Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vicente, Silvio José Valadão
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-11082023-164945/
Resumo: Alimentos de origem animal como hambúrgueres de carne bovina apresentam quantidades variáveis de colesterol em sua composição. Durante o processamento térmico destes hambúrgueres, uma fração do colesterol pode ser oxidada por efeito do calor e do oxigênio do ar, dentre outros fatores, produzindo óxidos de colesterol que são subprodutos nocivos à saúde humana e que podem manifestar efeitos citotóxicos, aterogênicos, mutagênicos e carcinogênicos. Diante destes fatos e do crescente consumo de hambúrgueres, principalmente nos grandes centros populacionais, tomou-se importante pesquisar a possível formação de derivados oxidados do colesterol neste tipo de alimento. Este estudo avaliou a formação dos óxidos de colesterol em função da temperatura, tempo de preparação e tipo de processamento térmico, em amostras de hambúrgueres obtidas em supermercados ou produzidas no Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). As determinações foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da FSP-USP utilizando-se a metodologia de extração proposta em 1957 por Folch et al e modificada em 1976 por Csallany e Ayaz e a técnica de análise por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) descrita em 1994 por Chen e Chen, com alterações propostas pelo autor do presente trabalho. Os procedimentos de extração e análise visaram a quantificação dos óxidos de colesterol livres, uma vez que estes representam mais de 90% dos óxidos totais, conforme vários autores citados neste trabalho. A determinação dos óxidos de colesterol totais (livres + combinados) exigiria a realização de reações de hidrólise, o que demandaria um grande tempo e certamente afetaria a distribuição dos eventuais óxidos de colesterol por serem estas, substâncias sensíveis ao calor e a meios alcalinos. Todos os testes foram realizados no mínimo em triplicata e os resultados estão relatados como média ± desvio padrão. Foi possível concluir que hambúrgueres crus, isentos ou praticamente isentos de óxidos de colesterol, mantiveram estas características após os processamentos térmicos avaliados, não sendo observada formação adicional destes derivados oxidados em concentrações quantificáveis. Foi ainda comprovada uma redução entre 10 e 26% do teor de colesterol livre das amostras processadas termicamente quando comparadas às respectivas amostras cruas, pela eluição deste composto na gordura liberada do alimento durante o seu processamento térmico. As conclusões deste estudo estão em concordância com os resultados de outros trabalhos já publicados sobre o processamento térmico de alimentos de origem animal e, em particular, para carnes e hambúrgueres.
id USP_0103649d777628962c67c7e386ae122d
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-11082023-164945
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparaçãoFormation of cholesterol oxides in beef hamburger as a function of cooking time and temperature of its preparationCholesterolCholesterol OxidesColesterolHamburgerHambúrguerOxidaçãoOxidationÓxidos de ColesterolAlimentos de origem animal como hambúrgueres de carne bovina apresentam quantidades variáveis de colesterol em sua composição. Durante o processamento térmico destes hambúrgueres, uma fração do colesterol pode ser oxidada por efeito do calor e do oxigênio do ar, dentre outros fatores, produzindo óxidos de colesterol que são subprodutos nocivos à saúde humana e que podem manifestar efeitos citotóxicos, aterogênicos, mutagênicos e carcinogênicos. Diante destes fatos e do crescente consumo de hambúrgueres, principalmente nos grandes centros populacionais, tomou-se importante pesquisar a possível formação de derivados oxidados do colesterol neste tipo de alimento. Este estudo avaliou a formação dos óxidos de colesterol em função da temperatura, tempo de preparação e tipo de processamento térmico, em amostras de hambúrgueres obtidas em supermercados ou produzidas no Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). As determinações foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da FSP-USP utilizando-se a metodologia de extração proposta em 1957 por Folch et al e modificada em 1976 por Csallany e Ayaz e a técnica de análise por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) descrita em 1994 por Chen e Chen, com alterações propostas pelo autor do presente trabalho. Os procedimentos de extração e análise visaram a quantificação dos óxidos de colesterol livres, uma vez que estes representam mais de 90% dos óxidos totais, conforme vários autores citados neste trabalho. A determinação dos óxidos de colesterol totais (livres + combinados) exigiria a realização de reações de hidrólise, o que demandaria um grande tempo e certamente afetaria a distribuição dos eventuais óxidos de colesterol por serem estas, substâncias sensíveis ao calor e a meios alcalinos. Todos os testes foram realizados no mínimo em triplicata e os resultados estão relatados como média ± desvio padrão. Foi possível concluir que hambúrgueres crus, isentos ou praticamente isentos de óxidos de colesterol, mantiveram estas características após os processamentos térmicos avaliados, não sendo observada formação adicional destes derivados oxidados em concentrações quantificáveis. Foi ainda comprovada uma redução entre 10 e 26% do teor de colesterol livre das amostras processadas termicamente quando comparadas às respectivas amostras cruas, pela eluição deste composto na gordura liberada do alimento durante o seu processamento térmico. As conclusões deste estudo estão em concordância com os resultados de outros trabalhos já publicados sobre o processamento térmico de alimentos de origem animal e, em particular, para carnes e hambúrgueres.All animal origin food like beef hamburgers presents variable amounts of cholesterol in its composition. During cooking of hamburgers, a fraction of this cholesterol can be oxidized due to heat and air oxygen, among some other factors, producing cholesterol oxides that are by-products harmful to human health and can promote cytotoxic, atherogenic, mutagenic and carcinogenic effects. Considering these facts and the increasing consumption of beef hamburgers, mainly in big cities, became important to study the possible formation of cholesterol oxidized derivatives in this food. This study aimed to evaluate the formation