.
id USP-6_b06fdc2bc8a95bba75996b52e16a7c5c
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/113261
network_acronym_str USP-6
network_name_str Saúde e Sociedade (Online)
repository_id_str
spelling A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina The unbearable lightness of culpability: the compensation for damages in the practice of medicine Diante das crescentes dificuldades apresentadas pela responsabilidade civil para lidar com a má -prática médica e com a compensação aos pacien tes, muitos advogam a implementação do sistema no-fault , isto é, um mecanismo no qual o paciente é compensado por via de um fundo económico de socialização do risco, independentemente da de monstração de negligência por parte do médico. Neste estudo comparámos as principais notas do modelono-fault com o clássico modelo fundado na culpa, com vista a determinar qual o mais adequa do em termos de justiça, melhoria dos cuidados de saúde e segurança do paciente. Concluímos que, apesar de o modelono-fault trazer muitas vantagens, também envolve sérias difi culdades, riscos e fragilidades. Nomeadamente, é duvidoso que promova a diligência na prestação de cuidados médicos, dado que em regra não se verifica qualquer sanção para o profissional de saúde. Além disso, só pode operar com sucesso em condições mui to concretas, que não se encontram na maior parte das ordens jurídicas. Por conseguinte, não cremos que seja a solução mais adequada, pelo menos quan do implementada como um mecanismo geral para lidar com danos causados por tratamentos médicos. In face of the growing difficulties presented by tort liability in dealing with medical malpractice and patient's compensation, many advocate the imple mentation of a no-fault system, i.e., a mechanism in which the patient is compensated through an economic fund of risk socialization, in disregard of the demonstration of the physician's negligence. In this study, we compared the main notes of the no-fault model with the classical model grounded in culpability, to determine which one is the most suitable in terms of justice, improvement of health care delivery and patient's safety. We concluded that, despite the fact that the no-fault model carries many advantages, it also involves se veral difficulties, risks and fragilities. In particular, it is doubtful that it promotes diligence in health delivery, since usually the health care professional does not suffer any sanction. Furthermore, it can only operate successfully in light of very particular conditions, not found in the majority of legal orders. Therefore, we do not consider it the most adequate solution, at least when implemented as a general mechanism to deal with injuries caused by medical treatments. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2016-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/11326110.1590/S0104-12902016144195Saúde e Sociedade; v. 25 n. 1 (2016); 57-69Saúde e Sociedade; Vol. 25 No. 1 (2016); 57-69Saúde e Sociedade; Vol. 25 Núm. 1 (2016); 57-691984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113261/111218https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113261/111219Copyright (c) 2016 Saúde e Sociedadeinfo:eu-repo/semantics/openAccessRaposo, Vera Lúcia2016-03-28T11:36:35Zoai:revistas.usp.br:article/113261Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2016-03-28T11:36:35Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
The unbearable lightness of culpability: the compensation for damages in the practice of medicine
title A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
spellingShingle A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
Raposo, Vera Lúcia
title_short A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
title_full A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
title_fullStr A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
title_full_unstemmed A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
title_sort A insustentável leveza da culpa: a compensação de danos no exercício da medicina
author Raposo, Vera Lúcia
author_facet Raposo, Vera Lúcia
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Raposo, Vera Lúcia
description Diante das crescentes dificuldades apresentadas pela responsabilidade civil para lidar com a má -prática médica e com a compensação aos pacien tes, muitos advogam a implementação do sistema no-fault , isto é, um mecanismo no qual o paciente é compensado por via de um fundo económico de socialização do risco, independentemente da de monstração de negligência por parte do médico. Neste estudo comparámos as principais notas do modelono-fault com o clássico modelo fundado na culpa, com vista a determinar qual o mais adequa do em termos de justiça, melhoria dos cuidados de saúde e segurança do paciente. Concluímos que, apesar de o modelono-fault trazer muitas vantagens, também envolve sérias difi culdades, riscos e fragilidades. Nomeadamente, é duvidoso que promova a diligência na prestação de cuidados médicos, dado que em regra não se verifica qualquer sanção para o profissional de saúde. Além disso, só pode operar com sucesso em condições mui to concretas, que não se encontram na maior parte das ordens jurídicas. Por conseguinte, não cremos que seja a solução mais adequada, pelo menos quan do implementada como um mecanismo geral para lidar com danos causados por tratamentos médicos.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-03-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113261
10.1590/S0104-12902016144195
url https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113261
identifier_str_mv 10.1590/S0104-12902016144195
dc.language.iso.fl_str_mv por
eng
language por
eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113261/111218
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113261/111219
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2016 Saúde e Sociedade
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2016 Saúde e Sociedade
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Saúde e Sociedade; v. 25 n. 1 (2016); 57-69
Saúde e Sociedade; Vol. 25 No. 1 (2016); 57-69
Saúde e Sociedade; Vol. 25 Núm. 1 (2016); 57-69
1984-0470
0104-1290
reponame:Saúde e Sociedade (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Saúde e Sociedade (Online)
collection Saúde e Sociedade (Online)
repository.name.fl_str_mv Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv saudesoc@usp.br||lena@usp.br
_version_ 1800237461198077952