O Automóvel como signo: fetichismo da mercadoria e desejo no jornalismo automotivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quintanilha, Sergio Robinson
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-30062023-154644/
Resumo: Criado no final do século XIX, o automóvel revolucionou a economia, as cidades e os modos de viver e representou, como nenhuma outra, o que Karl Marx chamou de fetichismo da mercadoria: mais do que carroceria e motor sobre rodas, firmou-se como um signo de velocidade, liberdade e potência. Roland Barthes referiu-se ao automóvel como a catedral do Século XX. Agora, na terceira década do século XXI, vive uma crise: é visto como excesso da vida urbana, levando grande parte da culpa pela degradação do ambiente. Esta tese de doutorado utiliza os mapas comunicacionais de Jesús Martín-Barbero para mostrar como os conceitos de temporalidade, espacialidade, mobilidade e fluxos se modificaram na cultura popular para acompanhar 120 anos de história desse signo. Nesse percurso, empreende-se uma análise crítica do jornalismo automotivo (especializado em carros) como legitimador de uma indústria de desejos e busca examinar o futuro dessa imprensa plano discursivo a partir do qual o signo do automóvel é aqui estudado. O mundo líquido e repleto de incertezas em Zygmunt Bauman é o ponto de partida e o mundo metamorfoseado em Ulrich Beck é o ponto de chegada desta tese. Na conclusão, a tese aponta que a indústria automobilística vai insistir na ideia de que o automóvel é um aliado da liberdade humana agora elétrico, conectado, autônomo e compartilhado. Porém, a sociedade que emerge da urgência climática amplia o conceito de mobilidade, e o automóvel torna-se apenas um elemento dentro de um novo ecossistema.
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