A atuação do profissional de saúde residente em contato com a morte e o morrer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Maria Juliana Vieira
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Andrade, Noeme Moreira de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Saúde e Sociedade (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/143609
Resumo: Decorrente de um processo sócio-histórico, a morte tornou-se um tabu: há uma constrição do tema que o afasta do cotidiano e isola sua vivência. Assim, a formação dos profissionais de saúde em torno da temática é insuficiente em níveis de graduação e pós-graduação, este último na modalidade de residência em saúde, interferindo no cuidado para com pacientes em processo de morte e morrer. Este artigo visa compreender a percepção do profissional de saúde residente diante da atuação na morte e no morrer, e investigar a formação dos residentes sobre essa temática, a experiência de atuação nessas situações e o aparato teórico e técnico obtido. A pesquisa é de natureza qualitativa, fundamentada na hermenêutica fenomenológica, e seus dados foram coletados mediante entrevistas semiestruturadas com 14 médicos residentes de um hospital infantil vinculado à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Através das categorias de sentido encontradas, demarcou-se a carência de formação dos profissionais a respeito do tema, além dos sentimentos de despreparo, impotência e sofrimento relacionados à atuação diante da morte e do morrer. Destacou-se, ainda, a importância da interdisciplinaridade em saúde no trato com os pacientes nessa situação. Os resultados obtidos indicam o lugar dos programas de residência na tentativa de minimizar as complicações da carência da formação; apontam para a necessidade de espaços de cuidado para os profissionais; e destacam que a dimensão ética do cuidado a esses pacientes se sobrepôs às relações técnicas.
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