of these cholesterol oxides as a function of temperature, length of cooking and type of thermal processing, in hamburgers obtained in supermarkets or produced at the Laboratório de Técnica Dietética of Faculdade de Saúde Pública of Universidade de São Paulo (FSP-USP). All determinations were done at the Laboratório de Bromatologia ofFSP-USP using extraction methodology proposed by Folch et al in 1957 and improved by Csallany and Ayaz in 1976 and analysis methodology by high performance liquid chromatography (HPLC) described by Chen and Chen in 1994, with modifications proposed by the author of the present paper. All extraction and analytical procedures aimed to quantify free cholesterol oxides as they represent more than 90% of total cholesterol oxides as stated by several authors named along of this study. The determination of total cholesterol oxides (free + combined) would require hydrolysis reactions, demanding time and certainly affecting the distribution of eventual cholesterol oxides, as these substances are sensitive to heat and alkaline media. All determinations were done at least in triplicate and results are expressed as average ± standard deviation. It was possible to conclude that raw hamburgers, free or practically free of cholesterol oxides, kept these characteristics after all selected cooking methods as the formation of additional cholesterol oxidation products was not observed in detectable quantities. It was also observed a reduction between 10 and 26% of the level of free cholesterol in samples processed by heat when compared with correspondent raw hamburgers, due to the elution of this component with fat released from the food during its thermal processing. All conclusions of this study are consonant with results of other papers already published about thermal processing of animal origin food, in particular about meat and hamburgers.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTorres, Elizabeth Aparecida Ferraz da SilvaVicente, Silvio José Valadão2003-10-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-11082023-164945/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-11T19:54:52Zoai:teses.usp.br:tde-11082023-164945Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-11T19:54:52Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
Formation of cholesterol oxides in beef hamburger as a function of cooking time and temperature of its preparation
title Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
spellingShingle Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
Vicente, Silvio José Valadão
Cholesterol
Cholesterol Oxides
Colesterol
Hamburger
Hambúrguer
Oxidação
Oxidation
Óxidos de Colesterol
title_short Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
title_full Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
title_fullStr Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
title_full_unstemmed Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
title_sort Formação de óxidos de colesterol em hambúrguer bovino em função do binômio tempo/temperatura de preparação
author Vicente, Silvio José Valadão
author_facet Vicente, Silvio José Valadão
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Torres, Elizabeth Aparecida Ferraz da Silva
dc.contributor.author.fl_str_mv Vicente, Silvio José Valadão
dc.subject.por.fl_str_mv Cholesterol
Cholesterol Oxides
Colesterol
Hamburger
Hambúrguer
Oxidação
Oxidation
Óxidos de Colesterol
topic Cholesterol
Cholesterol Oxides
Colesterol
Hamburger
Hambúrguer
Oxidação
Oxidation
Óxidos de Colesterol
description Alimentos de origem animal como hambúrgueres de carne bovina apresentam quantidades variáveis de colesterol em sua composição. Durante o processamento térmico destes hambúrgueres, uma fração do colesterol pode ser oxidada por efeito do calor e do oxigênio do ar, dentre outros fatores, produzindo óxidos de colesterol que são subprodutos nocivos à saúde humana e que podem manifestar efeitos citotóxicos, aterogênicos, mutagênicos e carcinogênicos. Diante destes fatos e do crescente consumo de hambúrgueres, principalmente nos grandes centros populacionais, tomou-se importante pesquisar a possível formação de derivados oxidados do colesterol neste tipo de alimento. Este estudo avaliou a formação dos óxidos de colesterol em função da temperatura, tempo de preparação e tipo de processamento térmico, em amostras de hambúrgueres obtidas em supermercados ou produzidas no Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). As determinações foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da FSP-USP utilizando-se a metodologia de extração proposta em 1957 por Folch et al e modificada em 1976 por Csallany e Ayaz e a técnica de análise por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) descrita em 1994 por Chen e Chen, com alterações propostas pelo autor do presente trabalho. Os procedimentos de extração e análise visaram a quantificação dos óxidos de colesterol livres, uma vez que estes representam mais de 90% dos óxidos totais, conforme vários autores citados neste trabalho. A determinação dos óxidos de colesterol totais (livres + combinados) exigiria a realização de reações de hidrólise, o que demandaria um grande tempo e certamente afetaria a distribuição dos eventuais óxidos de colesterol por serem estas, substâncias sensíveis ao calor e a meios alcalinos. Todos os testes foram realizados no mínimo em triplicata e os resultados estão relatados como média ± desvio padrão. Foi possível concluir que hambúrgueres crus, isentos ou praticamente isentos de óxidos de colesterol, mantiveram estas características após os processamentos térmicos avaliados, não sendo observada formação adicional destes derivados oxidados em concentrações quantificáveis. Foi ainda comprovada uma redução entre 10 e 26% do teor de colesterol livre das amostras processadas termicamente quando comparadas às respectivas amostras cruas, pela eluição deste composto na gordura liberada do alimento durante o seu processamento térmico. As conclusões deste estudo estão em concordância com os resultados de outros trabalhos já publicados sobre o processamento térmico de alimentos de origem animal e, em particular, para carnes e hambúrgueres.
publishDate 2003
dc.date.none.fl_str_mv 2003-10-24
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-11082023-164945/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-11082023-164945/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090624393052160