Ciências da Comunicação contra a desinformação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Comunicação & Educação (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/202533 |
Resumo: | A partir do entendimento de informação, não apenas pela etimologia, mas pela história do uso social do termo, procuro desenvolver o conceito de desinformação. Mais do que boatos, mais do que um rastilho de mentiras, a desinformação, a meu ver, deve ser vista como um subproduto tóxico da Superindústria do Imaginário, pondo em risco a normalidade democrática e impulsionando discursos com traços fascistas. Se a informação ajuda a tecer laços de confiança na esfera pública, a desinformação dissolve esses laços. Nos marcos da Superindústria do Imaginário – um estágio do capitalismo em que o valor da imagem da mercadoria supera o valor do corpo da mercadoria –, a comunicação deixa de ser uma atividade acessória (a serviço de organizações públicas ou privadas) para se tornar o centro da atividade econômica e da política, definindo o estatuto da desinformação – um padrão comunicacional que comprime o pensamento e a verificação dos fatos em proveito das identificações libidinais, das paixões e do desejo. Tanto isso é verdade que os conglomerados monopolistas globais (as big techs, como Meta, Apple ou Alphabet) alcançam os maiores valores de mercado da história, na casa dos trilhões de dólares. |
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